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Cartas

ESTOU TRAINDO O MEU MARIDO...AJUDE-ME

ESTOU TRAINDO O MEU MARIDO...AJUDE-ME

-----Original Message----- From: Quero SerFeliz To: caiofabio@evangelicos.com Subject: Ajude-me Caro Pr. Caio Fábio, Não nos conhecemos e por essa razão vou tentar ser objetiva e racional e procurar não deixar que a emoção mais uma vez me domine. Tenho 35 anos, sou casada faz quase 15 anos, não tenho filhos, tenho um marido exemplar e dedicado. Conheço a vontade de Deus para a minha vida, mas nos últimos 03 anos voluntariamente optei, mesmo sabendo das conseqüências, por ignorá-la. Não sei exatamente quando tudo começou, só sei que um abismo de fato chama outro abismo e agora não sei mais como voltar. Nesse intervalo de tempo que eu provoquei entre minha comunhão com Deus e minhas necessidades pessoais, andei por caminhos tortuosos e alguns ainda me são freqüentes. Estou traindo o meu marido. No começo me justifiquei com o fato de estarmos atravessando uma fase ruim onde mal havia diálogo. Mas agora voltamos a conversar e a nos relacionar, só que não consigo romper com o meu erro. Sinto prazer no faço. Para piorar minha agonia ainda tenho consciência do que devo fazer, ou seja, romper com tudo isso, evitar magoar meu marido e voltar para os caminhos de Deus. Mas confesso com nojo e vergonha de mim mesma que não sinto vontade o suficiente para retornar. Sinto-me vazia. Peço que não me tome por alguém puramente leviana – se bem que a palavra é suave para definir meu comportamento – mas me de uma palavra, uma orientação, me aponte um caminho para que eu possa, antes de minha consciência cauterizar completamente, voltar a ter paz. *************************************************** Resposta: Minha querida irmã: Paz! Haveria tanta coisa a lhe perguntar antes de dizer qualquer coisa!!! Mas supondo que você apenas perguntou e quer saber o que perguntou, digo-lhe o seguinte: Sua história familiar e afetiva, por exemplo, são fundamentais quando o assunto anda pelas areias movediças da compulsão. Há, todavia, algumas coisas que posso lhe dizer no escuro, sem saber de nada. 1. Sua insistência em que sabe a “vontade de Deus” e também de que “deliberadamente” decidiu partir para o que “sentia falta”, revela justamente aquilo que pretende esconde: seu casamento não é legal; não preenche você; e seu marido nunca “levou você ao céu”—sexualmente falando, é claro. Ou, se um dia já levou, esqueceu de que quem uma vez esteve lá, tem a tendência de querer voltar sempre. 2. A sexualidade tanto encobre quanto manifesta temas de conflitos da alma. Muitas vezes a questão parece estar ligada à sexualidade, pois se manifesta como sexo, mas pode ter sua fonte numa área ainda mais espiritual da vida, de uma insegurança ainda mais essencial. Outras vezes é o posto: não se manifesta como sexo—pode se manifestar como trabalho, obesidade, competição excessiva, fobias várias, etc...—, mas a questão tem a ver com a sexualidade. 3. Sua idade é crucial. Especialmente se você não teve vida sexual ativa e variada antes de se casar (às vezes, quando “houve”, essa “volta” é mais fácil de explicar, entender a tratar). Se você não teve “atividade”, então, hoje você está colhendo as “pulsões” de desejos que cresceram em razão de sua irrealização conjugal, e foram amplificados como desejos pela “proibição da Lei”—que ataca você como “vontade de Deus”. O conhecimento legal da vontede de Deus gera apenas culpa, mas não muda a vida. É somente a pacificação do coração na Graça de Deus aquilo que pacifica a alma para iniciar o caminho de sua própria cura. A genuina manifestação da vontade de Deus, acontece como renovação da mente. Portanto, muda a pessoa pela consciência, que se acalmou na justificação pela fé, e cresceu gradualmente na inclinação para o Espírito. Surgem aí as inclinações para aquilo que para nós será vida. A genuína vontede de Deus vai mudar você. 4. Todos nós temos sombras na alma. São aquelas dimensões que foram reprimidas e escondidas e que ficaram guardadas sob a crosta do ser. É como um vulcão: um dia expele suas lavas. Ora, quando a gente não trata dessas coisas na hora certa, eles se incumbem de tratar de nós na hora em que não esperamos. 5. Sua tristeza por agora estar mais amiga de seu marido e continuar tendo tais desejos—a ponto de dizer: “eu gosto”—, revela apenas duas coisas: a) você não ama o seu marido como homem (não adianta fugir da verdade); b) você gosta do que todo mundo normal também gosta; o problema é que você não gosta de gostar sem estar gostando de ninguém, mas da coisa em si. Ou seja: você está me falando de algo que é muito mais comum da psicologia masculina que na feminina: homens transam sem gostar—gostando apenas do prazer em-si—, mas mulheres, em geral, só transam quando estão gostando ou querendo gostar de alguém. Não sei onde você mora, mas minha recomendação a você é no sentido de que busque ajuda terapêutica. Seu quadro parece ter entrado naquele que pode ser chamado de “vício de sexo”. Normalmente sexo é muito prazeroso, mesmo quando não há uma paixão avassaladora em curso. E quando alguém vem de um longo período de irrealização sexual—e tem um vulcão fechado—, quando a dimensão é aberta, o que surge é uma necessidade compulsiva de esgotar até a última energia. E se a pratica se intensifica e a pessoa aprende a gostar da onda, minha querida, parar é difícil. É como deixar de usar uma droga; possivelmente a mais poderosa de todas elas. Portanto, você terá que tratar isso como aquilo que tem o poder de gerar a mais forte de todas as dependências: a do sexo. O que salva gente que gosta muito de sexo é o amor! Sem amor o gosto pelo sexo gera vício! Me escreva me falando de sua vida, não penas desta situação. Afinal, sua vida é bem maior que esta situação. No mais, leia Romanos 5-8. Foi escrito pra você. E mais: quem disse que teme ficar consciência cauterizada já tem consciência suficiente para olhar para si mesmo, e se encarar na verdade. Aqui no site há uma quantidade imensa de textos que poderão ajudar você durante esse processo. Entre no site e o leia todo! Nele, Caio
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