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Cartas

NÃO QUISERAM MINHA DOR, MAS QUEREM MINHA ALEGRIA...

NÃO QUISERAM MINHA DOR, MAS QUEREM MINHA ALEGRIA...

 

 

 


----- Original Message -----
From: NÃO QUISERAM MINHA DOR, MAS QUEREM MINHA ALEGRIA... 
To: contato@caiofabio.com
Sent: Wednesday, August 23, 2006 9:22 AM
Subject: O que faço agora???

 

Amado Caio,


Graça e paz-ciência! rs


Chamo você de amado por realmente ama-lo, mesmo não o conhecendo pessoalmente.
 
Já há alguns meses que tenho sido alimentado pelo conteúdo do site, e a Graça que emana do Evangelho tem me alcançado nestes dias através dos textos que você escreve.

Fui pastor de uma "igreja" aqui no interior de São Paulo até um tempo atrás; e vinha passando por problemas sérios no casamento, sem conseguir encontrar solução, optando então pela separação. Fui tirado do pastorado pela denominação; e me deram um sermão enorme, daqueles em que se conta toda a história do ministério, e se reforçam todos os valores "ministeriais", mas, na verdade, não se trata de nada além dos interesses da denominação.

Mas, graças às mensagens contidas aqui no site, e também ao livro "Brincadeira de Gente Grande" — minha esposa e eu conseguimos voltar; e digo que o último estado tem sido infinitamente melhor do que o primeiro.

Agora, o que acontece é que depois de tudo isso, parece que houve um destampar da consciência em mim; e entendi que, pelo menos todas as denominações que eu conheço principalmente a que falo de dentro — não têm como alvo buscar e salvar o perdido, mas sim "crescer e multiplicar". Entendi que todas as campanhas que fazemos (me incluo), e todas as ofertas e dízimos que pedimos, e todos os cultos que realizamos, têm um único objetivo: o crescimento financeiro da denominação e o poder da mesma sobre as pessoas.

Fiquei assustado porque percebi que manipulei muitas pessoas em nome de Deus durante muito tempo, e agora não sei mais o que fazer. Digo que não sei, porque agora que estou bem com a minha esposa, a "igreja" quer que eu me prepare pra voltar ao "ministério" — só que eu já não acredito mais na denominação, e nem em qualquer outra denominação.

Cada vez que ouço um pregador/bispo/apostolo/qualquer-coisa pregando o que eles chamam de evangelho, fico enojado, quase morro de angústia e indignação, e tenho vontade de levantar e ir embora.

Acho que já escrevi demais.

Por conta disso quero apenas lhe fazer duas perguntas, sendo a primeira delas a razão principal de minha angústia:

1 - Será que o melhor a fazer é me permitir voltar ao "ministério" para
poder, à partir de minha posição, falar a Verdade e, quem sabe, influenciar (parece ridículo) a "igreja" a seguir e pregar o Evangelho? Ou é melhor cair fora e ser um discípulo/sal-da-terra-fora-do-saleiro — vivendo no Caminho da Consciência Cristã além das quatro paredes?

2 - Não acredito mais que os dízimos sejam obrigatórios, pois, entendo que vivemos hoje na Graça e fora da Lei. Por isso tenho sido criticado e perseguido, e esse também será um impedimento pra mim dentro da denominação. Por que temos que dar o dízimo, mas não precisamos guardar o sábado? Gostaria que falasse um pouco a respeito do tema.

Obrigado por falar sempre a Verdade!

Aguardo ansiosamente sua resposta por hoje eu ter em você um guia pra minha caminhada.

NELE, que começou a boa obra em minha vida e há de completa-la...
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Resposta:

 

Meu mano: Graça e Paz!

 


Então você foi afastado por ser infeliz? E agora está sendo convidado por estar feliz? O que isto lhe diz? Ora, a simples resposta a esta pergunta já seria a minha resposta à sua questão prioritária.

Já a segunda questão, também pode ser responde em resposta a outra questão. Um grupo que odeia a sua tristeza e usa a sua alegria, deseja que você progrida, e, por isto, manda que você cobre dízimos? Por quê? Por que eles amam a sua felicidade?

Mas responderei sua 1ª questão, só que com outra questão. Diga-me: Por que você acha que deixei as instituições que se auto-intitulam “igreja” — por me faltar oportunidade de entrar nelas, ou em razão de que julguei que de fora meu grito seria mais honesto, tanto para os de fora como para os de dentro?

Sim! Por que se com todos os convites que tinha e tenho, todos de grupos cristãos sérios, não os aceitei — se eles dão poder pra gente falar aos de dentro da “igreja”?

Chamou Deus você para os judeus ou para os gentios? Ambas as vocações são legitimas. Portanto, responda: para o que Deus chamou a você?

Minha resposta pessoal é apenas minha. E, para mim, é mais útil não estar dentro, mas fora; servindo a Deus no mundo; e sem perder a comunhão com os amigos e irmãos na fé.

Se, porém, sua resposta for “Deus me chamou para servi-Lo no mundo”, então, digo a você que é o chamado melhor; pois, o normal é ser chamado para fora, não para dentro. Deus, porém, pode chamá-lo para os de dentro, e somente você saberá disso.  

No Caminho para fora, deve-se andar num caminho de inserção no mundo, sem perder o chão da comunhão com os iguais na confissão de fé e na adoração ao Nome.

Já no Caminho “para dentro”, pode-se muito facilmente perder toda a conexão com o mundo; pois, a “igreja” tem forte poder de alienação do mundo, o que é mal, visto que nos tira o senso de importância, e nos aleija a consciência em relação ao todo da existência. Ora, isto é tão mal quanto perder toda a conexão com aqueles com os quais se tem comunhão na confissão de fé. 

Ora, mesmo quando se “serve dentro”, deve-se fazê-lo com o espírito de quem apenas serve, mas não pertence; assim como também é o caso quando servimos fora; posto que nossa pátria está nos céus.

O essencial é que sempre se tenha comunhão espiritual. Por isto o texto de Hebreus 13 que fala de servir a Jesus fora dos portões, também fala na seqüência de não abandonar a própria congregação. O equilíbrio habita entre ambas as coisas.

Sobre o dízimo, aqui no site há muitas coisas, e que estão lá no fundo, bem embaixo, pois eram temas recorrentes bem no início do site, mas que agora parecem ser questões razoavelmente resolvidas para muitos. Portanto, recomendo a você que entre fundo, pois está tudo aqui, aí, onde o site está.

Pense no que lhe falei e me escreva outra vez!

Um beijão bem amigo!

 

Nele, que nos chama e guia,

 

Caio


 

 


 
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