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A AUTO-AJUDA ESTÁ AJUDANDO A “IGREJA”?

A AUTO-AJUDA ESTÁ AJUDANDO A “IGREJA”?



----- Original Message ----- From: A AUTO-AJUDA ESTÁ AJUDANDO A “IGREJA”? To: contato@caiofabio.com Sent: Tuesday, May 24, 2005 10:29 AM Subject: Fale Comigo Olá, Caio!!!! Gostaria de ouvir a sua opinião sobre Cursos de Relações Humanas dentro das igrejas. Vale a pena oferecer cursos nessa área? Vai produzir frutos bons ou será mais uma atividade para lotar a agenda da "igreja"? Na verdade, o meu receio é de levar mais regras do que vida. Fiz um curso cujo tema era: “Resolvendo o quebra-cabeça humano”. Fiquei curiosa e me inscrevi para este curso. Achei muito interessante, pois fala dos estilos pessoais e como aprender a lidar melhor com as pessoas observando o estilo de cada uma e respeitando-as. Mostrou também a importância de cada um de nós desenvolver melhor as nossas dificuldades e pontos negativos. Acredito que a mudança vem de nós primeiro, e não sou eu quem muda a outra pessoa. Fiquei com muita vontade de sugerir este curso lá na minha igreja, pois vejo muita dificuldades das pessoas em ter bons relacionamentos umas com as outras, inclusive eu. Se você não concorda com este tipo de curso, o que você me sugeri para que as pessoas possam saber lidar melhor com as diferenças umas das outras e amar o próximo com mais intensidade e respeito. Valeu! Espero sua resposta. Um grande abraço, de quem lhe admira muito e lê direto o seu site, ___________________________________________________________ Resposta: Querida amiga: Graça e Paz! Que ninguém me entenda mal. Mas do jeito ruim e primitivo que as coisas estão no meio da “igreja”, na maioria das vezes, até um curso de auto-ajuda e relacionamento humano faz mais bem que a “pregação”. Digo isto porque, em geral, a ida a “igreja-lugar” não realiza quase nada pela alma, e, muito menos, pelos relacionamentos humanos. Na “igreja” o diabo comeu tudo: o bom senso, a alma, a sensibilidade, a inteligência, a sabedoria, a misericórdia, a esperteza, a boa sagacidade, a maturidade, e o amor que não é frase, mas ato—e o que restou foi o “crente”: esse ente que fala em salvação da alma, mas que não tem uma que nele seja conhecida; diz que chora, mas não é sensível; fala de doutrinas, mas não pensa; pensa que a sabedoria é um conjunto de livros bonitos que se situam no meio da Bíblia, não caminhos, gestos e modos na vida; entende que misericórdia é coisa para Deus, não para o homem; é, muitas vezes, ardiloso, mas não possui nem a esperteza de ver que aquilo é burrice; julga que maturidade é tempo de casa; crê que amor é uma frase que é dita no meio do culto a fim de ‘quebrar o gelo’; e pensa que o Evangelho é todo e qualquer grito de um pastor atrás de um púlpito: lugar esse, do qual, toda estupidez vira oráculo; toda burrice é transformada em fé; toda maluquice vira avivamento e mover; toda loucura é profundidade de vida com Deus; e toda bondade só serve se não fizer nenhuma proposta de vida sábia, justa, solidária, perdoadora, e que trate os demais como se quer ser tratado. Assim é a “igreja”. Ora, nesse ambiente até o Paulo Coelho tem o que dizer; e todo e qualquer livro de auto-ajuda, ajuda mais que o culto e sua pregação. Ora, andar é melhor do que não andar “at all”. E andar de muletas é melhor do que se arrastar. Portanto, que venham os cursos de auto-ajuda para essa gente que deveria ser conhecida por amarem-se umas às outras por amor a Deus, e por gratidão à Graça do grande perdão recebido em Cristo! Porém, como essa gente esqueceu de tudo isso, e entregou-se à lei, neles cumpre-se conforme Paulo disse: “...agora vos devorais uns aos outros...” Curso de relacionamento humano sendo ministrado na “igreja” a fim de ajudar os crentes a se entenderem, é tão ridículo quanto pedir a seres urbanos que ensinem aqueles que um dia foram por natureza índios, como é que se deve viver na floresta! Mas como os índios abandonaram a Floresta da Vida, então, que venham os técnicos do National Geographic ensiná-los como é a sobrevivência; ou ainda pior: a vida na mata. Para mim isso apenas atesta a falência total da consciência do Evangelho dentro da “igreja”. No Evangelho está tudo. Tudo o que diz respeito à vida e à existência, no que concerne ao melhor dela, é aquilo que se chama de Boa Nova. Ora, é porque na “igreja”, hoje em dia, em geral, não há boa nova e nem vida conforme o ensino de Jesus, é que se tem que pedir ao gerente de relacionamentos humanos que venha nos domesticar, a fim de que não nos devoremos uns aos outros. O mais irônico é que ainda deve ter gente que durante o curso tenta converter o palestrante. É! Quem não tem Evangelho se vira com a auto-ajuda! No dia em que entenderem o que é o Evangelho e qual é o seu bem para hoje— para nós e para todos os homens, em todas as formas de relacionamentos, até mesmo na hora da separação—, então, nesse dia, chorarão por terem vendido o seu direito de primogenitura espiritual, a ponto de precisarem ser pastoreados pelas técnicas desse mundo. Mas quem não tem cão, esse caça com gato! Fazer o quê? Receba meu beijo! Nele, que não freqüentou escola alguma e ensinou tudo sobre a verdadeira vida, Caio
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