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Cartas

Confessei e me ferrei...

Confessei e me ferrei...

-----Original Message----- From: Antônio Sent: quarta-feira, 11 de junho de 2003 15:27 To: contato@caiofabio.com Subject: Confessei e me ferrei... Mensagem: A paz de Cristo, Me identifico muito com você. Seus textos, suas opiniões, menos no time de futebol... Eu passei há alguns meses por uma experiência nada agradável. Talvez vendo e não querendo ver os laços do diabo, me deixei envolver por uma linda menina. Até aí, ia tudo bem.... Só que sou casado, pai de duas filhas e líder de casais da igreja. O que me sucedeu foi que eu confessei o meu pecado para a minha esposa e para o meu pastor. Segundo ele, ninguém na igreja ou do ministério ficaria sabendo... Isto para mim não importava, pois, eu tinha certeza do perdão de Deus e da minha família... Mas uma coisa que me chamou atenção... Foi o desprezo que as pessoas começaram a me mostrar... Antes, terminado o culto, todos me abraçavam; agora, ao passar pelo corredor, nem a “paz” me davam. Acabei me afastando da igreja amada, mas tendo encontros semanais com o meu pastor, que é uma pessoa maravilhosa e amiga. Mas nunca mais Caio, eu fui o mesmo... Não consigo me reerguer na fé... Quando penso que as coisas estão voltando, que a fé está de volta, me decepciono novamente com as pessoas e comigo mesmo... E o que vejo nas pessoas é um amor interessado e não genuíno... A “igreja” não conhece o amor com o qual Cristo nos amou, e nos ama. O que noto meu amigo, é que as pessoas querem misericórdia para elas, e não para o próximo. Isto é mais um desabafo, com alguém que já viveu coisa semelhante ou parecida, e que pode, de alguma forma, me dar algumas palavras que irão ser de grande valia. Um abraço amigo, do seu irmão, Antônio ********************************* Querido Antônio: Você fez a coisa idealmente certa! É assim que deveria ser. Mas depois de dois mil anos de cristianismo, já deve ter dado para perceber o seguinte: 1. Só dá para fazer a coisa certa com amigos que tratam a si mesmos e a você, abaixo da linha da Moral. Ou seja: gente que não é amigo apenas porque você está todo “de acordo”. Amigos de “igreja”, em geral, são amigos na igualdade, mas quase nunca nos “dias da diferença”. Daí, o “diferente” sempre virar pária. 2. Devemos confessar nossos pecados uns aos outros. A gente só tem que saber “quem são os outros”. 3. Não entendi que pastor tão bonzinho é esse, que recebe uma confissão, e a “igreja” toda fica sabendo. Vazou por quem? Por ele ou por sua esposa? Se foi por ele, sinceramente, gostaria de ter um pastor “bonzinho” desses bem longe de mim. Se vazou pela sua esposa: pior ainda! 4. Quanto a não conseguir levantar-se, quero dizer o seguinte: a) é muito difícil fazer isto no ambiente imediato de uma “igreja” que vê as coisas como a sua parece enxergar; b) é comum o individuo confundir a “rejeição” da “igreja”, com rejeição “divina”. Mas não é assim...Os homens são apenas os homens. Deus, é! 5. Sugiro que você procure um outro lugar para se congregar. E, se sua esposa, perdoou você—é uma opção dela não querer mais ficar com você, você sabe disso!—, então, veja com ela se ela está disposta a perdoar mesmo, e não transformar você num “testemunho de marido adultero arrependido”. Já vi casos em que as mulheres se vingam do marido por décadas: não se separam, mas dão o tal testemunho, enquanto o cara fica sem saber onde se enfia. Um horror! 6. Portanto, creia na Graça de Deus—aproprie-se da Cruz—, e siga andando com o Senhor! Espero ter sido útil. Um beijão, Caio
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