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Cartas

AINDA TENHO UM CULPINHA QUANDO BEBO DO “CÁLICE”

AINDA TENHO UM CULPINHA QUANDO BEBO DO “CÁLICE”



----- Original Message ----- From: AINDA TENHO UM CULPINHA QUANDO BEBO DO “CÁLICE” To: contato@caiofabio.com.br Cc: contato@caiofabio.com Sent: Friday, January 28, 2005 10:21 AM Subject: E também sou um “Admirador Oculto”... Olá Caio, Acabei de ler três textos do site, um era o "Perdoa-nos", o outro falava "Onde está o Reino de Deus" e por fim sobre os "Admiradores ocultos". Sabe Caio, já lhe escrevi antes. Meu primeiro contato com você foi através do livro "Sindrome de Lúcifer". A partir daí descobri o programa "Pare & Pense", cujo "Conhecendo a terra de Deus e o Deus da Terra", e o momento da "Palavra", me inspiravam muito. Passei a admirar-lhe muito. Nessa época eu estava com uns 21 anos e minha experiência com Jesus havia sido aos meus 15 anos. Passados esses anos todos, num misto de alegria e surpresa, achei o seu site. Confesso que tenho aprendido muito. Às vezes levo os textos para minha esposa. Às vezes o encaminho a alguns conhecidos. Ja lhe escrevi antes... Uma coisa é certa : Seu conselho acertou em cheio a causa de minha aflição. A partir do momento que deixei de lado o moralismo para com minha esposa e pude gozar de todo prazer com ela e me alegrar nessa liberdade de prazer, sossegaram meus pensamentos "pecaminosos" extra-conjugais. Percebi que justamente o fato de tentar ser "moral" e "correto" segundo os princípios da moralidade, em meu leito, não satisfazia minhas fantasias que acabavam vazando em pensamentos mil e me deixavam numa lastima espiritual muito ruim. Pensei muitas e muitas vezes em morrer. Já cansado escrevi e assumo que sua resposta me "assustou" um pouco. Mas, na experiência do dia-a-dia, quase que explodindo de desejo por minha mulher acabei por "fazer-com-ela-o-que-não-podia-fazer-moralmente-falando"... e tanto ela quanto eu nos sentimos bem. Disse esses dias para ela que a partir do momento que passei a desfrutá-la sem medo meu vulcão sensorial-extra-conjugal havia sumido. Comentei com ela que ainda tenho em minha consciência uma culpinha por agir com ela com total liberdade, mas que essa culpinha é melhor que a culpona que eu sentia desejando outras mulheres. Como você me disse "coava um mosquito" e engolia um camelo. Segundo você me disse, eu deveria esquecer a culpinha, e me sentir livre, mas ainda não consegui isso totalmente. Até mesmo, aquele ponto de cantares em que você menciona sobre "a genitália é cálice ao qual não falta bebida", fico com vergonha de dizer que ainda queria uma confirmação da tradução daquele ponto, segundo você diz. Hoje li, conforme disse, os três textos do site e me identifiquei com todos eles. O primeiro do "perdoa-nos", quero confessá-lo a Deus junto com você, pois em todos os pontos tenho sido réu. No segundo você menciona sua conversão, e agora sua percepção do Reino de Deus; e me digo de verdade : "Percebi já algum tempo que meu desejo de 'proclamar o evangelho' de 'levar a Palavra' estava também pautado no meu desejo de projeção, vanglória, ser admirado. Quando me converti também tive meu momento de só oração, alegria e choro de alegria no Senhor. Lembro-me que encontrei com Ele num momento de imensa angústia. Ele se tornou meu refúgio, minha fuga. Quando fiquei bem comigo mesmo, perdi o ímpeto de ser "missionário". Fui percebendo que eu só queria o Senhor para me projetar. Acabou minha motivação com essa constatação. Hoje depois de ler seu texto e já vendo isso em mim nesses últimos meses, quero, na verdade, isso para mim. Quero ser um cristão com o Reino de Deus em mim. Não quero mais projeção. Não quero anseios para ser alguém importante pregando. Não quero atravessar o mundo para converter alguém. Quero viver a simplicidade do Reino em mim. Quero voltar ao início, agora que não estou na angústia. Quero seguir a Cristo simplesmente, sem pretensões e conhecedor de que sou pecado. Por fim, no texto sobre os "Admiradores Ocultos e Discipulos", posso dizer, Caio, com real vergonha, que estou em relação a você mais para 'admirador oculto' do que para 'aprendiz'. Sempre escrevo para você, mas não tive coragem de me tornar um mantenedor. Sempre mostro minha opinião e fico torcendo para vê-la estampada em seu site. Fico triste quando não recebo sua resposta (sei que tem muita coisa para fazer), e me "rebelo". Admiro-o ocultamente e queria que participasse de "meus planos". Talvez, se fosse seu amigo pessoal, anós atrás, talvez eu tivesse também dizendo: "Olha, eu o conheço, mas não aprovo isso, aquilo...", e me faria de um Nicodemos ou até mesmo Judas em relação a você. Sinto dizer isso, mas é verdade. No entanto, hoje, como você tocou no assunto, e como sempre o faz com o dom que Deus lhe deu, acertou em cheio. É isso! Mas, mesmo assim, quero lhe dizer honestamente : "Quero que Deus me faça agir na simplicidade do evangelho; quero que o Reino de Deus se faça em mim e internamente, sem pretensões maiores, e quero ser um aprendiz seu e um discipulo de Cristo, sem máscaras e sem véu". Caio, segue teu caminho, continua tua jornada e se eu puder um dia ser mais do que um admirador com propensão à rebelião; e mais do que um admirador secreto, ser um irmão sincero em Cristo, ficarei satisfeito. Tenho muito o que aprender ainda e muito caminho pela frente, mas quero essa (conforme você prega) liberdade, simplicidade, singeleza e graça do evangelho de Cristo. De um admirador oculto que quer ser irmão declarado. _____________________________________________________________________________ Resposta: Meu querido amigo: Graça e Paz! Fico feliz com suas notícias e pelo progresso que você tem feito no caminho da liberdade sadia em Cristo. Oro para que nada e nem ninguém atrapalhem o seu caminho. O que você está experimentando é o efeito da verdade, que sempre liberta! “Verdades” que não libertam são mentiras vestidas de “sã doutrina”, as quais de sã só têm a nomenclatura, pois, se fazem adoecer não são sãs, mas enfermas em si mesmas. O texto hebraico de Cantares fala da ‘região toda’, envolvendo tudo o que a mulher tem entre as coxas e abaixo do umbigo. Portanto, o cálice é ainda maior. Sua “culpinha” é fruto de anos de associação do sexo ao pecado, e não somente o sexo antes ou fora do casamento, mas o sexo em-si-mesmo. Daí os evangélicos, em geral, viverem em tamanho desespero sexual, visto que reprimem o sexo bom, e, por essa razão, ‘acabam-se’ no sexo mal. O sexo bom é aquele no qual duas pessoas se amam adulta e responsavelmente, e, em razão de seu amor e maturidade, entregam-se conscientemente uma à outra, num relacionamento de total alegria, confiança, e intimidade. Nesse caso, tudo o que ambos chamarem de bom, bom será, nos limites daquilo que construí o vinculo e aumenta a alegria da intimidade, gerando prazer genuíno... e muita brincadeira de gente grande. O sexo ruim é aquele que acontece em razão da insegurança, da carência, e das compulsões. Na minha opinião todo sexo que é filho de inseguranças, carências e de compulsividades, gere ele promiscuidade ou não, é em-si algo que não produzirá vida e alegria. Ora, depois de anos sob a tutela da neurose culpusa da religião evangélica, não me admira que você ainda sinta uma culpinha quando bebe desse cálice transbordante... No entanto, se você já sabe que é algo de natureza psicológica, e que tem sua raiz em sua “educação” anti-sexual, então, fica muito mais fácil vencer esse limite... e entrar na paz de seu jardim. Ora, isso tem que se transformar numa consciência em fé, e que seja fundada na maturidade da consciência que entendeu que tudo o que Deus criou é puro e bom, não o sendo apenas para os impuros e corrompidos de coração. É sua esposa! Deguste-a! Ela jamais reclamará se for com todo amor e prazer! Sobre ajudar o site, é claro que toda ajuda é mais que bem-vinda. Além de mim, e das despesas de manutenção deste espaço, ainda há mais algumas pessoas trabalhando no suporte técnico e na assessoria, posto que são muitas e muitas as cartas que aqui chegam. De modo que agradeço de coração toda ajuda que possa vir de você. Me encantou ver quão dedicado à verdade você está. De fato, meu irmão, tal dedicação é a verdadeira devoção do Evangelho, conforme Jesus. No que diz respeito a ser meu aprendiz, fico feliz; pois, eu tenho certeza que conquanto eu mesmo não deva ser seguido como referencia, sei, todavia, que ensino o Evangelho com pureza de entendimento, e conforme o Espírito da Palavra de Cristo. Quanto a ser meu amigo, já somos. O resto a providencia constrói em nós! Receba todo o meu carinho e meu pedido para que andemos juntos e aprendamos uns com os outros. Um grande beijo! Nele, em Quem toda liberdade sadia nos é dada, Caio
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