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Cartas

PORDOEM-ME POR EXISTIR... – culpa e culpa!

PORDOEM-ME POR EXISTIR... – culpa e culpa!

 

 

 

 

 

 

 

From: PORDOEM-ME POR EXISTIR... – culpa e culpa!
To: contato@caiofabio.com
Subject: recaída
Date: Thu, 28 Jun 2007 05:29:07 +0000

 

 

Pastor Caio, depois de muita relutância e várias tentativas frustradas, decidi lhe escrever.

                                                                                                                                 Sou viciada. Minha droga? A culpa. As conhecidas e catalogadas e as que nem sabia que as possuía. Culpa era comigo mesmo; do tipo perdoem-me por existir.

 

Certa ocasião um amigo comentou que culpa era um ingrediente que não podia faltar na cultura (culinária?) judaico-cristã; afinal, nosso Deus havia morrido por nós.

 

Isso (melhorou?) fez sentido para mim por muito tempo. Mas Deus é Deus, e o resto literalmente é conversa.

 

Começaram as pequenas e preciosas descobertas. Jesus morreu por amor. Amor pelo Pai. Amor por nós. Amor pelo que havia de ser. Ouso dizer: morreu por que quis. Porque quis amar até o infinito-fim; e ser objeto dessa Sagrada Paixão não poderia jamais despertar culpa em nós — já que no amor não há culpa — e sim, no mínimo, gratidão.

 

Comecei a construir novos alicerces e a desconstruir outros. Caminhando nesse sentido, encontrei o Caminho; e, consequentemente, o Cainho. 

 

Voltando a culpa ou a culpa voltando a mim, descubro-a novamente, e, paradoxalmente, pelo motivo menos provável. É óbvio que ao buscar o Caminho vou ao encontro da Mensagem e não do mensageiro. É para isso que nos reunimos, que nos dirigimos prazerosamente (ao menos para mim) às reuniões dominicais.

 

Só tem um problema (ou uma culpa?):

 

Por que meu coraçãozinho murcha, se encolhe todo, quando o mensageiro esperado não aparece? Por que preciso convencê-lo a se aquietar, a se inflar outra vez para ouvir o mensageiro substituto? Posso mentir para mim, mostrar indiferença aos outros para não dar bandeira, mas não posso me esconder de Deus (“... para onde fugirei de Vossa face?"); e, mesmo "consertando as coisas", permanecendo até o fim do culto - até porque Ele sempre se impõe com uma palavra que preciso ouvir-, com tudo isso, sinto que O magoei só por sentir o que senti.

 

Aí, a porta está aberta e a culpa não se faz de rogada. Entra e faz a festa. Então começo a achar que não estou pronta, que meu coração é traiçoeiro, que minha busca é empolgação, paixão momentânea e não amor.

 

Aí me recordo quando li Lucas 9.62 ou 14.28-30 (não sei como citar) e que chorei muito e fiquei estranhamente assustada. Acho que tive medo de fracassar, de não dar conta... As coisas estão se pacificando um pouco dentro de mim, não estão muito diferentes, mas resolvi confiar mais Nele; pois, se somos doentes, Ele é o remédio para todos os males e o "todos" certamente me inclui.

 

Depois... desistir e voltar para onde? Afinal, como diz a música, "rompi com o mundo, queimei meus navios, me diz pra onde ainda posso ir"?

 

Assim,me tolerando,lembrando que Ele me ama mesmo assim (aqui, sou eu que pergunto trezentas vezes: Senhor, tu me amas?), vou tentando convencer a culpa a me deixar em paz, errar de alvo.

 

Mas aqui entre nós, qual o problema de "escolher o melhor mensageiro"? Qual o possível pecado de querer Ouvi-lo da maneira mais doce e sentida que já vi? Numa carta aos de Goiânia você pede que só compareçam os que forem pelo Caminho e não pelo Cainho. Correto (desculpe a palavra), mas me parece que não é nada simples separar os dois.

 

Não temos preferências por professores, médicos, tradutores, interpretes? Por que seria diferente com a Palavra? Afinal é Ela que esta sendo ouvida, e, acredito firmemente (não voltará vazia) que Ela sempre realizará seu Plano Sagrado.

 

Não é assim?

 

Por favor, comente algo a respeito. As coisas às vezes ficam muito confusas e, na confusão, bom, você sabe, sempre esquecemos de fechar a porta e aí... Você  também já sabe.

 

Que as Bênçãos e a Palavra Dele estejam sempre sobre você. Eterna e ternamente. Amém.              

 

Obs.: quando comecei a redigir isso, era ontem, 27; estou a quatro horas tentando enviar. É a primeira vez que uso essa engenhoca, sempre preferi e-inteiro à e-meio. Portanto, não sei se chegará. Por favor, avise. Mais uma vez obrigada por sua paciência.                                                 

 

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Resposta:

 

 

Minha amada amiga: Graça e Paz!

 

 

 

 

Mais da metade dos conteúdos do site, são sobre culpa; pois, são sobre Graça; e a Graça só é discernida na psicologia de um mundo caído a partir da culpa; posto que não havendo consciência de dívida, não surge na alma presunçosa pela autonomia da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal nenhuma perspectiva de Graça; a menos que a pessoa experimente o mal como culpa. Assim, leia no site centenas de textos nas Cartas, Reflexões e Artigos. Veja, por exemplo, o texto “E culpa tem remédio?”.

 

Vamos começar de trás para frente!

 

 

Culpa por preferir ouvir certo mensageiro. Culpa por não ficar indiferente quando alguém que viria pregar, não veio; e outro tomou o seu lugar. Certo? Não é a mesma coisa com qualquer outra preferência? Por que esta seria diferente?

 

 

Ora, não há de errado em nada disso, exceto quando a pessoa fica com tanta raiva que vai embora; ou que fica, mas com o coração fechado; tão fechado que por vezes algo maravilhoso está acontecendo, e a pessoa nem percebe ou não recebe, pois, o coração não parava de brigar contra o imprevisto.

 

Só isto! Nada além disto! O que passar disso, saiba: é persuasão do diabo; ou é pura neurose culposa; ou é a paranóia dos viciados em culpa.

 

Deus, todavia, nada tem a ver com isto. Sim! Deus tem mais o que fazer... Quem perde sou eu. Quem deixa de aproveitar sou eu. Quem se fecha sou eu. Quem se culpa de culpa sou eu. Quem faz as coisas se tornarem “sagradas ou profanas” sou eu. Deus é Deus. Eu é que sou esse vermezinho culpado pelas culpas de minhas falsas importâncias, enquanto perco o que é essencial.

 

É obvio que o Ocidente da Terra sofre o mal culposo da cultura judaico-cristã. Prova disso é o Ocidente em si; sua história; suas taras; suas guerras; suas fixações sexuais; e seu espírito “romano” possuído pela culpa do “cristianismo” inventado pelos romanos falidos, conforme a salvação que Constantino divisou no “Cristianismo” (que acabou por ser criação dele; digo: do imperador romano).

 

Além disso, como tenho dito muitas vezes, inclusive aqui no site, não é à toa que as duas maiores escolas de alma do Ocidente (e todas as derivadas) — a escola de Freud e a escola de Jung — nasceram ambas de pólos da cultura judaico-cristã. Freud como o pólo judaico. E Jung como o pólo cristão. Só que o pólo “cristão”, de fato, está carregado de judaísmo embutido, sub-reptício e subliminar; enquanto o pólo judaico carrega muito pouco da influencia espiritual cristã.

 

A culpa judaico-cristã é o maior câncer de alma que o Ocidente já conheceu!

 

Sim! Pois se trata de uma culpa generacional, acumulada, latente, crônica e dissimulada por toda sorte de não-culpa, que acaba por gerar a busca do não-sentir.

 

Obviamente que a chamada “culpa cristã” é pura neurose, e, sua experiência contínua gera paranóia.

 

Aqui no site você encontrará muitas explicações sobre o que é culpa-real, o que é sentimento-de-culpa-real; e, em contrapartida, o que é culpa neurótica, e o que é sentimento-de-culpa-irreal. 

 

Fazer tais diferenciações é mais que fundamental para a saúde da vida. De fato, trata-se de um discernimento essencial; pois, sem ele, a “alma-ocidental” naufraga nas doenças da culpa (todas elas); posto que a experiência de existir num meio tão culposo como o do “Cristianismo”, é algo para o que a alma jamais foi criada.

 

Nesse sentido o “Cristianismo” foi mais danoso para a alma coletiva no curso de séculos, do que qualquer das “religiões” e poderes espirituais que ele, o “Cristianismo”, em nome de “Deus” tenha desbancado.

 

Assim, você é vitima neurótica e paranóica de um sentimento de culpa que nada tem a ver com Deus, mas apenas com o impacto da moral e da culpa cristãos sobre a sua alma insegura, e ainda não plantada na Graça como bem e como realidade dentro da qual você está e existe em Cristo — sem medo, culpa, neurose ou paranóia.

 

Desse modo, a fim de facilitar a sua vida e a minha também, peço que você vá ao quadro de Busca (no site) e escreva “Neurose”, “Paranóia”, “Culpa”, etc. — e você encontrará todo o conteúdo de pacificação e segurança que você precisa a fim de não ter na alma nada além da culpa real, quando for o caso.

 

Caso você persevere em ler, ouvir e participar, eu sei que em pouco tempo suas culpas neuróticas ou paranóicas darão lugar à paz que excede à todo entendimento, conforme a promessa.

 

 

Receba todo o meu carinho!

 

 

 

Nele, que levou sobre Si todas as nossas culpas, e que nos garante que agora já não há mais condenação para quem está Nele,

 

 

 

Caio

 

28/06/07

Lago Norte

Brasília

 

 

 

 

 

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