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Cartas

MINHA MULHER ME DEIXA, POR OUTROS, E VOLTA...O QUE FAÇO?

MINHA MULHER ME DEIXA, POR OUTROS, E VOLTA...O QUE FAÇO?

-----Original Message----- From: MINHA MULHER ME DEIXA, POR OUTROS, E VOLTA...O QUE FAÇO? To: contato@caiofabio.com Subject: NÃO CONSIGO MAIS CONFIAR Mensagem: Querido Pastor, Já escrevi algumas vezes para seu site, e após ler muitas cartas aqui me senti "respondido". Sei que existem outras prioridades e por isso entendo não ter tido resposta. Se desta vez você puder me responder eu ficarei imensamente grato. Há alguns anos me casei com uma bela jovem, porque ela estava grávida. Os pais dela julgavam ser esta a melhor opção: o casamento. Tínhamos 18 anos. Tivemos dois filhos e com 4 anos de casados, ela me pediu pra separar porque não me amava mais. Saí de casa e ficamos nove meses separados. Não me relacionei com ninguém. Ela sim; mas deu errado, e ela quis voltar comigo... Voltamos, e tivemos uma filha. Depois de seis anos ela pediu separação de novo... por que não me amava mais... e novamente se envolveu com outro homem, e (desta vez casado). Obviamente não deu certo... Um dia, depois de separados, achei no chão de minha casa uma carta (que, segundo ela, caiu de sua bolsa), em que os dois trocavam confissões eróticas. Algum tempo depois ela pediu pra voltar. Todavia, no mesmo dia que ela me pediu isso, eu vi um e-mail dela para ele dizendo que o amava. O problema é que hoje ela diz que me ama e que se arrependeu de tudo, e quer voltar porque as crianças estão infelizes; e ela diz que "descobriu" que só vai ser feliz ao meu lado. Como posso confiar em alguém assim? Eu, sinceramente, não sinto mais vontade de estar com ela. Quero alguém que me ame de verdade, e de quem eu não precise ficar mendigando carinhos. O problema é que todas as vezes que temos oportunidade, nós não resistimos e transamos. Eu me sinto mal depois disso, pois acredito que sexo é entrega de ambas as partes com amor e não uma forma da satisfazer apenas desejo físico. Mas não consigo me libertar disso. Ela vem...e eu transo. Nunca "conheci" outra mulher; namoramos desde os 14 anos. Na verdade não consigo me libertar dela (ela sabe como me tocar), e me sinto responsável por todos os passos dela. Eu quero libertação! Começou errado, e não pode terminar bem. Mas ela insiste dizendo que eu serei responsável pela infelicidade de meus filhos. Querido irmão, o que eu faço? ____________________________________________________________ Resposta: Meu amado amigo: Deus vos tem chamado à paz! Se alguém erra contra mim, e me pede perdão, eu perdôo. De fato, perdôo antes que me peçam perdão. Todavia, se a área na qual erram é de natureza funcional, eu perdôo, mas tal erro não pode ficar se repetindo, pois a questão não só de perdão, e, muitas vezes, não é de perdão mesmo, mas apenas de confiança na capacidade da pessoa de executar aquela tarefa. Todos têm que perdoar a todos. Mas nem sempre o perdão significa a continuidade do vínculo na funcionalidade originalmente proposta. Dizer “você está perdoado” e, ao mesmo tempo, “esquecer tudo”, e deixar a pessoa “recomeçar”, é o desafio do perdão. Mas perdão não é uma compactuação com aquilo no que não se acredita. Quando o caso chega onde o seu chegou, não há perdão envolvido, visto que pela sua narrativa, já deu pra ver que você é um coração perdoador, e sei que esse não é o seu conflito. De fato, o que angustia você não tem nada a ver com perdoar a sua esposa, mas apenas tem a ver com desejar tê-la ou não como esposa, que é um direito seu, dela, ou de qualquer um querer ou não. Afinal, casamento não é prisão; e perdão não é seqüestro. O argumento dela sobre as crianças—que hoje ela usa a fim de fazer você ficar—, deveria ter sido usado por ela mesma, e para ela própria, quando não pensou neles em todas as vezes em que “tentou, e quebrou a cara”. Hoje você não acredita mais, e saiba: demorou... Se seu desejo é ter uma esposa que o ame de verdade, me parece que você terá que encontrar outra pessoa; visto que não acredito que uma mulher que ame o marido consiga ficar tendo casos por aí. Também não acredito que em tendo havido esse histórico emocional e afetivo—ou melhor: sem afetividade dela em relação a você—, alguma coisa vá melhorar como verdade de amor. Pode até haver mudanças de comportamento, mas casamento não é só comportamento; é, sobretudo, amor, confiança, e sentimento recíproco. Para viver nessa insegurança em que você está, e, ao mesmo tempo, manter a saúde, o cara tem que ter recebido de Deus um chamado para viver assim, e ser uma mensagem. Se Deus não chamou você para casar na desgraça, como não creio que tenha feito, o caminho mais natural é resolver tudo conforme o espírito da Palavra: se separar conforme José intentava fazer: com todo perdão, cuidado, dignidade, discrição, e compromisso. Portanto, se você não confia mais e não ama mais—e tendo ela dado a você todas as demonstrações que ela já deu—é seu direito escolher o que lhe faça bem; e, isto pode ser feito sem que você jamais seja negligente com seus filhos. Afinal, você estará apenas rompendo um vinculo conjugal, não seu compromisso paterno—que é instintual—, e não precisa deixar de ser amigo e bom para ela; só não tem é que ficar seqüestrado num casamento por ela. Mas se você quiser tentar...e continuar, é também sua opção. Você não peca, todavia, se achar que sua cota de traições está completa. A minha já estaria há muito tempo, não sem perdão. Como eu disse, num caso desses—e, sinceramente, em qualquer caso—, o perdão é simples, quando a gente entende e crê nos princípios da Graça. O que é difícil é confiar numa mulher que demonstra não só tal infantilidade, mas que também manda você embora “porque se enganou...”; ou porque “deixou de gostar...”; ou, ainda, porque “cansou de ser mãe e esposa...”; e que pede para você voltar apenas porque não deu certo com ninguém ainda. Você tem que decidir por você. Eu, pessoalmente, pegaria meus filhos e cuidaria deles de todo o meu coração, e daria toda cobertura à mãe deles; mas não conseguiria mais ser marido dela; à menos que Deus me dissesse: Caio, casa com ela; pois tua tragédia será a minha Palavra, como foi com Oséias. Quanto a não resistir transar com ela, pelo amor de Deus, é natural. Ela foi a única mulher que você conheceu; pelas experiências extra-conjugais que teve, ela já deve ser muito mais experiente na cama que você; e, para completar, você não tem ninguém... Então, amigo, se não rolar por carinho, rola por pura carência, especialmente se é a mãe dos filhos, vindo, pedindo, querendo e oferecendo. Qualquer homem entende você. Mas tal atração irresistível, nesse caso, nada mais diz que apenas afirmar o fato de você estar muito carente. Receba meu carinho e minha orações. Nele, que ensina a perdoar, e ensina também a gente a ser simples como as pombas e prudente como as serpentes; e a não dar nossas pérolas a quem não dá valor a elas, Caio
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