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Cartas

MINIMIZE A MINHA DOR!

MINIMIZE A MINHA DOR!

 

 

 

 

 

 

 

----- Original Message -----

From: MINIMIZE A MINHA DOR!

To: contato@caiofabio.com

Sent: Tuesday, October 07, 2008 12:56 PM

Subject: Talvez sua resposta minimize minha dor!

 

 

Caio,

 

Leio cotidianamente seu site, principalmente as cartas. Das que li tudo de mais expressivo que percebi, foi a busca das pessoas por “remédios” para suas dores. Dores expressas de infinitas formas! Sou uma dessas pessoas que buscam respostas para suas dores, que buscam conforto nas tuas palavras, sempre muito sinceras e iluminadas.

 

Tenho 31 anos, já freqüentei várias religiões, mas descobri Deus sozinha, no meu quarto. O conheci por intermédio do seu Programa na TV Brasília; e tenho ido, sempre que possível, no Caminho da Graça (Brasília).

 

Minha sincera vontade era de estar lá sempre, mas, infelizmente, tenho bloqueio com direção e acabo dependendo sempre de caronas. Mas não estou aqui para falar deste problema. Vamos ao que me angustia.

 

Há três anos comecei a namorar um Italiano. Ele veio junto com o pai (que estava em missão no Brasil) morar em Brasília e aqui ficou por alguns anos. Faltando sete meses para regressar ao seu país, o conheci.

 

Resumindo: o que vivemos foi tão intenso que resolvemos assumir um compromisso mais sério (ficamos noivos).

 

Sempre tive uma visão muito romântica e séria de noivado, de casamento, de filhos. Minha base familiar é muito sólida e sagrada. Somos uma família muito unida, nos preocupamos uns com os outros. Prezamos muitos princípios hoje esquecidos pela sociedade. Não podia deixar de dizer que meus pais são tradicionalistas e compartilho disso também.

 

Bem, depois de noiva, só restava aguardar seu regresso. Estou esperando isso há três anos.

 

Nesse período ele veio aqui três vezes.

 

Sempre fui fiel ao meu sentimento e nunca tive olhos para outros homens. Para mim não havia distância capaz de abalar àquele amor!

 

Infelizmente não foi tão simples como eu previa.

 

Quando ele voltou a Roma, começou a beber, a sair como os amigos. Não compartilhávamos mais do mesmo objetivo que era o de estruturarmos financeiramente para o casamento. Na verdade, ele só pensava na farra, na bebida, e chegou a usar outras drogas.

 

Meu Deus! Como sofria!

 

Terminei várias vezes esta relação no decorrer de três anos. Ele sempre me convencia de que ia mudar, de que precisava de mim para vencer as bebidas e suas inconstâncias todas.

 

Eu perdoava.

 

Por algum tempo ficava sem aprontar, mas depois começava tudo novamente.

 

Ao lado desse rapaz aprendi a perdoar 70 X sete.

 

Minha família indispôs-se com ele, e demorou um ano até que reconquistasse a confiança de todos.

 

Bem, Caio, ele mudou!

 

Parou de beber... de fumar...de farras...de drogas.

 

Agora em setembro veio ao Brasil e vivemos momentos inesquecíveis.

 

Tudo parecia um sonho!

 

Ele se comprometeu em voltar em dezembro para finalmente nos casar. Só que o “tiro saiu mais uma vez pela culatra”.

 

Depois de quatro dias longe de mim começou tudo outra vez!

 

A mesma bebida, a mesma farra, a mesma falta de comprometimento, o mesmo desrespeito.

 

Ele não teve o mínimo respeito pelos meus sentimentos, pelo meu tempo, pela minha fidelidade, pelo meu amor.

 

Mentiu para mim e para minha família.

 

Nunca pressionei este rapaz para estar comigo, muito pelo contrário, ele que insistiu numa reconquista.

 

Não sei o que fazer!

 

Como posso arrancar esta dor de mim?

 

Não sei como contar à minha família que tudo era uma farsa.

 

Nunca imaginei que houvesse pessoas tão covardes, que pudessem enganar de modo tão cruel.

 

Agora estou aqui atrás de respostas!

 

Por que comigo?

 

Sempre fui uma pessoa íntegra, cuidadosa para com o próximo e faço isso de todo o meu coração. Não estou reclamando de ser assim, aliás, eu não poderia ser de outra forma.

 

Meu coração se alegra na justiça, no zelo e na verdade. Nunca conseguiria enganar ninguém.

 

Dei todo meu amor a esta pessoa! Tentei ajudá-lo! E agora restaram apenas a dor, a decepção e a árdua tarefa de desconstruir meus sonhos.

 

Obrigada por me ouvir. Se puder, por gentileza, me responda.

_________________________________________

 

Resposta:

 

Minha querida amiga e irmã na Caminhada: Graça e Paz!

 

 

Você disse que não aparece mais nas reuniões do Caminho da Graça apenas porque tem bloqueio de dirigir. Então disse: “... tenho bloqueio... e acabo dependendo sempre de caronas”. Ora, desejarei falar sobre isto ao final desta carta.

 

Além disso, você também disse que sua família e você são pessoas que observam princípios que já não existem mais no atual mundo, como fidelidade e zelo pela justiça e pela verdade.

 

Ao mesmo tempo, você disse que crê e tem esperança nas dimensões românticas do amor entre um homem e uma mulher.

 

Por isto, mesmo sabendo que este mundo anda muito mal das pernas, ainda assim creu que um homem que não era nenhum monge tibetano, poderia ser fiel sexualmente a você vivendo longe, com um Atlântico entre vocês, vindo ele aqui três vezes em longos três anos.

 

Ou seja: a paixão fez em você suspensão das coisas que você sabe, e que diria a uma amiga na mesma situação; pois, quem é como você é [graças a Deus!] tem que saber que dificilmente o que tem tudo para dar errado, deixa de dar errado [como é o caso de ficar noiva de alguém que veio aqui de ano em ano]. E veja que digo isto especialmente em um mundo no qual até aquilo que tem tudo para dar certo, hoje em dia quase sempre dá errado.

 

Um dos segredos emocionais e afetivos desta vida é saber como fato que não se deve crer jamais que a paixão tem o poder de fazer suspensão efetiva e concreta das leis desta vida, as quais nos dizem que somente perdura o que é verdadeiro e que caminha na solidez de um dia depois do outro.

 

Portanto, se alguém quiser se matar siga uma paixão que a sabedoria desaconselhe!

 

Mas você fez tudo o que fez por amor. Desse modo, disso fica apenas a lição da sensatez em relação ao que tem todas as chances de dar errado, como de antemão era o caso.

 

Aliás, você disse o que é. Afinal, você disse que confiou porque é uma pessoa que confia; e isto é bom.

 

De fato, o que você tem que aprender agora é a confiar com sabedoria. Pois, diante de Deus, não adianta confiar contra a sabedoria, visto que Deus apenas abençoa o que Ele mesmo chama vida.

 

E mais: não adianta confiar contra a sabedoria também em relação aos homens, pois, quando se confia no homem ou mulher como sendo incapazes de qualquer coisa, se confia de um modo romântico e irreal, visto que o homem mais confiável, ainda assim é pó.

 

A gente tem que aprender a confiar em Deus para nós mesmos, e não para que pela confiança a gente julgue que aquilo que não é passe a ser!

 

Ou seja: eu não posso decidir quando Deus tem que me atender porque eu considero que alguma coisa que eu desejo, em razão de quem eu seja, mereça de Deus um tratamento diferente, sendo que a coisa em si já era contra o que fosse sábio.

 

Ora, em um mundo como este, morar longe, em outro país, já é o fim das coisas, exceto diante de um milagre.

 

Milagres, no entanto, não são comuns entre um homem e uma mulher!

 

Entre um homem e uma mulher o milagre é o amor, e nada mais deve ser buscado como milagre sem a presença do amor que torna tudo real e verdadeiro.

 

Leia este link e você entenderá melhor o que digo:

 

POMBAS E SERPENTES: para além do paradoxo!

 

A FLECHA DO MEU “DEUS CUPIDO” FALHOU!



O CUPIDO JESUS: é assim? Ela não me ama mais...

 

 

Agora, a sua pergunta:

 

Como tiro este homem de mim?

 

Primeiro:

 

Sabendo que nunca houve um homem em você, mas apenas uma projeção sua, a qual, criou esse homem que não existe [pelo menos não no homem em questão], e que somente existiu como um homem em razão de que seu coração sonha com a existência de tal homem. Tal homem existe, mas não chegou nesse que homem não era.

 

Segundo:

 

Parando de valorizar esses três anos dados a ele, pois, enquanto você der valor ao seu tempo e sentimento investidos, como sendo perda, inconscientemente você alimentará o mito desse homem em sua alma; e, assim, lembrar-se-á das noites de paraíso que tiveram, e de todos os prazeres, e tudo o que parecia, mas não era, e, desse modo, sem saber como, o odiará com ardente paixão; e quanto mais sofrer com raiva triste, mais alimentará o poder de tais dores em você.

 

Terceiro:

 

Confie que esse homem entrou a fim de que você aprendesse o que aprendeu, e, assim, não mergulhe em raiva doída, a qual, persistindo, levaria você a tornar-se amarga.

 

Conte tudo a seus pais. Mas não entre em detalhes sórdidos, pois, eles podem se encher de todas as razoes, e, assim, ganharem poder de interferência excessiva em sua vida no futuro, quando surgir outro homem em sua vida.

 

Portanto, diga o que houve, mas não diga: “Ai meu Deus, papai e mamãe! Vocês tinham razão o tempo todo!” — Pois, se você disser assim, dado ao trauma que você teve e à razão que eles tinham no que pensavam, podem fazer com que, por excesso de amor protetor, eles passem a tratar você como uma pessoa indefesa.

 

O assunto mais essencial de todos na sua carta, entretanto, é o seguinte:

 

“... tenho bloqueio... e acabo dependendo sempre de caronas”.

 

O bloqueio é o que faz a pessoa saber sem exercer!

 

O que você descreveu em sua carta como consciência pessoal e busca do que seja bom, não combina com a aventura de crer que um homem sem referencias de valores [tendo referencias de valores já é difícil] poderia ser seu chofer nesse caminho. Ora, foi por essa razão psicológica que você foi de carona, pois, de fato, nada disso parece com você.

 

Está na hora de você dirigir, pois, de fato, você sabe o caminho. Mas se ficar dependendo do amor dos outros, da paixão dos outros, ou do que outros possam dar ou fazer, você deixará de ir com as próprias pernas aonde a Palavra de Deus diga que seja sábio; e, por isso, você mesma venha a ter a certeza de que seja de fato bom para você.

 

Proponho que você comece a praticar a direção de sua vida pela fé e pela confiança em Deus, começando pela coragem de tomar a direção do carro e dirigir você mesma, para você mesma, por você mesma.

 

O que acha?

 

Procure-me no domingo, pois, de fato, gostaria de conhecer e abraçar você.

 

Fique firme no Caminho de Jesus. Nele você tem tudo para a vida!

 

 

Receba meu carinho e meu desejo de vê-la crescer em amor, sem traumas, sem cinismo, sem indiferença.

 

 

Nele, que nos ama e nos chama a amar sem medo, mas com sabedoria,

 

 

 

Caio

Sete de outubro de 2008

Lago Norte

Brasília

DF

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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