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Cartas

OUTRA ESCOLHA DE SOFIA - I e II

OUTRA ESCOLHA DE SOFIA - I e II

 

 

 

 

 

----- Original Message -----

From: OUTRA ESCOLHA DE SOFIA

To: contato@caiofabio.com

Sent: Wednesday, April 25, 2007 12:31 PM

Subject: Realmente preciso de ajuda.

 

Reverendo,

 

Somos um casal de brasileiros vivendo com toda a família em Portugal. De fato eu e meu marido nos conhecemos aqui. Todos nós somos cristãos. Nosso casamento é perfeito. Tudo de bom!

 

Há dois meses tive uma das maiores felicidades que um ser humano pode experimentar na vida. Eu e meu marido fomos fazer uma ultra-sonografia para ver nosso primeiro bebê. Estamos casados há quase 12 anos e sonhamos com este dia como quem no deserto sonha com água e sombra.

 

É tudo lindo. Vimos suas perninhas, seus bracinhos, o coração batendo... Saímos de lá em êxtase. A segunda consulta de pré-natal foi há oito dias. Lá estávamos nós com a ultra, com os exames que o médico passou e com o coração transbordando de felicidade.

 

O médico não olhou a ultra, foi direto no exame de sangue que ele havia pedido na consulta anterior para verificar um dado, que para nós era irrelevante. Ele já suspeitava que eu estivesse com infecção por CMV, porque o resultado anterior havia dado “indeterminado”. Neste último foi confirmada infecção aguda em fase primária. Até então, para nós seria o caso de tratar a infecção. O médico disse que nós estávamos diante de um dos maiores problemas que poderia acontecer a um casal grávido. Este vírus, segundo ele, principalmente se adquirido no primeiro trimestre de gestação, causa sérios danos ao bebê: neurológicos, hepáticos e de diversas outras ordens. Perguntamos a ele o que poderia ser feito... Conhecendo o médico como conhecemos, vimos que estávamos diante de um sério problema, cuja decisão não seria menos séria.

 

Só para que o Sr. tenha uma idéia de como meu médico vê a vida, ele acha que uma criança com Síndrome de Down, por exemplo, tem plenas condições de viver bem e que a vida deve ser repensada — não quero emitir minha opinião neste caso, apenas reforçar que a posição dele, como profissional da área há mais de 30 anos, diante do nosso caso foi de completa desesperança. Ele me apresentou duas opções: ou eu esperava até a 21ª semana de gestação para fazer uma amniocentese e verificar se o bebê não havia sido infectado (o que ele achava quase impossível, visto que as chances eram menores que 10%), ou eu interrompia a gravidez. Perguntamos por todas as saídas possíveis. Para todas as perguntas as respostas eram cada vez piores. Saímos do consultório como quem sai de um atropelamento, de uma batida de carro, de uma queda livre. Não sabendo para onde ir ou o que pensar fomos para a praia olhar o mar... O mesmo mar que testemunhou o início do nosso namoro. De repente, uma dor sem tamanho e sem fim caiu sobre nós... Só fazíamos chorar e tentávamos encontrar saídas em um labirinto.

 

Neste meio tempo meu irmão me liga para saber das novidades — toda a família (minha e de meu marido) estava muito feliz com a gravidez (virou uma gravidez coletiva). Eu sem saber o que dizer, só chorei e disse que depois ligava pra ele. Ele, sem saber de nada, disse só uma coisa: “Louva a Deus porque ainda existe amor no teu coração. Deus continua sendo bom”.

 

Diante de toda loucura que estava diante de nós, pensando na morte que ainda poderia haver por causa da infecção no ventre, pensando na microcefalia, na hepatoesplenomegalia, nas calcificações cerebrais, na cegueira, na surdez, no preconceito... Pensando em um bebê que dependeria de nós para o resto da vida, sem saber quanto de resto ainda teremos — optamos por interromper a gravidez imediatamente (antes que completasse 13 semanas). Esperar mais oito semanas, para fazer um exame que viria a comprovar uma suspeita, era doloroso demais. Sessenta dias sem saber o que estava acontecendo com aquela coisinha estava além das nossas forças. Eu disse ao meu marido: “Vou aproveitar que o sangue ainda está quente e vou fazer o que tem que ser feito, morro depois, mas agora eu vou”. Sem pensar em nada, liguei para o médico e perguntei se ele sabia de algum lugar onde eu pudesse fazer o aborto sem maiores riscos (já que o risco existe em qualquer situação). Ela me indicou, liguei e marquei para o dia seguinte.

 

O dia seguinte é um capítulo à parte em toda essa história. Nossa família jamais concordaria com nossa escolha, alegariam falta de fé (o que não posso dizer que é mentira). Fé era tudo o que eu não tinha naquele momento. Diriam que o médico estava louco ou coisas do tipo. Decidimos que aquela decisão era só nossa e que ninguém ficaria sabendo. Dissemos para nossa família que o médico pediu que eu fizesse uma ultra de emergência porque eu estava perdendo água e que essa ultra seria feita no dia seguinte (dia marcado para o aborto). Todos ficaram tristes (familiares, amigos, colegas de trabalho), mas tinham fé que tudo daria certo — fé em uma história mentirosa.

 

No dia seguinte, eu e meu marido estávamos na clínica. Entrei como quem entra em um submundo. Desde o momento em que entrei até a hora em que me sedaram não se passou mais que quarenta minutos. Sei que enquanto eu estava lá dentro querendo morrer, meu marido estava do lado de fora temendo que eu não voltasse. Saímos... Estava feito. E as dores apenas começavam.

 

Desligamos todos os telefones e ficamos em casa gemendo e agonizando diante da ultra (agora só uma lembrança). Meu marido clamava por misericórdia enquanto eu sentia dores de alma que jamais senti na vida. No final da tarde, já sem forças para chorar, resolvemos ligar para nossa família que estava apreensiva. Dissemos que havia sido diagnosticado o óbito. Não entramos em detalhes alegando que não tínhamos condições de falar sobre o acontecido. Já não havíamos dormido na noite anterior, esta noite foi apenas mais uma envolvida por dores.

 

Hoje faz um mês e dias que o nosso baby voltou para Deus (voltou, não voltou Reverendo?).

 

Meu marido tem sido meu melhor amigo, não sei o que seria de mim se não fosse ele. O que mais nos angustia é viver diante de duas verdades (a nossa e a dos outros). Quem me conhece sabe que a última coisa que desejo despertar nas pessoas é pena, neste caso preferi ser objeto da piedade a ser julgada. Que Deus me julgue e me condene.

 

Eu fico me perguntando se realmente fiz o que era certo. O “e se” não sai da minha cabeça. Sinto-me responsável por todo mal que ele passou na curta vida. Não consigo parar de chorar e de lembrar da ultra (a imagem dele se mexendo é nítida). Coisas sobre as quais não pensei me vêm à mente agora... São coisas que estão tirando minha sanidade. Será que ele sentiu dor? Há os que dizem que com 10 semanas o bebê sente dor; há os que dizem que só sentem dor a partir da 17ª semana; há os que dizem que só no final do último trimestre.

 

Li sobre como é feita a aspiração e descobri que o corpo dele foi completamente destruído e aspirado; e que o crânio foi retirado com uma pinça porque não passa pela cânula (e ele estava vivo!!!).

 

Como pode uma mãe deixar que façam isso com seu bebê tão indefeso?

 

Eu acho que estou ficando doida, sinto vontade de gritar, de morrer (se bem que eu acho que a morte é pouco).

 

Tem outro lado em mim que queria muito que ele voltasse. Eu posso vir a ter outros filhos, mas este eu matei, eu abri mão, eu não quis, isso vai ficar para sempre comigo, é algo que acho não vou conseguir me libertar. Será que um dia vou poder falar com ele, ainda que no céu e pedir perdão?

 

Apesar de eu não conseguir entender o porquê, dentro da alma sei que existe uma resposta que eu talvez nunca conheça. Só queria poder sentir um pouco de paz enquanto me restarem dias a viver. É possível? Como posso cuidar do meu marido que também está sofrendo e se faz forte por minha causa? Perdoe-me incomodá-lo, sei que o Sr. tem tantas outras coisas importantes a fazer, mas não tenho com quem falar sobre essas coisas. Se puder me responder, agradeço.

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Resposta:

 

 

Minha querida amiga: Graça, Paz e Graça!

 

 

Eu não queria que ninguém tivesse que ficar doente, morrer, ou viver sofrendo, ou em angustia, ou carregando fardos imensos, ou vivendo como se a existência fosse marcada por destinos e carmas, e, sobretudo, não gostaria que ninguém tivesse que decidir entre a vida e a morte.

 

Eu não queria que minha existência tivesse tantos erros, ou tantos equívocos, ou tantos pecados, ou tantas decisões tristes, ou tantos acontecimentos de dor, vergonha e tristeza.

 

Eu também não queria ter dito ao meu filho Lukas para sair com os irmãos na noite em que ele morreu, não queria que ele tivesse ficado na estrada, não queria que seus irmãos tivessem visto, não queria que ele tivesse ido.

 

Ora, eu não queria muita coisa...

 

Mas tudo foi como foi. E, em tudo, pelo menos no que diz respeito ao meu coração, eu errei, pequei, me equivoquei, opinei, estimulei, e fiz tudo o que fiz com vontade de acertar, ou de diminuir os meus equívocos, ou mesmo com o melhor desejo de paz a todos no meu coração.

 

Mas este mundo é caído...

 

Tão caído que crianças podem nascer defeituosas. Tão caído que a alma de uma mãe que ama e de um pai que sonha, podem ter que entrar num médico cheio de alegria e esperança, e de lá saírem tendo que fazer a “Escolha de Sofia”, conforme o filme e livro do mesmo nome.

 

Sim! É um mundo tão caído que muitas vezes querendo fazer o bem a gente faz o mal, ou, pelo menos, faz o que jamais desejou ter que fazer.

 

Muitas vezes, num mundo caído, somos postos entre escolhas que nada têm a ver com coisas boas, como escolher entre o bom e o ótimo.

 

Num mundo caído o bom e o ótimo se nos oferecem raramente como alternativas.

 

Na maioria das vezes escolhe-se entre um mal menor e um maior.

 

Assim é num mundo caído.

 

Neste mundo, como ele é (com suas dores, chagas, anomalias, escolhas estranhas) — somos forçados a perguntar o que é melhor: engolir um mosquito ou um camelo?

 

Imagine-se num paredão inclinado a uns 45 graus. Você está de maiô. Vai derrapar mesmo... Não tem como evitar o escorregão... Você já está escorregando... E vê que o paredão todo está crivado de cacos de vidro. Mas também percebe que lá em baixo há um lago, e que, se você saltar, você poderá cair direto na água. Há riscos. Você não sabe a profundidade da água. Uma dúvida: será o lago profundo? Uma certeza: se eu escorregar daqui até lá em baixo, passando por todos esses cacos... — chegarei completamente esfolado, com ferimentos em todos os lugares... e com muita perda de sangue!

 

O que você, instintivamente, fará?

 

1. Escorregará por todo o trajeto de vidros, esfolando-se?

 

2. Saltará o mais rápido possível para dentro da água, fazendo o possível para cair sem afetar o pescoço?

 

Responda para você mesma...

 

Aí a decisão é pessoal!

 

Minha escolha instintiva seria sempre a segunda.

 

No barranco ou no precipício, o nome disso é acidente.

 

Na vida, esses acidentes têm valor moral, ético, e são objetos de juízos, de julgamentos.

 

Ora, felizes seríamos se o juízo fosse apenas um doce: “Que burro!” Mas não! O juízo é Raca: “Você é um sem alma!”.

 

Assim, quando você tem que escolher entre o ótimo e o bom, você é um abençoado. Mas quando você tem que escolher entre deixar morrer ou sobreviver menos que a vida, você é chamado de desgraçado.

 

Mas, eu garanto: se você estiver derrapando no caco de vidro ladeira abaixo, não pense duas vezes: pule na água.

 

Água é sempre água. Vidro é sempre vidro. Os outros, são sempre os outros. Mas você é só você. A vida é sua. E é para Deus que você dará conta dela!

 

O problema é que você não caiu na água. Sua situação não é tão maniqueísta nas alternativas. Lá embaixo não há água. No seu “lá embaixo” o que há é angustia. Sua escolha era entre viver para ver um filho sem atividade cerebral suficiente para dar a ele autonomia na vida; ou, então, parar a gravidez, e, você mesma, chamar a dor, a tristeza, a responsabilidade e a tristeza da decisão para você.

 

A escolha de vocês era deixar viver paralisado e vegetalizado (em muitos casos é assim; em outros há condições mínimas de interação); ou, então, vocês mesmos assumirem a responsabilidade do amor doído de agonia responsável, ilimitado em sua impotência e aflição, e fazerem o que vocês fizeram.   

 

Quem os julgará?

 

Somente o Senhor! Sim! Ele que se entregou pelos nossos pecados e equívocos!

 

Quem os condenará?

 

Ora, quem poderia nos condenar decidiu nos justificar em Sua Graça!

 

Assim, pergunto: Se os outros, com seus julgamentos, com suas pressões, não existissem como referencia moral e de juízo para você e seu marido, e se o que existisse fosse somente a sua consciência de poder ou não poder, de conseguir ou não, de escolher o possível ou não, e de fazer isto gemendo de dor e de amor — o que você diria a você mesma?

 

Sim! Se você fosse sua amiga, e ouvisse a sua história, como você reagiria? O que você diria a você mesma se você fosse amiga de você?

 

Você sabe a resposta. E seria resposta de Graça e Perdão. Não seria?

 

Ora, quem gosta de aborto é diabo. Ninguém que é de Deus acha que o aborto é bom. Aborto é uma desgraça. Entretanto, você só fez um aborto porque essa cirurgia é proibida e porque você teve que na intervenção tirar um ente vivo independente de você na individualidade, ainda que totalmente dependente de você de modo intrínseco, no ventre.

 

Assim, temos dois “lugares” neste episódio: um lugar criminal (a extração de um ente vivo de um ventre, no Brasil, é crime) e um lugar físico: o seu ventre. Ora, o ente vivo em você estava aquém do que é a referencia de saúde que possibilita uma vida auto-determinada “do lado de fora”. E você e seu marido não julgaram que conseguiriam dar conta de tal empreendimento de alma para o resto da existência de vocês. Este é o fato.

 

Já expressei minha opinião sobre isto muitas vezes. Sou contra abortar. Sou contra interromper a vida que é possível. Mas que tenho eu a dizer a quem esteve posto numa situação em que o amor estava presente, o desejo de ter a criança também, mas as chances de normalidade para tal vidinha eram inexistentes?

 

Ora, eu me calo, com temor e tremor, especialmente porque sei que vocês não estavam tirando uma vida pela inconveniência dela em razão dos caprichos de vocês. Ao contrário, vocês estavam buscando um filho e tiveram que decidir algo acerca dele que ninguém desejaria decidir, muito menos vocês.

 

Quem diz aos parentes: “Se eu tiver um AVC e ficar totalmente paralisado, por favor, não prolonguem a minha vida com máquinas!” — não pode dizer nada diferente quando a escolha está entre o horrível e o pavoroso, como foi o caso da escolha de vocês.

 

O que foi feito está feito. Cada um é cada um. Levantem-se os seus juízes, mas saibam todos eles que quem nos julga é o Senhor, pois, somente Ele conhece os segredos dos corações!

 

No que me diz respeito, sem mais peso do que o peso da vida e de suas decisões, digo a você em nome de Jesus: “Mulher! Os teus pecados estão perdoados. Vá em paz. E tenha outros filhos com todo esse amor que hoje lhe é dor!”

 

Sim! Você verá seu filho!

 

Sim! Ele estará feliz ao ver você!

 

Sim! Ele sabe tudo Naquele em quem ele é para sempre!

 

Sim! Já não haverá lembrança das coisas passadas, pois o Senhor cria coisa nova, e já não haverá dores de memórias referentes a obras mortas!

 

Sim! Você e seu marido são de Deus, e a dor de vocês é santa, e aí daquele que os julgar; pois, quem nos julga é o Senhor!

 

Você pode descansar no amor de Deus pela fé?

 

Minha amiga, a Palavra do Senhor é Paz e Bem para vocês. Creiam e andem em temor e tremor. A misericórdia está sobre a vida de vocês; posto que Deus é bom.

 

Receba minha oração como manifestação de amor, pois eu sei que na presença de Deus meu clamor por vocês se faz real.

 

Nele, que é nosso socorro bem presente na tribulação,

 

 

Caio

 

24/03/07

Lago Norte

Brasília

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----- Original Message -----

From:

To: contato@caiofabio.com

Sent: Wednesday, April 25, 2007 7:29 PM

Subject: Realmente preciso de ajuda.

 

Reverendo Caio,

 

 

Saí do trabalho hoje querendo ficar para ver se o Sr. me respondia.

 

A noite que passou não consegui dormir pensando no bebê e na falta que ele me faz.

 

Angústias tremendas me assaltaram. Eu queria sair por aí procurando quem pudesse me dizer alguma coisa que fizesse com que a dor passasse.

 

Não saí... Não procurei ninguém... Ninguém me disse nada... E a dor continuou. Por isso me atrevi a perturbar-lhe.

 

Aqui estou, em Lisboa, lendo sua resposta que agora tem tanto valor para mim quanto o resultado positivo do Beta-HCG que fiz na ocasião relatada na outra carta. Ambos ficarão guardados para sempre no meu coração.

 

Acompanhei todo seu sofrimento quando o Lukas foi encontrar com o Pai. Acompanho tudo o que o Sr. escreve desde 1982 (eu ainda uma menina) e sei que não há alguém que eu conheça que saiba mais o que a palavra “dor” signifique que o Sr.

 

Reverendo, sei que sou apenas mais uma, mas saiba que não canso de pedir a Deus que faça com que o Sr. conheça a paz na mesma proporção com que conheceu a dor.

 

O que posso dizer diante da revelação?

 

Não tenho palavras para agradecer tudo o que Sr. tem feito por nossas vidas.

 

Quando acabei de ler sua resposta senti que estava pronta para sepultar no coração o meu bebê. O que me parecia é que ele ainda estava em minhas mãos e eu não sabia o que fazer com ele.

 

Sim Reverendo, eu posso descansar no amor de Deus pela fé. Obrigada por me trazer a certeza de que um dia vou poder vê-lo da forma como jamais eu poderia tê-lo visto aqui.

 

Agora eu vou dormir.

 

Como o Sr. nos tem ensinado:

 

Nele que nos fez um em Cristo,

 

 

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Resposta:

 

 

Minha irmã amada no Senhor: Que a Paz que vem da Graça de Deus abunde em sua vida!

 

 

A nossa alma pagã em geral não aceita perdão, descanso, paz, certeza de amor, e tudo o mais sem o que a vida não é possível e nem saudável, sem que antes se flagele, se fira, se machuque, se esfole e se acabe...

 

Mas a Graça é Hoje. Tudo de Deus é Hoje. Assim, quem pela fé entende essas coisas, não tem que se submeter aos apelos pagãos da alma, na sua ânsia de auto-justificação pela via do sofrimento que se nega a receber consolação.

 

Quem disse “Vá e não peque mais” foi o mesmo que disse “Nem eu tampouco te condeno”.

 

Desse modo, não resta lugar para penitencias que não purgam, mas apenas geram (em um caso como o seu) a tristeza segundo o mundo, a qual produz tristeza para a morte, e não a renovação da consciência, para a vida.

 

O Cordeiro que foi morto desde antes da fundação do mundo, é o mesmo que tira o pecado do mundo. “Tira”, que no grego significa tirou, tira e tirará.

 

Está consumado!

 

Quem crê tem o perdão, e sabe que o escrito de dívidas que havia contra todos nós, já foi rasgado e encravado na Cruz.

 

Durma em paz!

 

Viva em paz!

 

Confie e você sempre terá paz!

 

Quanto à sua oração para que Deus me dê mais paz do que dor; e que me deixe experimentar mais da paz do que tudo o que já senti de dor, saiba: foi apenas por causa da paz que excede a todo entendimento que pude chegar até aqui. Se a paz não fosse assim, maior que a dor, eu teria sucumbido faz tempo.

 

Quero, no entanto, muito mais de Sua paz!

 

Um beijo em você e no seu marido!

 

Nele, que é nossa paz,

 

 

Caio

 

24/04/07

Lago Norte

Brasília

 

 

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