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Cartas

DIAGNÓSTICO DO AZAR: LIBERTAÇÃO SEM ENCONSTO (I-II-III)

DIAGNÓSTICO DO AZAR: LIBERTAÇÃO SEM ENCONSTO (I-II-III)



 

 


----- Original Message -----
From: DIAGNÓSTICO DO AZAR: LIBERTAÇÃO SEM ENCONSTO (I e II)
To: contato
Sent: Wednesday, June 28, 2006 12:33 PM
Subject: Libertação sem Encosto


Olá Caio!

Como vai? Espero que bem...

Li sua reflexão "Diagnóstico do azar – Libertação sem Encosto", e notei nela uma grande semelhança com algo que sei que você abomina (e eu também): A Teologia da Prosperidade e a Confissão Positiva. Afinal, os seguidores de Kenneth Hagin, Benny Hinn e Cia crêem que por meio de sua fé e confissões positivas ("ordens a Deus") podem criar a realidade que desejarem. Crêem que podem manipular as forças espirituais a seu favor, e que cabe ao homem somente descobrir como fazer isto, para ser em tudo bem sucedido: saúde perfeita, prosperidade, casamento feliz, ministério ungido, etc. Tudo, é claro, "em nome de Jesus".

Em sua reflexão, você dá o exemplo do rapaz que seria um pára-raios e transmissor de energias espirituais, psicológicas e cerebrais ruins, causando danos não somente a si mesmo como também acidentes, doenças e mortes de pessoas próximas.

Afirma depois que criamos aquilo em que acreditamos, e que por isso devemos "manter a mente cheia de fé e de pensamentos construtivos. O mesmo deve acontecer com nossas palavras e propostas de vida e para a vida." Afirma também que devemos manter o nosso coração livre do medo, para que assim não sejamos bruxos inconscientes, que apenas recebem e irradiam energias mentais e espirituais, para vivermos em um mundo real e protegido.

Concordo com você na questão de que devemos ter pensamentos construtivos, fé e coragem para enfrentar a vida. Concordo também que pessoas pessimistas deixem o "ambiente pesado", sejam desagradáveis no convívio e que sejam as maiores sabotadoras de sua felicidade.

Mas quanto à questão da transmissão/recepção de energias espirituais e psíquicas que interferem inclusive no destino de outras pessoas, penso que suas colocações são muito semelhantes às feitas pelos teólogos da prosperidade e aos palestrantes de cursos da Nova Era. Estes estão sempre preocupados com as palavras que proferem, para não dizer nada "negativo" que possa se transformar em realidade negativa. Não confessam a doença, crendo que assim serão curados, não confessam o fracasso, crendo que assim serão sempre bem-sucedidos, "determinam" bênçãos, pois crêem que assim aquilo se tornará real... bem, você sabe disso melhor do que eu.

As energias espirituais são assim tão manipuláveis? Onde ficariam então a onipotência e soberania divinas?

Dentro desse contexto de manipulação energética, a afirmação do Mala sem alça de que a fé que faz as coisas acontecerem independe da soberania de Deus estaria correta, não?

Desculpe por te incomodar mais uma vez, mas quem coloca um site como o seu no ar fica sujeito a chatos como eu, hehehe!

Beijo,


Rodrigo
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Resposta:


Amado Rodrigo: Graça e Paz!


Primeiro re-leia o texto que você mencionou outra vez. Aí vai.

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DIAGNÓSTICO DO AZAR: e a proposta de libertação sem encosto!

 

 


“Bem-aventurado é aquele cuja mente está posta em Deus” — paráfrase de Isaías.

 

Conheço gente que parece que tem uma parabólica de captação de tudo o que é ruim; assim como conheço gente que vive o oposto, como se tivessem nascido de “quina pra lua”: tudo lhes dá certo!

De fato, já vi e vejo coisas aterradoras, especialmente quando se trata de gente boa que parece que atrai tudo o que é ruim.

A pergunta de todos, quando vêem pessoas boas sempre sendo vitimadas por alguma coisa, é uma só: Por quê?

Ora, a resposta evangélica da moda é simplificar tudo no “enconsto”, ou na “maldição hereditária”, ou diretamente no “diabo”. E, assim, muitas vezes, inventam “demônios” novos, os quais passam a fazer parte do patrimônio psicológico desse ser já tão magoado pelas perseguições “carmicas” de sua própria existência — e que, agora, depois do “diagnóstico” ou do “diabinóstico” dos “pastores”, além de psicologicamente complexificada por diversos fenômenos, ainda a eles (aos fenômenos) se incorpora um “psiquismo demoníaco”, que faz a pessoa se sentir “vítima” do diabo; e, assim, mais calamidades lhe virão; pois, todas elas, no caso de pessoas com “vício de tragédia”, nascem das projeções que procedem do interior de cada um.

O próprio Jó, que na Bíblia é o ser arquetípico a representar esse estado de calamidades aleatórias e desproporcionais, confessa que tudo o que ele temia, isso mesmo lhe acontecera. Ora, isto, no caso de Jó, não diminui a “demanda de Satanás” pela vida dele na presença de Deus. Entretanto, não se pode também desprezar o elemento do “medo” presente na confissão de Jó, apenas porque Satanás também se fez presente no processo.

Medo é a pior macumba!

Quem teme — transpira, exala, irradia, emana, emula, transmite, passa, envia, comunica e faz uma ambiência favorável à criação de calamidades. O cachorro o ataca. O ladrão o assalta. O estuprador vê essa fraqueza e por ela é atraído. O mal-caráter se acha em casa. Os inimigos decidem abusar. Os amigos dão menos importância. A namorada (o) confia menos ou não confia. As doenças encontram seu habitat. E até o cérebro da pessoa passa se formatar por aquele estado de sobressalto, e, assim, irradia tanto sinais químicos quanto de natureza energética até para quem passa pelo seu caminho ou com essa pessoa convive.

Medo é a antítese da fé. Meu pai costuma dizer que quando o medo entra pela porta é porque a fé já saiu pela janela.

Assim se pode dizer o seguinte acerca do medo: “Ora, o medo é a certeza inconsciente de todas as coisas que se teme, e a inconsciente entrega à possibilidade de experimentar tudo o de que se tem pânico e pavor”.

É obvio que há certas pessoas que carregam heranças genéticas, culturais e psicológicas terrivelmente negativas. E, tais pessoas, são como um Armazém de doenças e de dificuldades herdadas. Entretanto, havendo disposição de enfrentar tudo o que é de natureza psicológica e cultural, mudando hábitos, discernindo condicionamentos, desmontando arquiteturas mentais; e também tratando das coisas que geneticamente podem ser diminuídas nas “profecias de DNA” — a pessoa pode diminuir todas as implicações que tais coisas carregam.

Mas não é acerca disso que se está falando; embora uma pessoa que se impressione com tais “acervos e heranças” (em razão do medo) possam até mesmo vir a exacerbar tais coisas em sua própria vida.

O medo realiza todas as profecias do mal!

Além do medo, eu digo que sentimentos de ódio, de ira, de mau-humor, de vingança, de hostilidade, de inveja, de “comparação”, de amargura, de maledicência, de desejo perverso, e seus derivados — atraem também as calamidades sistêmicas.

Sim, porque existem calamidades factuais e acidentais, assim como existem, diferentemente das primeiras, as calamidades sistêmicas. É acerca dessa última possibilidade que estamos falando.

Desse modo, desejo prosseguir dizendo que há pessoas que se tornam “parabólicas de recepção de calamidades”, assim como elas mesmas, muitas vezes, terminam por se tornar “transmissores de calamidades sistêmicas”. Ou seja: são aquelas pessoas que onde quer que estejam sempre acontece algo ruim a elas ou a quem está com elas; ou ainda a quem elas amam.

E por quê?

Ora, para não falarmos em medo, cujo poder de provocar ambas as coisas é óbvio, falemos de algo mais sutil ainda.

Auto-vitimização e aceitação de um estado de azar, são também derivados do medo que sutilmente criam essa pessoa que recebe e irradia coisas ruins.

Na auto-vitimização o que se tem é uma mente que acredita que não há valor em si mesma; ou que tal valor não é visto e percebido; ou que creia que há uma conspiração cercando-a —; sem que isto seja ainda um estado clínico de paranóia.

Ora, tais pessoas tornam-se emissores de energias espirituais, psicológicas e até cerebrais, ruins; e que fazem mal a elas próprias, como também chegam a transmitir seu estado para outros que com eles convivam com constância.
Desse modo, uma pessoa que vive de auto-vitimização, e que usa isto como capital relacional fundamental, buscando sempre manipular pela “pena e pela compaixão”, tornam-se tão miseráveis em si mesmas, que sua presença acaba por irradiar o peso de tais sentires; razão pela qual, quando tal pessoa se ausenta, o ar fica literalmente leve.

Sobre a aceitação de um estado de azar, também devo dizer que conheço algumas pessoas assim.

Aqui vai um exemplo, dentre muitos até bem mais chocantes do que o que narrarei a seguir, mas que foi por mim escolhido para ilustrar o que digo por ser algo relacionado a uma pessoa que acompanhei por muitos anos; e que, portanto, passa a ter um interesse especial para mim.

Falo de um rapaz que teve um trauma na infância e foi objeto de cuidados especiais. Então, na família, tal pessoa passou a ser um “cara diferente”, necessitando de cuidados adicionais. Aos 17 anos foi trabalhar e foi “adotado” por todos. No emprego todos percebiam sua fragilidade, e brincavam com o fato de que um garotão tão novo fosse tão cheio de achaques e cuidados. Então o moço incorporou a “cultura” da casa e do trabalho. No ambiente profissional, entretanto, passaram a brincar com as muitas dores que o moço apresentava. Assim, ele terminou por assimilar todas aquelas coisas como parte de si mesmo. Os anos passaram, e os males do rapaz aumentavam. Dores nas costas, nos pulsos, nos braços, nas pernas, no estômago, no fígado, nas coxas, em todos os lugares. E, com isto, ele passou a ser objeto de mais brincadeiras ainda; pois nada parecia sério demais. Depois de uns tempos, sempre que ele estava presente nas coisas, algo acontecia: o carro quebrava, acidentes aconteciam, madeiras caíam, equipamentos davam defeito, alguém de machucava; ou, então, ele mesmo era o azarão, o acidentado. E todos faziam gozação do cara “pé-frio-azarado”. Tudo na gozação. Enquanto ele mesmo gostava de ser essa persona. Com o passar do tempo, ele virou um personagem, um azarão profissional, um mascote de mandingas engraçadas. Então, quando havia algo delicado e perigoso a ser feito, pediam sempre, na gozação, que o carinha não chegasse nem perto; e como ele também não era chegado a grandes esforços, saía do lugar rindo e fazendo gozação de si mesmo.

Numa boa! Até que pessoas que ele amava começaram a adoecer, a morrer, a se acidentar, a se machucar, etc. Por último, até a namorada, recém conquistada, por quem o rapaz estava e está apaixonado, sendo apenas uma jovem mulher de 28 anos, teve um AVC.

— Pastor, o que está acontecendo comigo? — me indagou ele falando sério pela primeira vez.

Minha resposta a ele foi mais ou menos a seguinte:

Você se tornou uma bateria de captações e de transmissões de tudo aquilo do que você ri a seu respeito; mas que, no fundo, no seu inconsciente, você acredita. Você acredita que “tudo com você é assim”; e, assim, você cria tudo aquilo no que você acredita; pois tudo é criado na mente; no pensamento; e se mantém pela continuidade do processo mental viciado em ser-pensar-assim; o qual acaba virando um olhar da vida e de si mesmo; como se nós fossemos aquilo ou daquele jeito; e sem cura.

Ele se tornou um bruxo no inconsciente!

Sim, porque a bruxaria como fenômeno é exatamente isto; podendo ser consciente ou inconsciente.

A bruxaria consciente é perversa; pois pretende interferir na existência de outrem, mudando-lhe o caminho para um fim que não é fruto da escolha do indivíduo.

Já a bruxaria inconsciente é apenas o fruto da irradiação de um medo feito “carma”; ou seja: uma coisa que acompanha a pessoa sem que ela saiba o por quê; mesmo que a pessoa diga crer ser uma conseqüência de uma outra vida anterior.

Desse modo, nossa mente não apenas cria nosso olhar da vida, como também pode produzir um caminho exterior ruim; e isto não apenas para a própria pessoa, mas até mesmo para aquelas que a cercam. Sim, porque todos nós irradiamos quem somos; e também o que temos em nós; especialmente no convívio e com o tempo.

É por esta razão que cada um de nós deve buscar manter a mente cheia de fé e de pensamentos construtivos. O mesmo deve acontecer com nossas palavras e propostas de vida e para a vida. E, além disso, manter o coração livre de medo, em razão da Confiança, é o que nos dá a garantia de que viveremos num mundo real e protegido; ao invés de nos tornarmos apenas seres que recebem e irradiam energias mentais e espirituais; tornando-se, assim, um ser sujeito às manipulações e aos acidentes evitáveis da existência; escapando desse modo de existir como um bruxo no inconsciente.

Ora, eu poderia dizer muito acerca disto, mas meu objetivo hoje é apenas deixar você pensando nisto!

 

Nele, que cura o nosso olhar da vida e de nós mesmos; e, assim, muda azares em desígnios do bem,

 

Caio

 


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CONTINUANDO:


Ora, isto relido, vamos à sua carta!

Se você acha que não crê e não gosta da Teologia da Prosperidade e C&a, imagine eu. Sim, imagine eu!

Você acha que dá pra comparar o seu desgosto com o meu em relação a tudo isto?

Ou mais: você acha que o que disse acerca das produções da mente foi um lapso, um desaviso, um equivoco, uma irreflexão que acabou por me colocar ao lado daquilo que combato antes mesmo de no Brasil virar moda?

Não, meu mano! Não é nada disso!

O problema é que, como todo cristão doutrinado na “igreja”, você assimilou a idéia de que a “mente-cérebro” é um lugar no qual somente Deus entra e ninguém mais; que o cérebro é quase o espírito; que os braços e pernas têm força física, mas que o pensamento não é uma energia, mas apenas um algo-fixo-dinâmico-em-si-mesmo, e que é algo tão somente utilizável conscientemente — como quando dou ordens aos meus membros ou a qualquer outra coisa comandável conscientemente por mim—, não o sendo inconscientemente, quando nem estou pensando sobre nada, mas sentindo e respondendo à vida. 

Então, quando você me lê falando do fenômeno mental, psicológico, espiritual e energético das calamidades fabricadas — fica pensando em “Deus”, em como o “mundo de Deus” estaria sendo invadido pelos fenômenos humanos.

Na realidade, não sei se você prestou atenção, mas meu texto não fala de “Deus”, mas do homem apenas. E por quê? Porque estou falando apenas do hardware da questão: da máquina mental e seus derivados.

Ou seja: falo de coisas provadas e testadas em laboratório cientifico; falo de energias sutis hoje inegáveis; falo de emissão, de transmissão, e de conectividade; independentemente de Deus.

Sim, falo; e insinuo naquele texto que até uma mente ateia-positiva, pode ser melhor do que uma mente crente negativa. Digo: apenas como fenômeno mental.

O pessoa da Teologia da Prosperidade e da Neurolinguística Evangélica relacionam tudo isto a Deus. Eu não! Deus não tem nada a ver com isto no sentido de Sua participação como Amém.

Não! O que está sendo descrito nada tem a ver com a maluquice religiosa ou com neurolinguística que você mencionou, como se eu tivesse me esquecido de mim mesmo e do que creio.

O que estou dizendo é algo tão simples quanto dizer que relâmpagos existem e radio freqüência também. Apenas isto!

Já na Teologia da Prosperidade, todas essas coisas são poderes do homem sobre Deus; e não poderes do homem sobre a existência.

Sim, porque o homem tem grandes poderes sobre seu ambiente; não só físico, mas também na criação de emanações psicofísicas.

Ou seja: estou falando de ciência da conectividade e de energias sutis estudáveis; e não de “teologia”, de “doutrina”, nem tampouco da Soberania de Deus.

Ou você acha que a Soberania de Deus fica impedida porque meu braço TEM o poder de matar?

Além disso, não falo de superstição neurolingística, do tipo que proíbe palavras negativas. Meu Deus! Que tolice! Sim, porque as “palavras” podem ser até boas, e positivas; mas o que destrói no nível por mim descrito, não é a filologia da palavra, mas a energia da emissão, mesmo que palavra alguma seja jamais dita.

Sim, falo apenas de um estado mental reprovável, o qual tem o poder de destruir o mundo, conforme a nossa geração assiste.

Portanto, a fim de não ampliar um tema rico de informações cientificas e que em si nada tem a ver com religião e suas crenças e superstições, estou apenas ampliando um pouco mais a explicação, e falando do fenômeno humano e de suas capacitações.

Para você talvez tenha ficado difícil de entender, tanto porque você associou qualquer que seja o estudo sério sobre o poder da mente à bruxaria cristã da Teologia da Prosperidade, como também porque, além disso, você vincula tudo à Soberania de Deus de um modo que você não faz com suas pernas e braços.

Sim, por que você anda, salta, pula, corre, vai onde deseja, etc — e a Soberania de Deus não fica afetada, mas se sua mente fizer algo do gênero, ainda que de modo muito mais sutil, você pensa que entra em choque com a Soberania de Deus?

O que é? Se for visível Deus não liga para a “força” ou energia (a dos braços, pernas, etc), ma se for da mente Ele se sente em concorrência?

O que nós precisamos saber é o seguinte:


1. Assim como o braço humano tem poder, a mente humana também tem.

2. Tal poder se relaciona ao olhar positivo ou negativo que alguém tenha da vida; e não tem nada a ver com palavras mágicas de confissão positiva, mas sim com o que a mente — indo do cérebro às imaterialidades imponderáveis do elemento mais abstrato no homem—pode realizar sem que a própria pessoa saiba; especialmente realizar contra si mesma. Ou seja: estou apenas afirmando aquilo que nos últimos 30 anos, de modo cientificamente sério, a ciência já concluiu pra além da dúvida.


3. Esse poder tem estado mais presente no meio religioso do que o poder de Deus. Sim, porque a mente do homem faz coisas incríveis, e que são atribuídas a intervenções de Deus. E é por não entendermos isto que julgamos que tudo o que foi pedido aos céus e que voltou, foi resposta de oração. E, muitas vezes, não é assim. Digo isto porque a mente fabrica muita coisa e cria muitas ambiências e circunstancias; visto que ela, de si mesma, tem seu próprio poder, assim como meus braços e pernas possuem.


Infelizmente estou tendo que dar uma saída. Mas sugiro a você que pense no que lhe disse, pois, a mim parece que esse conflito só está em você porque, de modo ainda evangélico, você vê a mente apenas como uma caixa-preta-da-soberania de Deus; e não é.

Quanto ao pessoal da Confissão Positiva, seu grande pecado é, antes de tudo, fazer isto em nome de Deus; e, além disso, com o espírito de bruxo que tenta controlar a Deus e a vida com palavras de comando; ao invés de apenas andarem pela fé, e com a mente cheia de gratidão.

Sim, porque nenhum estado mental é mais poderoso, humanamente falando, do que aquele que é carregado pelo amor grato!

O grande poder mental vem do Amor Grato! Não esqueça!

Se pararmos aqui, estaremos falando de ciência da mente apenas. Se passarmos deste ponto, estaremos falando de superstição, manipulação e tudo o mais que você sabe que eu abomino como poucos o conseguem.

Eu fico AQUI.


Nele, que diz que tudo está no olhar,

 

Caio

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----- Original Message -----
From:  CONTINUAÇÃO - III
To: contato
Sent: Friday, June 30, 2006 11:46 AM
Subject: Libertação sem Encosto

Caio,

Que a Graça e a paz do nosso Senhor Jesus Cristo sejam sobre a sua vida hoje e sempre!

Não esperava uma resposta tão abrangente ao meu e-mail, obrigado por sua atenção e carinho! E isso porque você tinha que dar uma saída...

Antes de mais nada, quero esclarecer uma coisa pra você: Antes de entregar a minha vida a Cristo, freqüentei muitos cursos de "Mind Control", como os do Método Silva, Pró Vida, etc. Li diversos livros que falavam de chakras, do poder da mente, de pirâmides e por aí vai. Fui um verdadeiro entusiasta desse pensamento da Nova Era;  portanto, meu entendimento sobre o poder da mente e sobre energia espiritual não vem de doutrinas aprendidas na igreja. De fato, quando comecei a freqüentar a igreja, há pouco mais de três anos, procurei moldar a Bíblia aos meus conceitos próprios de justiça e salvação, até que tive um encontro verdadeiro com Jesus, e não tive outra saída senão ajoelhar-me a seus pés e aceitá-lo como meu Salvador e Senhor.

Talvez você me pergunte então: Se você já sabia disso, por que toda essa conversa sobre a soberania de Deus? O que tem a ver a soberania dEle com fenômenos naturais, como a força das produções mentais?

Eu explico: Porque penso que acima do poder do meu pensamento, acima da minha força de vontade, acima do meu otimismo e pessimismo está a direção dEle sobre a minha vida, e que nada acontecerá a mim ou a você se Ele não permitir.

Estava pensando sobre a vida do apóstolo Paulo, e ele me parece uma das pessoas mais azaradas que já conheci. Só para ilustrar, aquela passagem que está no final do Livro de Atos, onde primeiro o navio em que ele viajava para Roma naufraga, depois, já na ilha de Malta, uma serpente abocanha sua mão ao pular do fogo! Isso sem falar de outros acontecimentos...

Mas Deus o guardou em todos os momentos, porque havia um plano em sua vida: o de testemunhar de Sua Palavra perante o imperador em Roma. Me lembro também de seu testemunho, daquele acidente no Amazonas onde o jipe iria colidir com o seu e explodiu em uma barreia invisível.

Comparando com exemplo que você usou, do braço que tem o poder de matar, penso que posso puxar o gatilho com o intuito de matar alguém, mas este alguém só morrerá se o Senhor assim o permitir.
 O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos. (Pv. 16:9)

Poderia citar outros exemplos, inclusive comigo mesmo, mas acho que você já entendeu meu ponto de vista.

Portanto, eu creio que mesmo que esteja ao lado de uma pessoa que seja uma Chernobyl de energias negativas, não sofrerei dano algum, porque eu estou nEle e Ele está em mim. Você mesmo falou sobre isso, quando citou a Confiança que nos garante um mundo real e protegido de manipulações e acidentes da existência.

Desta forma, não penso que a soberania de Deus atue de uma forma no plano físico e de outra no plano espiritual, mas exatamente da mesma forma nos dois planos.

Escrevi tudo isso para você entender o que me levou a escrever aquele e-mail pra você, pois não foram conceitos doutrinários teológicos evangélicos.

Com relação à sua resposta, quero dizer que você me fez ver que eu não havia entendido o seu ponto de vista, que era o de tão somente explicar fenômenos psico-físicos que acontecem com todos nós, acerca dos quais poucos têm consciência.

Por essa razão, peço desculpas pela minha precipitação, pois eu deveria ter lido a sua reflexão com mais atenção.

De qualquer forma, espero que a sua resposta tenha ajudado a outros que possam ter levantado as mesmas questões...

Um beijo e que o Senhor continue te abençoando e concedendo longanimidade!

Nele, que faz morada em nós,

Rodrigo
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Resposta:


Amado Rodrigo: Graça e Paz!

 

Obrigado pelos seus esclarecimentos, os quais muito me teriam ajudado na resposta que lhe dei, caso soubesse de seu background na chamada “Nova Era”.

Na realidade, há três coisas apenas que desejaria lhe dizer:


1ª Que ainda que você tenha “aprendido” essas coisas na Nova Era seu trauma com elas continua presente. Sim, porque não foram as doutrinas evangélicas que o levaram a tais fenômenos, mas foram elas que o levaram a re-interpretar tais fenômenos; e, segundo penso, trata-se de um interpretação evangélica da mente. Ora, com o passar do tempo (você disse que chegou a tal meio faz três anos apenas), você mesmo vai entender, cada vez mais, na prática, o modo como os evangélicos vêem tudo, inclusive a mente; e verá que evangélico só crê na mente como banco de “deposito e saque” de informações; não ela servindo para mais nada. Assim, se na “Nova Era” tudo é mente, entre os evangélicos nada é mente. Portanto, ambos mentem quanto à mente!

2ª Quando falo em Soberania de Deus não o falo com categorias evangélicas. Ou seja: não penso em Soberania como a ajuda de Deus em meu favor a fim de me livrar sempre; ou, no pior cenário, autorizar o que de mal me possa vir. Não! Seria reduzir demais o Deus Soberano! Sim, porque essa ainda é a Soberania do Rei Distante; pois ainda é a Soberania como Controle do Poderoso Distante. Ainda é a Soberania da proteção aos especiais. E ainda é a Soberania de Privilégio. Eu, todavia, quando falo em Soberania de Deus, falo de algo insistematizável e que não pode ser objeto de Reflexão; posto que a Soberania de Deus é Mistério Absoluto. Já a “doutrina” cristã da Soberania de Deus tenta sistematizar as coisas, de modo que Deus seja Soberano para com os que o chamam de Soberano, não tratando do mesmo modo os que assim não o conhecem ou não o chamam. Jesus, entretanto, quando afirmou essa Soberania, abriu o leque universalmente, e disse que Ele faz vir chuvas sobre maus e bons. Portanto, colocando assim a Soberania de Deus em tudo o que concerne a tudo no Universo, independentemente de ser “mau ou bom”; do nosso ponto de vista. A outra coisa é que na “doutrina da Soberania de Deus”, conforme a maioria crê, Deus é o Soberano que, quando precisa, intervém no processo; e isso seria a Sua Livre Soberania. Ora, é claro que Deus faz quando quer e como quer! Entretanto, quando falo em Soberania, não falo de uma doutrina sistematizada, mas sim do Ser de Deus. Soberano Deus é! Não se trata de um “recurso” divino, mas sim de Quem Ele é. Assim, tudo é Soberania de Deus. Tudo. Afinal, não é Ele que, existindo fora do processo (a palavra existir já tira Dele o significado de Deus), sendo Soberano, decide quando Ele entra e quando deixa ser? Assim, teríamos a Soberania “No Way”, a Soberania “Let it to Me”, e teríamos a Soberania “Let it be”. Em todos esses três casos, Deus está fora, e decide se diz “De jeito nenhum”; se diz “Deixa isto Comigo”; ou se diz “Deixe as coisas irem...” Eu, todavia, embora creia que Deus aja também como acima descrito, não creio que Ele está “fora” e que entra nos processos quando e porque é Soberano apenas. Não! No meu modo de ver, tudo está em Deus; e nada é e nada acontece sem ser nesse ambiente de Deus; e, além disso, creio que toda a complexidade da existência, acontece Nele; inclusive aquilo que designamos “bom” ou “mal”; ou ainda, como luz e trevas — posto que Ele mesmo é Aquele que cria o mal e faz o bem; que cria a luz e faz as trevas; pois tudo é Nele; e nada há fora Dele. Desse modo, se existir algo que não seja e esteja na Soberania de Deus, então, esse algo, é Soberano de si mesmo. E todas as coisas, da mão que mata à mão que cura, da mente que gera o bem àquela que só provoca o que chamamos de mal — tudo existe em Deus; e, portanto, no Ambiente Absoluto da Soberania. E mais: tanto o poder para matar como o poder para curar, tanto o homicida quanto o curador, recebem de Deus sua força. E é isso o que torna os humanos tão culpáveis; pois a nós foi dado poder. Afinal, foi Jesus Quem disse que até o executor Dele, poder nenhum teria sobre Ele, se do céu não lhe fosse dado. Como está escrito sabiamente, “se Deus pensasse só em Si, e retirasse o Seu Espírito, toda carne a uma expiraria e tudo voltaria ao nada”.

3ª A mente tem mais poder que o braço. Ou não tem? Ora, se você admite que o braço possa matar, e que isso seria uma “permissão” divina (embora em alguns casos isto seja até ordem divina, por mais politicamente incorreto que soe) — por que você tem tenta dificuldade para crer, sem tirar e nem pôr, do mesmo modo, acerca da mente? Sim, porque de fato não há diferença; pois força é força; e poder é poder. A diferença é que o braço que mata não tem nem de longe o poder que tem a mente. O braço age na materialidade. Já a mente, parte do invisível aos olhos e atinge a totalidade de modo imperceptível e sutil. O profeta Oséias nos diz que por causa da desarmonia entre os homens, e em razão de sua disposição mental, até as aves estavam morrendo, os rios secando, e os pastos desaparecendo. Jesus disse que quando entrássemos numa casa, que disséssemos “Paz seja nesta casa!” E acrescentou que se naquela casa houver “um filho da paz”, que a nossa paz seja com ele; mas se não houver ali uma alma dessa qualidade, que a nossa paz volta para nós outros. O mesmo se pode dizer das dezenas de textos dos profetas nos quais lugares de maldade se tornaram geografias de demônios e de “fantasmas” — ou seja: lugares carregados de energias psíquicas resultantes do acúmulo de maldade ali estocada. Entretanto, você nem poderá entender o que lhe digo, se não tiver também noções bem claras acerca do significado do Inconsciente Coletivo; que, na Bíblia, conforme tenho dito muitas vezes aqui no site, aparece também como “a medida da iniqüidade” dos povos; os quais, (os povos) também na Bíblia, muitas vezes não são destruídos em razão de que a medida de sua iniqüidade ainda não “transbordou”. Estou superficial e apressadamente dizendo estas coisas, apenas para que você saiba que assim como a Natureza existe totalmente no Ambiente da Soberania, tudo o mais também nesse ambiente existe; posto que o próprio ambiente da existência já é, em si mesmo, a Soberania de Deus. Entretanto, a Natureza tem seu caminho de aparente independência de Deus, pois, também aparentemente, existe de si mesma; embora saibamos em Quem ela e tudo subsiste. Ora, a Soberania de Deus na Natureza não é diferente da Soberania de Deus entre os homens. Sim, “pelo mar foi o Seu caminho, mas não se acham os Seus vestígios”, diz o salmo. Ou seja: a Soberania de Deus é o Ambiente Inexplicável e infinitamente Intricado, no qual as infindas interconexões da teia da Existência multidimensional têm sua convergência e sentido; ainda que para nós seja tudo Mistério. Todavia, dentro desse Ambiente de Sentidos e Desígnios Misteriosos (Soberania de Deus), acontecem também as pequenas coisas, as de natureza tópica, como o braço que mata ou a mente que se perturba e que perturba o meio em que está. Ora, se as más conversações corrompem os bons costumes, como diz Paulo; e se um pouco de fermento leveda toda a massa, também conforme ele; ou ainda se a perturbação mental-espiritual do Gadareno sai dele de modo tão objetivo quanto invisível, e entra em porcos, e os emula a saltarem despenhadeiro abaixo no lago de Genesaré — é porque há algo que sai de um e entra noutro. Ora, em se tratando de espíritos maus, todo aquele que anda em fé, e que siga descansado, está seguro; pois, nesse caso, o pior diabo não é o Diabo, mas o homem com mente-diabo. Portanto, quando se trata de um encontro com uma mente humana que não é possessa de demônios, mas apenas de maus intentos ou tomada por um processo de auto-boicote e profunda anti-fé em tudo — a influencia de tal “coisa ruim” é de uma sutileza tão grande que demora-se a detecta-la na maioria das vezes. Assim, uma pessoa tomada por um estado mental desse tipo, não raramente faz mal a toda uma casa quando se trata de algo conforme tenho dito desde o início; ou seja: de um relacionamento contínuo. Ora, pessoas que já foram casadas com gente de mente ruim e negativa sabem com certeza o que estou falando; pois, em tais casos, quando a pessoa que pesava megatons de angustia e estranhezas, se vai... — em geral o ambiente inteiro muda, sem que um móvel seja retirado do lugar.       


Ora, senti que sua preocupação decorre mais de seu trauma com a utilização ou busca de tais fenômenos em seu passado, do que decorre da coisa em si, ou de minhas afirmações até aqui; posto que o que digo tem amplo amparo como fenômeno nas Escrituras. Entretanto, como disse, não estou discutindo “teologia”, mas apenas constatando o que de modo sério (não na Nova Era), cientificamente estudável, vem sendo provado faz tempo. E eu teria uma grande quantidade de livros a indicar a você sobre o assunto, mas, para facilitar, recomendarei apenas o mais simples e bem ilustrado de todos eles, chamado “The Heart’s Code”.

Ninguém na terra tem o poder de me fazer mal com a mente enquanto a minha mente estiver firme na Confiança e no amor de Deus. Ninguém e nada tem tal poder sobre mim em Cristo! Entretanto, se por acaso eu relaxar, e passar a apreciar como vínculos permanentes relacionamentos que só carregam maldade, hostilidade, inveja, cobiça, maldade, negatividade, e insatisfação amargurada pela inveja — saiba: eu sei que serei influenciado caso não tenha consciência de onde e de com quem estou; e, obviamente, se tal relação for contínua, consentida e apreciada. E mais: digo isto porque já provei isto como homem de fé que se descuidou por um momento!

Ora, Paulo disse que até o encontro com uma prostituta poderia deixar o resíduo de suas energias psíquicas e espirituais em nós; pois, no caso do sexo com ela, por mais casual que seja, haverá uma troca de energias espirituais; posto que por um momento nos tornemos “um com ela”.

Judas, não supersticiosamente, diz em sua epístola que é para abominar até a roupa contaminada pela “carne”. No caso, não é de panos que ele fala, mas da simbolização de que até o que cobre a emanação do que é ruim fica carregado daquilo que vestia.

É pela gratidão, pela confiança e pela certeza do amor de Deus por nós que somos guardados e protegidos. E se mantivermos a mente firme Nele e atenta aos mundos nos quais entramos; e mais: se formos prudentes quanto a não chamar o diabo do pensamento perverso de “meu louro” — não há nada a temer jamais.

O problema é que a “doutrina da Soberania de Deus” não ajuda em nada nessa hora; posto que haja milhares de pessoas que dizem crer na doutrina da Soberania, mas que, nelas mesmas, são usinas de transmissão de tudo o que é ruim, posto que sua mentes não estão sob a paz e a confiança no Deus que é.

Quanto ao rapaz que mencionei no texto original, ontem conversei com ele; e soube que antes de ontem ele foi levar a namorada de 28 anos, que teve um AVC, até ao hospital, e, na entrada, ela caiu e quebrou o braço. Falei sério com ele sobre isto; pois faz mais de 19 anos que, de longe, acompanho essa jornada dele. Agora, depois de muito relutar, decidi ser intruso na vida dele, e pedir permissão para tentar ajudar.

O fato, meu irmão, apenas para terminar, é que já vi crente, aparentemente piedoso, me mostrar que em três meses, cerca de 120 tragédias em cadeia se sincronizaram contra ele; e de tal modo, que eu, mesmo vendo que o homem estava em desespero, não cri que tal coisa pudesse acontecer a ninguém; e, portanto, fui verificar se ele me dizia a verdade. E era tudo real. Foi depois que descobri que ele apanhou a mãe na cama com um homem, e, por conta disso, se encheu de ódio. Daí em diante, viveu os três meses de desgraças inimagináveis. Tratamos da questão do ódio e a coisa toda cessou.

Ora, nem todas as pessoas são assim. Algumas têm propensões psicológicas para serem deflagradoras ou atraidoras de tais coisas. E tudo depende do estado mental.

Por isto Paulo manda não andar ansioso, manda pensar em coisas boas, e diz que só assim a paz de Deus será conosco; pois, afinal, até hoje, nunca vi um ser infeliz gerar felicidade; e nem um ser negativo produzir construtividade; e nem um ser amargurado emanar paz e alegria!

Sofrerá muito na vida quem não levar tais coisas a sério!

Receba meu carinho; e também receba minha sugestão de que você descanse de seu trauma de “Nova Era”; e, não permita que um trauma impeça você de ficar livre para entender fenômenos que não foram inventados na “Nova Era”, embora seja por tal movimento explorada, a fim de construir uma pseudo-espiritualidade cientifica. Pois, não é porque algo real é usado de modo equivocado ou como parte de um pacote ruim, que a coisa, sendo real, deixará de ser.


Nele, em Quem estão guardados todos os que, com a mente cheia de Confiança, andam descansados Nele; e em amor,


Caio

 

  
      

 

 

 

  

 

 


 
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