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Opinião

TAM-TAM-PAN-PAN:  não é tanto assim...

TAM-TAM-PAN-PAN: não é tanto assim...

 

 

 

   

TAM-TAM-PAN-PAN:  não é tanto assim...

 

 

 

Uma pessoa me escreveu dizendo que minhas criticas e associações feitas entre o “estado de acidente” no qual se vive na aviação (agora rodo-aviação) e as autoridades do país (seja no nível Federal ou no das empresas e autarquias supostamente responsáveis por tais serviços) — são muito ácidas; pois, segundo ele, o povo brasileiro é igual às suas autoridades; e a prova disso seriam as manifestações de corrupção pessoal da maioria dos indivíduos, coisas essas que se manifestariam como “gatos” de rede de Internet, como “gatos” de TV a cabo; além de “gatos” na água, na luz e em outras coisas. Além disso, ele também afirma que o próprio povo não aceita fechar Congonhas para uma reforma séria; e, portanto, a responsabilidade também seria do povo, e não apenas das autoridades.

 

A esse amigo digo o seguinte:

 

Não estou nem ácido e nem amargurado. Estou indignado. Muito indignado mesmo. E minha indignação vem do seguinte:

 

  1. Acidentes deste tipo podem ser evitados. Por que eles quase que exclusivamente apenas acontecem, com tais contornos, em países grandes, com grande trafego aéreo, porém com atitude existencial de país pobre e desleixado? Veja e responda. 

 

  1. Há muito dinheiro neste país para que se faça o que se desejar de bom e de seguro, tanto nas pistas de aeroportos, como também em relação a tudo que se associe à segurança aérea. Prova disso é que o terminal de Congonhas custou quase 20 vezes mais do que o que se investiu nas melhores da segurança da pista — e que ficou inconclusa.

 

Agora, respondendo a você, digo:

 

  1. Todo ser humano tem que viver com as conseqüências daquilo que busca representar. Quando alguém se elege para uma função, geralmente o faz dizendo como e o quê faria de melhor. Ou seja: a pessoa diz que estando naquela posição, e com as competências e poderes inerentes ao posto, faria diferente; pois, segundo tais postulantes e conforme a Constituição do Brasil, tais pessoas são eleitas justamente para aquelas finalidades e para o cumprimento daquelas funções e responsabilidades.

 

  1.  Cada pessoa responde pelo que representa, especialmente se a representação é oficial e foi buscada pela pessoa. Quando interessa “aos eleitos” para a função de autoridade, eles assumem a responsabilidade pelo sucesso de qualquer coisa que lhes diga respeito. O problema é que a mesma honestidade se demanda quando as coisas são ruins ou trágicas.

 

 

  1. Quando alguém se elege para a posição de autoridade, está dizendo que tem autoridade e responsabilidade humana e ética para assumir a função; e assim também diz que se oferece para uma atividade de exemplo e para um posto de autocontrole em tudo; pois, muito maior rigor há para os que dirigem ou se apresentam para governar (é o que ensina a vida e, para quem deseja maior biblicidade, é o que ensina a Bíblia como um todo) do que para aquele que é governado.

 

  1. Se usássemos seu critério de que o povo é o maior responsável porque faz “gato de tudo”, estaríamos antes disso dizendo que melhor seria não haver governo algum. Pois, se é assim, para quê então essa despesa com um governo que gasta mais que os europeus e que anda pau-a-pau com os gastos Americanos com o Governo Federal, mas que na Hora H pula fora? Desse modo é que se instituiria de vez a “Lei do Gato”.

 

 

  1. Com relação ao povo querer ou não (aceitar ou não) que Congonhas fosse, ou seja, “fechado para reforma”; saiba — Um governante governa para o que é bom; e não para as médias estatísticas ou de Ibope. Quem governa tem que fazer coisas desagradáveis também. Assim, um governo sério fecharia Congonhas mesmo; gostasse ou não o povo disso. De fato, por mim, se transformaria Congonhas num Parque, e sua infra-estrutura num Porto Urbano de Serviços e de Entretenimento. Busque-se outra área para outro aeroporto de apoio à cidade de São Paulo. Se eu tivesse poder, saiba: esta seria a minha Campanha por Congonhas.

 

  1. Para não me estender mais (estou com os netos em casa), quero apenas dizer que o Brasil tem muitos “gatos & gatilhos”, mas não é a maioria do povo quem os pratica; pois, se assim fosse, empresa alguma manteria os serviços (quebraria!). Desse modo, é justamente porque a maioria paga tudo, que ainda sobra dinheiro para a Macro-Corrupção, assim como também para a micro-corrupção dos “gatos & gatilhos”. Assim, não diga “o povo” como se povo e autoridade não fossem feitos do mesmo material (as autoridades, entretanto, têm poder), a menos que por “o povo” você queira dizer “essa gentinha”; ou mesmo “esses ignorantes e pobres”. Ora, mesmo assim, além de preconceituoso, você também não estaria sendo justo; pois, de fato, “o povo” é quem mais paga o que deve, e é o grupo no qual a inadimplência é menor.      

 

No que me diz respeito medidas radicais precisam ser tomadas logo, antes que outros acidentes aconteçam; e, além disso, antes que a aviação brasileira se torne símbolo mundial de segurança de queda.

 

O que não é possível é continuarmos a ver o Presidente só aparecer para “o braço” quando o “abraço” é bom para ele. Não é possível essa atitude de “Rainha Elizabeth” ante a morte da Lady Di. Até o Papa falou e se solidarizou. Mas este governo de Ibope só aparece quando não há risco nem de vaia e nem de qualquer responsabilidade de natureza trágica. Agir assim é “maquiavélico”.

 

Também não é possível continuarmos com o presente Ministro da Aeronáutica. O caso é sério. Não se trata de um aeroporto de autorama para diversão de senis numa clinica geriátrica. Digo isto em razão de que as competências do atual ministro parecem mais ajustadas à gestão acima apresentada.

 

Ora, não fosse a neta dizendo: “Vô, vamos lá!” — eu teria muito a lhe dizer.

 

Termino apenas grato que a tragédia tenha sido Tam-Tam. Afinal, e se o deposito fosse da Gol? Sim! Que problema maior ainda seria, não é mesmo? 

 

 

“Os gatos” do povo não matam 200. Mas os “gatos” das autoridades matam como fumaça mata centenas e milhares de mosquitos!

 

 

Com indignação pela tentativa de fazer de conta que ninguém tem nada a ver com nada, pois, ninguém quer nada com nada,

 

 

Caio

 

19/07/07

Lago Norte

Brasília

 

 

 

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