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Reflexões

ENTRE O CARTEIRO, O POETA, O CEGO E O APRENDIZ

ENTRE O CARTEIRO, O POETA, O CEGO E O APRENDIZ



ENTRE O CARTEIRO, O POETA, O CEGO E O APRENDIZ

 

Escrito em 14/04/04

Podes ver, mas não sabes dizer o que vês.

Podes ouvir, mas não sabes explicar o que entendes.

Podes discernir, mas não tens como dar razão à tua certeza.

Podes amar música, sem saberes sequer a escala musical.

Podes amar livros, mesmo sem saber ler.

Podes ser poeta, ainda que não saibas falar ou escrever.

Podes ser profeta, mesmo que teu nome seja Oséias.

Podes ser boiadeiro e não seres profeta, e mesmo assim, teres em tua boca a Palavra do Senhor.

Mudos podem fazer discursos silenciosos.

Surdos podem ouvir aquilo que nem o guarda da noite escuta.

Coxos podem andar e chegar onde corredores caem de exaustos.

Tudo é possível ao que crê, inclusive ser tudo aquilo que os sentidos não sabem como expressar.

Todas as coisas que “existem fora de nós” dependem de nosso aval espiritual a fim de poderem existir para nós.

Se você se fechar, tudo desaparecerá.

Se você, todavia, se abrir, todos os mundos começarão a desabrochar para você.

É o reconhecimento em amor o que faz com que as coisas que existem, “existam por amor de nós; seja vida, seja a morte; sejam as coisas do presente ou as do porvir”.

O universo depende de nossa percepção para se tornar alguma coisa que nos faça bem.

Se os teus olhos forem bons, todas as coisas serão luminosas, e todo o teu ser será luminoso; mesmo que apenas o teu Pai que está nos céus possa dizer quem tu és, o que vês, o que sentes, que melodias te habitam, que mundos melhores tu crias em ti mesmo, e para os outros.

Foi o que senti hoje, revendo “O Carteiro e o Poeta” e “Perfume de Mulher”. Sim, senti o que sei e creio.


Caio

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