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Cartas

ESTOU PRA JOGAR A TOALHA...

ESTOU PRA JOGAR A TOALHA...

-----Original Message----- From: ESTOU PRA JOGAR A TOALHA Sent: sábado, 3 de janeiro de 2004 00:59 To: contato@caiofabio.com Subject: A dificil jornada do cristão Bom dia Pastor !!!!!!!!!! Tenho 24 anos solteiro, e estou na Igreja há bastante tempo, desde a infância; mas só me converti realmente há quatro anos. A minha carta é mais um desabafo acerca de como é difícil ser cristão hoje; é tanta cobrança; as pessoas esperam a perfeição de você; no geral somos mais cobrados dentro do que fora das igrejas... No caso, por exemplo, me cobram de não evangelizar, de não ganhar almas, e de eu não ajudar de outras formas... Mas eu não sou evangelista, eu não sou bom de fala, não tenho a eloqüência que muitos têm...e pra mim se torna difícil. Temos todos que ser evangelistas? O pior são os apelos do mundo...são tantos! Leio muitos a Bíblia e outros livros que têm me ajudado muito, mas é muito difícil se manter firme...tenho conseguido, mas aos trancos e barrancos... Já estive melhor...participava mais das atividades da igreja...hoje estou afastado porque discordo da liderança em algumas questões. É difícil encontrar alguém na igreja para conversar...é todo mundo tão espiritual que me sinto o pior dos pecadores! Não sei se todo cristão passa por uma fase assim... sinceramente desejo que não. Me sinto na contra mão do mundo e até da igreja, onde na sua maioria, só se valoriza as “experiências espirituais”, e a Palavra fica esquecida... Pastor, não sei até quando vou conseguir ficar de pé....... Abraço *************************************************** Resposta: Meu querido amigo: Graça e Paz! Sobre as cobranças para você ganhar pessoas para Cristo, essa é uma incumbência equivocada que foi posta sobre você. Eu não tenho nenhuma obrigação ou poder de levar alguém a Cristo. Esse trabalho somente o Espírito Santo pode realizar. Eu não converto pessoas, nunca converti NINGUÉM. Eu apenas prego. E para pregar você não tem que saber fazer uma pregação. Melhor é que nem saiba. Para pregar a gente tem apenas que viver com Graça e falar com sinceridade, com propriedade, e confessar o amor de Cristo sobre todas as Suas criaturas. O resto, meu amigo, é obra do Espírito; não minha, e nem sua. Sobre as dificuldades dentro da “igreja”, é verdade. A coisa está difícil mesmo! Há muito legalismo, mandamentos de homens, patrulhamento, e pouca fé em que o Espírito Santo é verdadeiro— portanto, capaz de Ele mesmo convencer as pessoas—; e há também quase nenhuma Palavra sendo pregada, apesar de não faltar Bíblia, e dela ser usada o tempo todo como exemplo para justificar os saques ao bolso do povo (campanhas), e o controle sobre o rebanho (autoridade), que é a “ditadura dos ungidos”. Também sei que em poucos lugares alguém pode confiar as suas próprias fraquezas aos irmãos, pois dificilmente isso não virará material de santa fofoca, ou provas para uma possível disciplina. Quanto a você se sentir na contra mão do mundo e até da própria igreja, estando a "igreja" como está, de fato, é a mesma coisa. A "igreja" e o mundo só diferem em comportamentos e nas exterioridades deles—o mundo é mais franco, muito mais—, porém não há diferença entre ambos quando se trata de "espírito"; ou seja: essência. Nesse sentido, muitas vezes, o mundo anda melhorzinho... Então, está tudo entendido no seu desabafo! A única coisa que não entendi é o que você quis dizer por “apelos do mundo", e que são muito fortes... O que é o apelo do mundo? Há um monte de coisas que a gente diz que são apelos do mundo, mas não sabe nem do que está falando. Para “crentes” o "apelo do mundo" é o prazer de muitas coisas gostosas, e que nada são além de coisas agradáveis e passíveis de serem usadas se o coração for santo e grato a Deus; sem neurose culposa e sem culpa neurótica. Paulo disse: "...o mundo é vosso". Eu vivo no mundo e faço tudo o que gosto, e não transgrido NADA. O “mundo”, em sua maldade, nunca esteve tão próximo de mim como quando eu tinha que fazer gestão de egos de pastores megalomaníacos, e adoecidos em sua maldade religiosa. Nesse tempo eu me sentia fazendo parte de um sistema do mundo que minha consciência em Cristo repudiava. Agora...comer, beber, sair, passear, ir onde eu quero, e dizer que gosto o que gosto, não é nada além do que cada coisa é. Todas as coisas são puras para os puros; porém para os impuros e de mente maldosa, todas as coisas são impuras. O mundo é a maldade de quem vê, ou é a carne de quem cobiça. Sobre lugares onde não se deve ir, e que não edificam, é simples de tratar. Realmente há lugares de maldade e perversão; digo "lugares" referindo-me apenas aos ambientes. Sim! eles existem. São grandes bacanais, e lugares onde a alma sente que adoecerá se se tornar parte deles....do espírito que ali permeia os corações. Todavia, esses lugares são remotos ou demandam um acesso pago. Não me refiro às distrações normais da vida, que a “igreja” freqüentemente proíbe, e que nada são senão realidades da vida, e que podem ser boas para quem as vê sem maldade. O que me pareceu é que você está de "saco cheio", com uma enorme vontade de ser jovem, normal, de sua idade; e que esbarra nos mandamentos dos homens, e os obedece sem convicção— eu jamais conseguiria!—; e que você já não tem mais "respeito pelos homens" que inventam os "mandamentos" e, por isso, está a ponto de jogar a toalha e soltar a franga. Cuidado! Cuidado porque essa é a pior motivação para o exercício da liberdade em Cristo. Isto porque a desilusão acaba por fazer a mente imatura ir não para a liberdade, mas sim para a libertinagem. E uma coisa nada tem a ver com a outra. Invejar os perversos pode fazer os nossos pés se desviarem do que é bom. O salmo 73 pinta um quadro mais que preciso do que acontece com o coração da gente quando invejamos o pecado dos perversos. Mas a promessa de Deus é outra. Veja: Feliz é o ser humano que não se conduz conforme a opinião daqueles que não vêem a vida com misericórdia e compaixão. Feliz será todo aquele que não invejar o procedimento dos seres que não se movem por piedade e graça e cujo coração tem prazer em pecar. Feliz sempre será aquele que não escolher seu assento entre aqueles só se alimentam de sarcasmo, escárnio, inveja e cinismo. Sim! muito feliz sempre será todo aquele que não sente que está perdendo prazeres por não viver as experiências daqueles que existem sem o amor de Deus. Sim! feliz será todo aquele cujo prazer dos prazeres estiver na Palavra do Senhor e se ela ocupar o seu consciente e o seu inconsciente de dia de noite. Esse ser humano será como uma árvore plantada junto às correntes de águas, e que dá sempre o seu bom fruto na estação própria, e cuja folhagem não desvanece e nem murcha; pelo contrário: tudo quanto fizer se abrirá em flores e frutos numa explosão de vida. Os seres sem coração não serão jamais assim. Nada poderá fazer com que conheçam tal sorte para a alma. Esses tais jamais experimentarão a vida, pois eles não são assim. Seu ser alimenta-se de amargura e cobiça...não são assim como os filhos da misericórdia. Não! eles são semelhantes à palha que o vento espalha sem construir nada na existência...nada que tenha valor aos olhos de Deus. Esta é a razão dos impiedosos não terem o que dizer na hora do juízo. Nem tampouco os obstinados na maldade terão o que argumentar na assembléia da verdade divina. Tudo por uma única e definitiva razão: o Senhor conhece o caminho dos filhos da justiça e da misericórdia, mas o caminho dos sem misericórdia, esse mesmo caminho, os conduzirá à ruína. Assim, meu amado, cresça na fé para aprender que você não é discípulo de homens, mas de Jesus; e que Nele você tem liberdade para TUDO, menos para a libertinagem. Quanto a mim, mesmo que me dissessem que em Cristo eu teria liberdade até para a libertinagem, eu não usaria dessa prerrogativa, e por uma única razão: eu sei que ela faz muito mal, e que dissolve o ser. Em Cristo há as coisas que me são lícitas, mas que não me convêm. Assim, procuro não a liberdade, mas o que faz bem e edifica. Concluindo, você pode estar de "saco cheio", pode mudar de lugar, procurar uma "igreja" mais sadia; o que você não pode é "nivelar por baixo"; ou seja: ...porque eles são ruins dar-me-ei o direito de ficar como eles... Se você começar a ler tudo que há aqui neste site aprenderá o caminho da liberdade e da libertação da culpa neurótica—que é produzida pela religião—, mas jamais aprenderá o caminho da libertinagem. Desse modo faço-lhe um convite, sem medo de errar: leia tudo o que está aqui no site, com um bom coração, e duvido que você não acabará compreendendo, de modo maduro, quais são seus imensos espaços nesta vida pra viver como cristão. Um beijão. Nele, cujos mandamentos não são penosos, Caio
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