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Histórias

HOJE ESTOU EMOCIONADO

HOJE ESTOU EMOCIONADO

 

 

 

 

 

 

HOJE ESTOU EMOCIONADO

 

 

 

Hoje estou muito emocionado, desde cedo. Começou com uma conversa telefônica com minha filha, Juliana, e o som da voz-inha de meu netinho, Mateus, ao fundo. Eles no Rio, eu em Brasília; e a foto dele com Hellena no meu Desk Top como pano de fundo, bem diante de mim — e tudo virou emoção.  Depois vi umas fotos da Adriana comigo na Floresta e me emocionei outra vez. Então fotos de papai e mamãe, e muitas lembranças. E mais emoção...

 

Lembrei de como foi uma das coisas mais difíceis de minha vida deixar papai e mamãe, os parentes e amigos, a igreja Presbiteriana Central e centenas e centenas de filhos na fé, a cidade toda, que me ouvia todos os dias com toda atenção, carinho e respeito — e ir para o Rio, a fim de ampliar o alcance da Vinde.

 

Foi pura angustia. Nada em mim queria aquilo. O amor que me unia a tudo e todos era muito forte e profundo. Mas havia aquela voz, que me falava, que me ordenava, que impelia, e que não me dava escolha.

 

Fui chorando e fui contra tudo em mim...

 

Porém, saí de lá dizendo a todos e a mim mesmo que em dois anos estaria de volta. Auto-engano dos bons. Sim, pois meu coração sempre soube que se voltasse seria em muito, muito tempo... Poderia ir lá sempre. Mas levaria muito tempo, se tempo houvesse, para que eu voltasse a estar onde amava e amo estar — na mata do Amazonas.

 

Hoje fiquei vendo fotos de papai e mamãe e sentindo o significado que teve para mim há 27 anos atrás decidir viver longe deles. Que dor. Eles se desfizeram em dor. Eu me debulhei. Papai parecia que ia morrer de tanta dor. Éramos mais que pai e filho. Éramos e somos os melhores amigos. Ele era e é meu mestre. Sou ovelha de seu pastoreio e de sua visão de Deus e da vida. Ele foi o humano mais importante em minha vida.

 

Depois fiquei vendo umas fotos da Adriana e pensei como seria impossível viver sem ela. E, assim, fui abraçando minhas impossibilidades humanas de sobrevivência sem amor, memória, carinho e compromisso, e fui adorando a Deus pela alegria das saudades e pela benção das memórias de vida. E melhor: por amar todas essas pessoas, e por ainda poder beijá-las e abraçá-las hoje.

 

Bem-aventurados os que se recordam com gratidão, e aproveitam o Hoje com emoção,

 

 

 

Caio

 

 

13/06/07

Lago Norte

Brasília

 

 

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