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Cartas

COMO DEUS É BOM!

COMO DEUS É BOM!



 

 

 


----- Original Message -----
From: COMO DEUS É BOM!
To: contato@caiofabio.com
Sent: Wednesday, March 22, 2006 1:35 PM
Subject: Deus é Bom!

 

Pastor Caio,
 
 
Sinto muita paz quando lendo um texto seu, vou entendendo a leitura, mesmo sentindo-me ainda na periferia do entender, mas evoluindo, pois não estou mais tangenciando, já estou no círculo, no redemoinho da descoberta; e isso me causa imensa alegria e paz.

Estava acabando de ler sua resposta a carta "A criação ou redençaõ? você me confundiu todo!"

Você vive e fala como quem anda em fé, e nisso quero ser sua imitadora, pois essa é a plenitude da vida na terra, é um viver em Deus.

Tenho provado desse modo de viver, e meu coração se enche de gratidão e alegria; e ai vou andando entendendo um pouco mais a cada dia e sem perguntas a fazer.

Deus é bom!  e cheio de surpresas!

Tenho provado de tanta coisa boa no convivio no Caminho da Graça, que nunca imaginei que pudesse experimentar.
 
Quando adolescente, isso há uns 15 anos, eu lhe ouvia e pensava: “Esse cara é inteligente, ele pensa, pensa, e continua na igreja; e se ele continua na igreja, eu vou ficando também.” Isto porque eu já havia percebido que pensar, na igreja, não era permitido; se perguntasse qualquer coisa diferente, a resposta era no mínimo insatisfatória; tipo: “Cuidado com essas questões...”

Falava-se dos dogmas católicos como se a igreja evangélica não os tivesse. Meu raciocínio era esse: “Pastor Caio pensa e continua na igreja ("com Deus"); então é porque ele compreendeu algo que eu ainda não compreendi; vou ficando aqui e um dia eu chego lá”.

Você nem imagina, mas me ajudou a ficar na igreja. Mas Deus me deu um espirito inquieto e crente. Eu cria em Deus, mas o pensamento não conseguia ficar enclausurado; graças a Deus.

Hoje, ouvi-lo, muitas vezes é como se eu fosse o eunuco e você fosse Filipe (Atos 8); às vezes me ajuda a desatar nós; às vezes me ajuda a fazer elos; muitas vezes fala de maneira elaborada e bela o que meu pensamento já entende; e tem me ajudado a entender de uma vez por todas e para sempre, que viver com Deus é ser livre, e que as denominações e religiões são coisa de Homens.

Oro para que Deus te quarde, não a sua mente, pois esta já está cativa em Cristo, mas as suas mãos, sua voz, seus sentimetos, seus filhos, a Adriana, e todos os seus.

No amor de Cristo,
 

Yonala.
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Querida Yonala: Graça, Paz e muita Luz!

 

Obrigado por me fazer “participante de todas as coisas boas” que, pela graça de Deus, minha vida e ministério, mesmo à distância, e já por tantos anos, têm gerado em sua vida!


De fato, quem cresceu na “igreja”, com toda aquela “propaganda falsa” e com todo aquele “SNI de pensamentos e expressões”, acaba, muitas vezes, se tornando cínico; pois, nada torna a alma mais ateia, afetivamente falando, que a impreguinação religiosa.

Graças a Deus isto não aconteceu a você!

Sim, não há nada mais delicioso do que ir discernindo a Palavra; e mais que isto: ir experimentando, dia a dia, as mudanças que o Evangelho, em sua simplicidade acompanhada pela fé, produz em nós; do nosso entendimento às nossas emoções e fortalecimentos para a vida; visto que o grande bem que em nós vai se instalando é de pura-paz-pura.

E é interessante como a paz faz nascer alegrias de uma natureza que o mundo não conhece. Aliás, no mesmo contexto de João, onde Jesus fala de paz, sempre fala de alegria; posto que ambos não se separam. E isto até mesmo quando a gente está sofrendo. Sim, a paz carrega consigo uma espécie de alegria-inerente.

Entretanto, não basta ler; é preciso ter a mente e o coração desejosos de conhecer experiencialmente a Jesus, pela fé, e em total descanso em Sua Graça; pois já está consumado!

Nesse processo de fé simples no Evangelho, e no descanso que essa fé produz, o coração muda e a gente nem sente.

Tendo a consciência de que Jesus é a chave interpretativa da Palavra, você não corre riscos no entendimento, pois, nada haverá nem a mais e nem a menos.

Quanto ao mais, mantenha o equilíbrio entre oração e lazer; entre dançar e meditar; entre pensar e sentir; entre amor próprio e amor ao próximo.

Na realidade o Evangelho é simples porque é para todos. E é dessa simplicidade que pode ser discernida pelo mais ser simples, ao mesmo tempo em que pode ser empolgante para o mais curioso e ávido dos pensadores — que brotam todas as fontes do saber e do conhecer; porém, sobretudo, do entender com o coração.

Isto, porém, nos põe no caminho do paradoxo, que é “conhecer o amor de Cristo que excede a todo entendimento.”

Conhecer o que está para além do entendimento. O que signigfica isto? Como posso conhecer o que não entendo?

Ora, antes de falar do amor de Deus, quero falar de uma outra coisa, pois é apenas uma coisa; e, mesmo assim, pode ser conhecida sem ser entendida.

Veja o Cosmos. Nós vivemos nele e o conhecemos como ente real, ainda que estejamos em processo de expansão na compreensão dele. Entretanto, isso que nós conhecemos de modo factual do e no Universo, ainda assim, é algo que acontece como um conhecimento de algo que está para além do entendimento. Afinal, ninguém pode negar o Cosmos, mas quem o entende? Sim, quem entende algo que não tem em baixo e nem em cima, nem direita e nem esquerda, nem paredes e nem confinamentos? Ora, tal existir é absurdo, ainda que ele seja inegável como realidade do nosso conhecimento.

Conhecer o amor sem entender o amor. Sim, pois o amor só pode ser conhecido, mas jamais entendido, a não ser como um entendimento acerca da existência de algo que transcende a todo entendimento.

E é assim porque o conhecimento de Deus não é racional, mas experiencial. Eu não entendo muitas coisas que conheço. Com o amor de Cristo é assim em escala infinita.

Ou seja: quando a gente mergulha nesse entendimento espiritual que você está começando a conhecer, descobre-se que quanto mais se tem conhecimento experiencial de Deus (único modo possível de conhecê-Lo), mais se entende que o amor de Cristo excede a todo entendimento humano.

Sim, se alguém me acha escandaloso acerca do amor de Deus, esse ainda não entendeu nada. Afinal, se eu conseguisse aumentar o amor de Deus, ou se conseguisse fazer do amor de Cristo algo escandaloso, seria sinal de, entre duas, uma coisa: ou de que eu seria alguém para além de Cristo em entendimento; ou demonstra que quem assim pensa ou assim imagina (um homem ser capaz de aumentar e dilatar o amor de Deus para além de Deus) —, jamais conheceu a Graça de Deus em si mesmo, e nem jamais provou o amor de Deus como total absurdo; o que, em tal caso, prova a arrogância de quem assim julga.   

Depois que Paulo disse que o nosso chamado era para conhecer a altura, a largura, a extenção e a profundidade do sentido das coisas, ele prosseguiu para dizer: “... e conhecer o amor de Cristo, que excede a todo entendimento”.

Desse modo, tal declaração de Paulo diz que o absurdo existe, mas o maior de todos é o amor de Cristo, o qual não pode entender, especialmente quando se o conhece.

Assim, prossiga. O caminho “dos do Caminho” tem que ser uma permanente busca do aprofundamento do conhecimento experiencial de Deus, ao mesmo tempo em que precisa ser uma jornada de escândalos devocionais ante o amor de Cristo, do qual poder algum em nenhuma dimensão nos pode separar.

Receba meu carinho!

Vejo você na reunião “dos do Caminho”.

 

Nele, que se deixa conhecer para que seja cada vez mais humanamente impossível entender o Seu amor,

 


Caio


  

 

 

 

 

 
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