
EU CONHEÇO ESSE CHÃO de peixe, sal e semente…
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From: EU CONHEÇO ESSE CHÃO de peixe, sal e semente…
Sent: Thursday, June 28, 2007 1:03 PM
Subject: Eu conheço cada palmo desse chão... de peixe, sal e semente.
Caio,
Acabei de escrever isso. Lê-se o evangelho... Então, a gente ou fala ou escreve (ou...engasga).
Escrevi por "compulsão" (e não conheço ninguém que tenha interesse - "sequer potencial" - no que "escrevo" (?) acerca do evangelho [senão, e quando o caso, você]).
É só uma "mensagem na garrafa"... lançada no aquário...risos.
Não se dê ao trabalho de responder, ok?
Abração,
Habib.
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Eu conheço cada palmo desse chão... de peixe, sal e semente.
A forte maresia do mar da Galiléia, provocada pela inesperada tempestade, ergueu ao ar e espalhou o sal que nele havia...enquanto o vento e o mar silenciavam...e alguns peixes...ávidos por luz e vida...pulavam para dentro do barco (por vontade própria, à míngua de rede ou anzol); enquanto milhares lá na imensidão permaneceram (até morrer).
Deixando o mar, deixando o barco, o pescador, ante o deserto sem vida ao seu redor, saiu a semear... mas... estavam todos na campanha da fogueira santa de Israel.
O semeador saiu, ainda assim, a semear por outra via... mas... estavam muitos na Mesquita e outros tantos na Sinagoga.
O semeador permaneceu a semear ao léu, a esmo, enquanto chorava... mas... estavam todos na Missa do Galo (comendo romã e guardando as sementes [para dar sorte]).
Olhos fixos no céu, pegadas cansadas (o espírito é...mas a carne...fraca), o semeador beijou as últimas sementes, molhou-as com saliva e as arremessou ao vento... mas...estavam milhares à beira mar lançavam flores para Iemanjá (rogando por um bom ano) ou contando moedas em suas casas.
O que enviado fora a pescar e semear (e que, por tal, preso fora), por fim, disse (olhando do alto da conexão infinita da cruz): está consumado!
Em meio à escuridão que se seguiu, o agricultor, que enviara o pescador-semeador, deu, então, ordem aos seus anjos para que iniciassem a colheita... muito, muito joio e peixe morto (do pior gênero); pouco, pouco trigo e peixe fresco (da melhor qualidade):
- Acomodem o peixe morto e o joio nas franquias religiosas (em fardos acorrentados); acomodem o peixe fresco e o trigo no meu celeiro (abraçados uns aos outros, se quiserem)!
Mas, senhor: E as sementes?
-As sementes secaram e foram pisoteadas... junto com o sal que se perdeu... e os peixes que à disposição do anzol e da rede permaneceram...
Na Terra, o rastejar da serpente sobre o chão levanta a poeira que a alimenta (mistura seca e pisoteada de semente, sal e peixe morto), mais aumentando a escuridão.
O sol se levanta nos céus e ilumina as muitas moradas dos filhos benditos do pai, que se saciarão livremente (e em paz) de vinho e pão eternos.
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Resposta:
Amadíssimo Habib: Graça e Paz!
Quando a gente deixa de ser estudante religioso ou mesmo profissional da Bíblia (especialmente dos evangelhos); e começa a ler como quem lê, sem magias, sem códigos ocultos, sem alquimias hermenêuticas ou exegéticas, sem culto à letra, ao grego, ao aramaico, ao hebraico; e sem ter que conferir o que entendeu com os manuais de doutrina da religião; e mais: fazendo a leitura sem medo, barganha, ou apenas para, supersticiosamente, garantir a proteção espiritual — então, o resultado é esse que você está experimentando: uma profunda imersão nos tempos, no meio, no ambiente, nos cenários, nos significados simples e originais dos evangelhos; e, como resultado, daí resulta essa forte impressão espiritual e existencial de que se esteve lá; ou melhor: de que se pertence ao ambiente do Novo Testamento, de Jesus, dos discípulos, da Cruz, da Ressurreição, do Pentecoste, e da missão de anunciar a Boa Nova ao mundo, como um dos discípulos da 1ª hora.
Fico muito feliz que isto esteja começando a acontecer com você!
E sei que assim será... E será assim com todo aquele que andar na simplicidade do entendimento, conforme você, meu mano, está buscando e praticando.
Um beijão!
Nele, que está conosco; e, em Quem, estamos, até ao ponto de nos sentirmos, pela intimidade, Seus contemporâneos,
Caio
29/06/07
Lago Norte
Brasília