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Opinião

“SECOND LIFE”: um novo portão do inferno para a mente!

“SECOND LIFE”: um novo portão do inferno para a mente!

A revista Época de 23 de outubro publicou matéria nas paginas 104 e 105, narrando a implantação sofisticada e já disponível há algum tempo (vide o seu uso no filme “Assédio Sexual”) de um computador-máquina virtual, mediante o qual, preso a eletrodos e usando luvas, sapatilhas, roupa e um capacete de projeção visual e auditiva do mundo virtual — a pessoa pode se relacionar, via internet, com uma comunidade mundial de outras pessoas, todas fazendo parte desse sistema, e obviamente equipadas do mesmo tipo de aparato. Podem desenvolver relações virtuais com figuras públicas, como Bred Pitt e Angelina Jolie; ou em qualquer outra área da vida, sempre desenvolvendo relacionamentos virtuais; ou até mesmo casar, comprar casa e carro, e outras coisas (todas inexistentes “do lado de fora”). A fim de comprar uma casa num bairro nobre do espaço virtual, o sujeito tem que sacar o cartão de crédito e adquirir (em valor real no mundo real) aquilo que ele julga irá fazer dele um cidadão mais respeitável ou bem sucedido no ambiente da virtualidade. A ironia é que o nome do simulador virtual é “Second Life”. Empresas como Coca-cola, Warner, Adidas, etc. estão apoiando e investindo no projeto. No Brasil é a empresa KAZIEN a lançadora disso no mercado. Em minha opinião, mandando o politicamente correto para um buraco real, digo que o nome desse monstro deveria ser “Second Death”. Já há pessoa vivendo em tal ambiente de inspiração “matrixiana”. De fato há pessoa que só estão saindo disso para defecar ou comer. Os primeiros tarados pela virtualidade como fetiche já estão casando assim. Há pessoas morando no Brasil Central, que são mulatas ou morenas, e que casaram com aparência loira e branca com mulheres igualmente de outra forma e aparência, e que também se travestiram de outra aparência na virtualidade. Tais pessoas tentam fazer tudo o que um casal faz, mas dentro da máquina de simulação. Através dela saem juntos, vão ao cinema, assistem shows, transam, jantam fora, viajam (sempre pagando no cartão de crédito) — como se tudo estivesse acontecendo de verdade, no mundo real, embora um esteja no Brasil e o outro na Europa. Na realidade o Brasil foi escolhido para ser país alvo na divulgação desse novo equipamento e sistema em razão de que nosso mercado é um dos mais ávidos do mundo (vide Orkut). O problema, todavia, é o que isso causará à mente humana. O que antevejo é a geração de uma legião de zumbis. Serão fantasmas. Serão indiferentes para com tudo “do lado de fora” (menos dinheiro). Abrirão espaço imenso para o desenvolvimento das mais profundas formas de esquizofrenias. A palavra, o toque, o cheiro, o desagradavelmente prazeroso, os benditos incômodos de um acampamento, uma boa catástrofe, dores benfazejas, alegrias suadas, choros enxugados por mãos sem luva de borracha, histórias contadas em cicatrizes, marca de sarampo e vacina — todas essas maravilhas da vida estarão fora do sentir de tais seres habitantes da mais terrível forma de possessão: a da mente humana pelo sistema virtual. De fato tudo será simulação! Simulação. Engano. Fantasia. Evasão da vida. Morada de demônios. Adriana e eu conversávamos sobre isto e orávamos pelos nossos netos. O mundo e o tipo de gente que nele se está produzindo, será de uma cenografia psicológica e espiritual indescritível. Crescerá o mais profundo desinteresse pela vida. Os homens se esconderão nas covas virtuais das ilusões. A evasão da existência gerará vermes humanos. Serão seres mais da imagem projetada que da presença real; mais de bites que de sangue; mais de bandas largas que de bundas bem feitas — e jamais saberão o gosto de uma boa banda de Tambaqui, que faz a banda do Chico parar como Carolina para ouvir comendo. Não! Eles não saberão qual é o prazer de ver dar tudo errado e ficar melhor ainda. Sim! Jamais conhecerão picadas de mosquitos como parte indispensável de uma boa mexida de amor numa grama livre de tratos. Pobres filhos da virtualidade que deseja matar a presença, o susto, a verdade de cada cara, o desconforto de todas as alegrias. Aqui falo de uma poderosa porta do inferno que se abre aos humanos. E mais: digo que essa porta tem que ser arrombada. Só que esta porta só é arrombada ficando-se fora dela; pois, dentro dela, pela sua própria natureza, o coração bate em bites e alma viaja nas highways de algo que existe, mas que para a totalidade do ser, de fato, é como o que não é. Pois, quando tal dimensão é absolutizada, apenas gera o que não é. Sábio e prudente será todo aquele que não abrir a sua mente para a invasão de tal poder. Pois os que a ele se entregarem estarão existindo no ambiente das existências inexistentes; e, ao mesmo tempo, apenas vagarão como zumbis indiferentes entre uma necessidade inadiável e outra. E, assim, o mundo virará um lugar de assombrações! Quem for sábio, ouça. Nele, que é a Verdade-Realidade-Verdadeira, Caio
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