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Reflexões

IGREJINA: A CAROLINA TRISTE

IGREJINA: A CAROLINA TRISTE



Para minha alma, a Igreja Evangélica sempre foi uma Carolina pra quem o tempo passou, mas ela nada viu; e nem para si aproveitou o amor; o Amor de Deus; e nem tampouco se deixou seduzir pela vida pra além da “janela”; preferindo sua auto-reclusão, filha do medo de viver; e fruto da fobia de Deus, que a paralisou numa devoção melancólica ou apenas alienada, ainda que por vezes “pulante”. Há vários livros e mensagens minhas, desde a década de 70, e em cujo material comparo a igreja à Carolina do Chico; ou seja: a uma “igrejina”. E quem não esqueceu, ou ainda pode se lembrar de minhas repetidas denuncias à “Carolina”, saberá que todas eram acerca de sua alienação da existência, seu medo de se entregar ao amor de Deus, e sua incapacidade de sair do “quarto”, e ir para além da “janela”, viver Deus “fora do portão”. Assim fica a Carolina da igreja: Igrejina, seus olhos antes-profundos, guardam tanta dor, a dor de todo este “mundo”. Eu lhe expliquei que não ia dar, que seu “pranto-seco” não ia nada ajudar... Eu até convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar... O Macedo não pode mais te enganar... Lá fora, amor, muita graça nasceu, todo mundo entendeu, uma estrela acendeu... Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo... Mas Igrejina não viu... Igrejina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe... Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar. Mil versos preguei pra lhe agradar, agora não sei como explicar... Lá fora, amor, muita gente morreu, nossa festa acabou, nosso barco partiu... Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Igrejina não viu. (Carolina. Composição original de Chico Buarque, parodiada por mim, com todo respeito) Igrejina está tendo mais uma chance de abrir a “janela”, de olhar para o céu, de sair pelas ruas, de dançar a festa do Pai, de viver Deus sem medo da tirania dos homens, na liberdade de Jesus; pois o barco partiu... mas voltou; e é hora de pegar vento de amor e graça no rosto, ao invés de cobrir-se com o véu da tristeza. Acorda Carolina-Igrejina! O tempo passou... passa... às vezes volta... às vezes não... Mas o dia de abrir a “janela” ou aceitar o convite da “Porta da Vida”, é Hoje! Digo isto em nome daquele que não é apenas uma “janela”, mas a Porta por onde toda Carolina entra e sai, e acha vida e liberdade de ser, Caio Ps. Eis aí o que me deu vontade de escrever na onda da carta do Fonseca a mim, e da letra de Rosa-dos-ventos, também do Chico.
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