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Opinião

ENTREVISTA PARA SEMINARISTAs

ENTREVISTA PARA SEMINARISTAs

Pesquisa sobre disciplina no estudo e na leitura- FTBSP Pastor Caio, bom dia ! Sei que o seu tempo é precioso e o local mais indicado para eu fazer isso seria o site, mas como estou com dificuldades de acessar a internet momentaneamenta , se fosse possível gostaria solicitar que o senhor respondesse algumas perguntas sobre estudo, leitura etc.. Eu e mais alguns amigos da Faculdade Teológica Batista de São Paulo estamos entrevistando alguns pastores e líderes do meio evangélico através de e-mail e pessoalmente, para constatar a importância do conhecimento na vida e no ministério desses pastores. São as mesmas perguntas que estamos enviando para todos os pastores. ___________________________________________________________ 1- Pastor, desde quando o hábito da leitura foi criado na sua vida? Resposta: Nasci numa família onde se lia muito. Mas eu era moleque e gostava mesmo era da rua. Somente após a conversão, aos 18 anos, é que comecei a ler, e jamais parei de fazê-lo. 2- Qual o tempo que você dedicava a leitura e estudo particular no inicio do seu ministério? Resposta: Cerca de cinco a seis horas por dia. Isso durante muitos anos. Hoje leio menos. De fato leio apenas aquilo que me interessa muito. Na realidade pesquiso mais do que leio por mero deleite. No entanto, a leitura da Bíblia sempre foi minha leitura mais intensa. 3- Qual o tempo que você dedica hoje a leitura e ao estudo? E quais as áreas do conhecimento humano que mais lhe interessam? Resposta: O que menos leio nos últimos 15 anos é teologia. Leio muito mais filosofia, antropologia, psicologia, sociologia, história e até Física que teologia. Não tenho um tempo fixo dedicado à leitura. Mas quando leio me dedico. 4- Quais as dicas que você daria aqueles que saindo do seminário querem fazer um cronograma de estudos e conciliar com diligência a leitura, a vida devocional e o pastoreio? Resposta: Nunca se sentirem "formados". Como eu não fui a nenhum seminário, nunca me formei, e é este estado de não-formação o que mais me ajudou nos últimos 31 anos de ministério. Estou sempre em formação, e aberto para tudo. 5- E por último, nos indique aqueles autores e obras que mais marcaram a sua vida e ministério? Resposta: Um livro, mais que qualquer outro, fora a Bíblia, é claro, foi o "Confissões", de Santo Agustinho. Dele me veio o estímulo à confissão como devoção. Mas de fato, mais que por livros, fui influenciado por autores. Bem no início de meu ministério o Francis A. Schaeffer. Depois de 1982 ele perdeu um pouco o encanto para mim. Começou a me soar cada vez mais fundamentalistas e a comprar causas que eu julgava irrelevantes. Mas certamente minha visão da Queda teve muita influência dele. Ainda que, como já disse, ele tenha ficado meio antiquado para meu sabor em pouco tempo. Em 1976 ou 77 li Temor e Tremor, de Kierkgaard. Ele teve profunda influência em mim, até porque era daquele jeito dele que eu sentia a vida e a fé. Li tudo o que pude dele até 1981. O C.S. Lewis foi outro autor importante. Li quase toda a obra dele. Recebi muitos insights dele. Mas já não leio nada dele desde 1984. Todavia, foi com ele que descobri minha liberdade de imaginar como cristão. Depois veio o Jacques Ellul. Ele, sem dúvida, foi o autor que mais me influenciou. De seus quarenta e quatro densos e grossos volumes, provavelmente eu tenha lido uns trinta. O primeiro livro dele que me veio às mãos foi aí por 1982. Depois, entre 1988 e 1990, li tudo o que encontrei dele em inglês. Isso aconteceu num período de dois anos que tirei como tempo "sabático" na Califórnia. No mais não houve nenhum outro autor em especial. Houve sim muitos livros bons, a maioria de pesquisa. Como já disse, muito cedo eu me cansei da teologia. Então me enveredei por todas as outras áreas de interesse que "pulsavam" em mim. Ora, como já disse, isto vai da filosofia, psicologia, antropologia e história à física quântica. Literalmente me interesso por quase tudo. No entanto, todas essas coisas são e foram "apenas" leituras. Meu eixo de gravidade sempre esteve na Palavra. Por isso é que nunca tive "autores" que tenham sido tão continuamente influentes em minha vida. A leitura da Palavra os relativizava com imensa rapidez. Hoje leio muito pouco, se comparar ao que li até 1998. Na maior parte das vezes "estudo" ou faço algumas "pesquisas". Nesse caso, a influência vem de milhares de "pedaços de informação", e que fazem sua síntese em mim-e a minha é feita na Palavra. ___________________________________________________________ Pastor Caio, mais uma vez te agradecemos e se você puder nos responder em muito nos ajudará. Um grande abraço. Ricardo Capler Líder da Igreja Batista Betesda- Piracicaba
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