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Reflexões

É DE DEUS MESMO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?

É DE DEUS MESMO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?

 

 

 

 

 

É DE DEUS MESMO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?

 

 

 

 

 

Cada coisa que se faz supostamente em nome de Deus, deve ser objeto de questionamento nosso, e, precisa sobreviver às seguintes questões:

 

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda a quem além de mim mesmo, se é que me ajuda?

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda alguém a amar mais a Deus ou salva alguém de um caminho ruim?

 

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda mais que atrapalha?

 

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda a promover a fé verdadeira e essencial, ou é apenas o vazar de meus conflitos feitos “interesses do Evangelho”?

 

 

Digo isto como forma de limpar o mundo de nossos lixos desnecessários. Sim! Pois, grande é a produção de dejeto criado pelo homem em nome de Deus!

 

Todos têm o direito de expressar o que bem desejarem. No entanto, que se faça isso em nosso próprio nome, declarando aquilo que é conflito como conflito, e não como fé; e deixando o nome de Deus fora de nossos argumentos.

 

Como é fácil maquiar nossas angustias e irresoluções de cosmético espiritual, com cara de temas supostamente essenciais, enquanto o que se venta nasce no porão de nossas angustias, crises, carências ou vaidades.

 

Meus primeiros encontros com a desnecessidade praticada em nome de Deus, aconteceram em reuniões de presbitério, ainda em Manaus [1973-1981].

 

Lembro-me que, vindo das ruas, escolas, universidades, do rádio, da televisão, das praças e dos encontros na estrada, ao ver os temas e preocupações dos pastores no presbitério, fui assolado por um ataque de angustia, pois, inescapavelmente me indaguei:

 

“O que eu estou fazendo aqui? Aqui, neste lugar no qual não se trata nada que seja relevante à vida e ao Evangelho?”

 

Sim! Pois tudo o que ali se tratava era relevante a um ente morto, mas que era tratado como vivo e como centro do mundo: o presbitério.

 

Faço-me as mesmas perguntas toda vez que faço qualquer coisa:

 

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda a quem além de mim mesmo, se é que me ajuda?

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda alguém a amar mais a Deus ou salva alguém de um mau caminho?

 

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda mais que atrapalha?

 

 

  1. O que eu faço [digo, escrevo, realizo] ajuda a promover a fé verdadeira e essencial, ou é apenas o vazar de meus conflitos feitos “interesse do Evangelho”?

 

 

Somente entre 1991 (depois que assumi a Presidência da AEVB) e 1998 (quando a casa caiu) foi que negligenciei viver apenas o que passasse por tais crivos. Sim! Contra o entendimento fiz concessões à vaidade ou ao interesse estratégico. Não precisa dizer que foi calamitoso e proporcional no mal que fez ao significado bom que tudo carregava antes.

 

Assim mesmo, não me lembro de jamais haver feito adaptações de conveniência à mensagem em razão de que me seria mais confortável.

 

Recobrando a sensatez, voltei a frequentemente deixar de escrever algo, seja livro ou texto no site; ou mesmo dar uma resposta escrita; assim como também deixei de dizer alguma coisa em uma conversa ou pregação; ou de não atender a algum convite a mim feito para determinado tema ou evento; ou mesmo  quanto a largar a leitura de algum livro ou cancelar algum compromisso — tudo e apenas por verificar que a coisa não responde, em seu significado, de modo convincente, às questões acima.

 

Como disse, falo das coisas que supostamente se faz, diz ou realiza em nome de Deus.

 

Portanto, não significa que você não exista e não tenha seus desejos, interesses e direitos de ir e vir...

 

No entanto, o que digo é que cada coisa tem que ser dita como cada coisa é, e não sob os disfarces de temas espirituais, enquanto apenas se passa de modo subliminar a “teologia de nossa agonia”, que não edifica se disfarçada de Palavra de Deus, mas que muito edificaria se fosse apenas a nua e crua verdade do homem.

 

A recomendação-mandamento é para que tudo o que façamos, seja em palavra, em obras ou em pensamentos, seja feito em nome do Senhor Jesus, e com gratidão ao nosso Deus e Pai.

 

Ora, isto não significa que Deus se amoldará aos meus caprichos, mas sim que eu me submeterei à Sua vontade revelada e ao espírito do Evangelho; e, assim, buscarei falar somente o que edifique a mim mesmo e ao próximo, fazendo o que promove a vida segundo Deus, pensando aquilo que em mim faz bem como bem que penso sobre todos e sobre o todo da existência, e tudo conforme o Evangelho.

 

Não devo buscar pregar porque é uma vitrine. Não devo escrever em nome de Deus somente porque não tenho coragem de dizer o que sinto acerca de mim mesmo. Não devo fazer nada por competição, inveja ou ciúme. Não devo levantar-me apenas porque é isso que todos esperam de um homem como eu. Não devo fazer nada que não seja fé e amor e, além disso, que vise à edificação dos ouvintes ou dos que cruzam o meu caminhar.

 

Sim! É disto que não posso me esquecer jamais!

 

 

 

 

Nele, que assim me ensina,

 

 

 

Caio

 

16 de agosto de 2008

Lago Norte

Brasília

DF

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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