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Cartas

ESTOU TENDO UM CASO COM UM AMIGO DE MEU MARIDO E SOMOS DA ME

ESTOU TENDO UM CASO COM UM AMIGO DE MEU MARIDO E SOMOS DA ME

-----Original Message----- From: ESTOU TENDO UM CASO COM UM AMIGO DE MEU MARIDO E SOMOS DA MESMA IGREJA Sent: domingo, 9 de novembro de 2003 to: contato@caiofabio.com Subject: AJUDA Mensagem: Reverendo, Há um ano e meio mantenho um relacionamento extra conjugal com um colega de trabalho também evangélico. Moro no interior do norte do Brasil. Tenho sofrido muitíssimo com essa questão, e hoje a dor que sinto pelo pecado chega a ser insuportável. Fiz minha escolha: escolhi Jesus, mas como é difícil essa escolha! Quando estou com a pessoa é como se minha vida se tornasse colorida. Ela é o colorido de minha vida. Deixá-la é tornar a minha vida preto e branco. Mas, creio de Jesus vai colorir de novo depois. Converse comigo sobre isso, pois esse segredo eu guardo só pra mim. Conto com as suas orações. Sei que de certo modo o senhor entende quando falo de colorido e de dor. No mais, saiba que o admiro muito e que o senhor continua sendo uma referencial para minha vida. No amor de Cristo. **************************** Resposta: Minha querida: Paz sobre você! Me fale sua idade, quanto tempo de casada, como é a relação com o seu marido, como isso aconteceu, como é o sexo com o marido e com o outro, etc...? Ele é casado? Tem filhos? Qual a expectativa dele em relação ao “caso”? Enfim, fale... Nele, Caio **************************** -----Original Message----- Pastor Caio: Tenho 35 anos. Sou casada há 12 anos, tenho uma filha de 5 anos. “Ele” também é casado há 10 anos e tem um filho de 6 anos. Eu já fui muito amiga da esposa dele. Hoje somos amigas, mas não mais como antes. Na época de minha proximidade com a esposa dele, só existia entre a gente uma grande amizade. Alias, nos trabalhamos juntos há 12 anos e sempre fomos muitíssimos amigos. Nunca brigamos, e sempre fomos muito cúmplices. De 4 anos pra cá, comecei a enxergá-lo de forma diferente, como homem; sempre achei ele muito bonito. Um belo dia nos beijamos...achei que só seria isso. Mas depois outro beijo e mais outro...dois meses depois do inicio do relacionamento fomos pra cama. Foi o melhor sexo que já fiz até hoje...sempre com ele é bom, tudo com ele é inesquecível, é marcante, é forte; ele pra mim é o homem perfeito, com todos os seu defeitos. Nunca tinha transado com outra pessoas além de meu marido...sofremos com isso, mas em nenhum momento cogitamos a possibilidade de ficarmos juntos, pois existe muita coisa envolvida... Ele já teve outros problemas e a família dele já sofreu muito, enfim... Além disso ele é líder na igreja. E tanto o meu marido como muitos da família dele dirigem grupos familiares na igreja. Imagine o escândalo! Não queremos enfrentar tudo isso. Ele nunca disse que deixaria tudo para ficar comigo, mas também não consegue me esquecer, nem eu a ele. Quando estamos juntos parecemos duas crianças, de tão felizes; eu me sinto uma adolescente; a pessoa mais feliz deste mundo. Quanto ao meu marido, ele é simplesmente o homem que toda mulher gostaria de ter: excelente pai, marido amoroso, compreensivo, que daria a vida por mim e pela família; alguém que me ama de verdade, não tenho dúvidas. Mas hoje o que sinto é um grande carinho, uma grande amizade. Nosso sexo é horrível. Evito o máximo qualquer contato; ele já percebeu isso e até já desconfiou que eu estaria tendo um caso; ele é bom de cama, mas eu não sinto nada; fico louca pra terminar logo. Em resumo, não sei se queria abandonar o casamento, pois sei que o outro não faria o mesmo, mas não sou feliz com isso. Estar com o outro me leva da mais pura alegria que alguém pode sentir à mais terrível das tristezas por saber que jamais poderemos estar juntos como gostaríamos. O sexo dele com a mulher também é péssimo; ele diz que não sente nada, faz só por obrigação, porem quando nós dois estamos na cama, nós somos uma só carne no sentido mais profundo da palavra. Estou muito infeliz, o peso do pecado é grande, principalmente por saber que traio uma pessoas tão especial como meu marido. Mas casei com ele porque todos diziam que ele era o homem perfeito, e embora ele soubesse que eu não o amava, ele assim mesmo implorava para que ficássemos juntos...agora não sei o que fazer, pois orar, jejuar, buscar a presença do Senhor é o que mais tenho feito. Creio até que posso lutar contra a questão espiritual que isso envolve, mas contra o meu sentimento tá sendo quase impossível. Só tenho o senhor agora que sabe dessa história, por favor, mantenha contato comigo, gostaria de dividir esses peso que está sendo insuportável. Um forte abraço, *************************** Minha amada irmã: Somente muita Graça e Sabedoria! Humanamente falando não há muito o que fazer. As soluções são amputações! Arrisco lhe dizer o seguinte: 1. Provavelmente vocês não se amam, mas apenas sejam muito mal casados—casamento de “crente”, que se casa com a virtude, os dons e os significados que os futuros cônjuges têm na igreja—; e, encontraram um no outro—você e o “outro”—não apenas cumplicidade, mas a alegria do prazer sexual. Para você ele está sendo, de fato, emocional e psicologicamente, o primeiro homem. E, para ele, você é a mulher do desejo, da descarga das frustrações, além de ser uma relação perigosamente excitante—sem falar nos outros elementos de parceria e banditismo psicológico. Ora, todos esses são elementos poderosos, e apimentam qualquer cama, mesmo que não haja amor. 2. A única saída para uma coisa assim é radical. Implicaria em não trabalharem mais juntos, saírem da mesma igreja, romperem a amizade como encontro, e fugirem um do outro. Do contrário, minha amada, não há saída. E olhe: eu sei o que estou falando! O problema de vocês é mais sério do que este "caso". O caso é apenas o sintoma de algo muito mais grave e sério: vocês—você e ele—não amam os seus respectivos cônjuges; e, portanto, estarão sempre sujeitos a tais deslizes. Quais as soluções? Bem, eu não as tenho. Posso apenas dizer quais são as alternativas: 1. Fazerem o que sugeri acima; e, depois disso, assumirem vidas de renuncias: ele com a mulher dele e você com seu marido, pedindo a Deus a calma e a quietude das emoções e das lembranças. Assim...meio barro, meio tijolo...até chegar a "idade da delicadeza", quando todas essas pulsões acabam, e o que sobra é aquilo que vocês hoje já têm com seus próprios cônjuges. Todavia, vocês devem saber que estarão sempre sujeitos a "chuvas e trovoadas" nessa área. Carência é um horror! 2. Você—digo: você, não ele—pode pensar em se separar caso você veja que em seu coração não há meios de voltar atrás. Digo isto porque mais cedo ou mais tarde, caso você não apazigúe o coração e as emoções, você poderá chutar o balde. Agora a situação é de angustiada felicidade, e ambos se sentem, apesar da culpa, muito "seguros", visto que nenhum dos dois deseja viver um escândalo; e, assim, vocês se protegem. Ou seja: vocês são os “amantes ideais” um para o outro, dadas as circunstâncias. Mas havendo um ruptura, a chegada de um “próximo” pode ser desastrosa. O que acho é que uma vez que a "asa da borboleta se abre e ela voa", somente um verdadeiro amor pode fazê-la se aquietar; ou, então, uma profunda conversão das emoções e afetividades. Às vezes acontece, às vezes não! E como você tem um marido que é "virtude" mas não é seu homem, temo que mesmo terminando este "caso", você não fique sossegada. Portanto, seu caso é sobretudo psico-espiritual, e suas decisões devem levar isto em consideração. Você está aflorada pelo desejo e precisa lidar com isto de modo bastante claro e realista. Dizer a você para orar pedindo que dê a você desejo pelo seu marido e só por ele, sinceramente, não o farei apenas porque não creio nisto. Essas coisas são ou não são. Não existe "unção de desejo" num casamento onde não há amor de homem e mulher. Quando as coisas mudam para o bem é apenas porque se “passou” uma fase ruim, e se retornou ao redescobrimento do amor que sempre existiu, com o reaquecimento do desejo—mas este não parece ser o seu caso. Mas se nunca houve amor de homem e mulher—como você diz ser o seu caso—, uma vez que se conhece outra "coisa", fica muito difícil o retorno à mornidão anterior, à menos que seja como exercício de renuncia e consagração. Essa é uma opção, mas você tem que saber disso e viver sem amargura e sem pular a cerca. Infelizmente é apenas o que tenho a dizer. Sei que posso parecer frio no que digo, mas é que sei o que digo. Estarei orando por você, pedindo ao Senhor que lhe dê sabedoria, força e Graça. Ah! se você tomar a de-cisão de romper logo com isto, não espere ajuda dele. Ele não vai ajudar você! Há muita coisa em jogo. Pense bem para ver se vale a pena! Com todo carinho. Nele, Caio
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