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A Mente de Paulo

PAULO, OS PRINCÍPIOS IMUTÁVEIS E APLICATIVOS CIRCUNSTANCIAIS

PAULO, OS PRINCÍPIOS IMUTÁVEIS E APLICATIVOS CIRCUNSTANCIAIS

 

-----Original Message-----
From: David William
Sent: quinta-feira, 9 de outubro de 2003 15:14
To: contato@caiofabio.com
Subject: Contato do Site
Referente ao texto
UMA VIAGEM PELA MENTE DE PAULO



Mensagem:
Caro Caio Fábio, Paz!!

Acabo de ler um artigo seu chamado "Uma viagem pela mente de Paulo" e muitos detalhes me chamaram a atenção. É um artigo grande e traz uma série de pontos que podem ser discutidos amplamente, cada um com suas peculiaridades e diferenciados níveis de abordagens.

Em um determinado ponto do artigo você menciona os "slogans" e "aplicativos" relativos às cartas de Paulo, em ambas as relações citando o fato de se ter uma única mulher, ou da mulher pertencer a um 'dono'. O artigo registra que "o aplicativo carrega o Princípio, mas não pode ser instituído como forma".

Nesse ponto fiquei com uma dúvida que, provavelmente em virtude das minhas limitações intelectuais, não consegui extrair respostas claras e conclusivas a esse respeito, no tocante ao que você queria dizer com tudo isso, especificamente a esse ponto que eu destaco.

O artigo registra que não podemos considerar os ditos de Paulo como “mandamento para todas as culturas dos gentios da terra” e logo em seguida cita que “Em Cristo não há homem, nem mulher; nem escravo, nem liberto; nem judeu, nem grego". Ao falar sobre o contexto em que viviam as prostitutas e as mulheres que tinham marido, e da necessidade que havia da segunda se distinguir da primeira, vemos que as mulheres que tinha marido usavam véu, e os homens "respeitavam-no porque aquela mulher tinha 'dono'“.

Bom... resumindo, até mesmo porque você conhece mais do que ninguém esse artigo, gostaria de fazer uma pergunta:

Quando você afirma que "coisas do dia a dia se transformaram em lei de conduta entre os cristãos", está se referindo aos velhos e famosos usos e costumes, às divergências doutrinárias, às mais variadas formas de governo que existem nas congregações (que muitos chamam de igreja), ou estaria se referindo a algo mais intrigante (para mim) como por exemplo poder ter mais de uma mulher? (por favor, não faça conexões com histórias do passado.. pura coincidência... pergunto isso em virtude do que li no artigo e estou sendo muito sincero em perguntar).

Correndo o risco de não ter entendido claramente o artigo que li, me exponho tirando essa dúvida, e me sinto um tanto quanto confortável em fazê-lo diretamente com a fonte.

Agradeço desde já a atenção e oro ao Senhor para que Ele continue derramando sobre sua vida benção sem medida e a Sua maravilhosa graça.

Paz,
David William.
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Meu amado, obrigado pelo texto tão agradável.
Na minha maneira de ver Paulo sabia muito mais que expunha.
Ele respeitava a consciência fraca dos irmãos sinceros.
Parte de seus ensinos foca nesse ponto e anda sobre essa linha tão tênue.
Ele sabia que em Cristo não há homem nem mulher, nem...
Mas mesmo assim, em dadas circunstancias, ele lida com o imediato, e diz que há homem e mulher—e impõe limites circunstancias.
E por quê?
Porque aquelas questões eram periféricas para a salvação, porém relevantes para o “momento” da cultura e da questão que estava posta.
Uma das coisas que vemos em Paulo é um constante “dilema” entre aquilo que ele já sabe que é uma conquista eterna de Cristo e aquilo que precisa ser uma “apropriação gradual” da consciência humana.
Exemplo: Em Cristo não há escravo, nem livre--Paulo disse como Princípio. Mas, no aplicativo, ele diz como o irmão-escravo deveria se relacionar com o "dono". E vice-versa. E por quê? Ora, em Cristo aquilo tudo teria que acabar. Mas enquanto não chegasse o dia e a hora, haveria um modo relativo, porém circunstancialmente "cristão" de praticar o Princípio. Mas os cristãos usaram o "aplicativo" até a pouco tampo atrás como se fosse um "mandamento" que justificasse a escravidão.
No caso do véu, creio que você não entendeu bem, e misturou com a questão do bispo ser “marido de uma só mulher”.
O que eu disse é simples: como ele estava “indicando” o rumo do Bem Eterno, ele afirmava o Ideal como Princípio, mas lidava com o circunstancial com a sabedoria da ética que ele professava. Ou seja: uma ética que dizia que se tem, muitas vezes, que escolher um mal menor; ou ter que admitir que certos fatos da vida já sejam irreversíveis. Mas não nos conformarmos com eles.
 “Se podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade"--diz ele.
Enquanto isto: "Cada um ande conforme foi chamado".
Bem, para mim, pelo menos, a diferença é clara e está estabelecida. Existe o Princípio Absoluto, e existe a "relatividade do aplicativo", que sempre a sabedoria aplicada ao contexto.
Parte de sua “briga” com Jerusalém era essa. Daí ele ter “conseguido” aquele avanço no Concílio de Jerusalém de que as “proibições aos gentios” ficassem reduzidas a apenas quatro. Ele era aquele que se fazia de tudo para com todos para salvar alguns. Ora, essa frase dele já diz tudo.
Além do que, mesmo tendo a liberdade em Cristo completamente dilatada, ele é também o homem que “toma voto” em Jerusalém. E por quê? Por ele mesmo? Não! Pelos irmãos. Entre judeus, como um judeu. Entre os Gálatas, como um deles. E não admitia que Pedro falsificasse a realidade — conforme você pode ler na carta aos Gálatas.
Bem, o assunto dá um compêndio. Mas estou tendo que correr pra aconselhar um moço ali na esquina, no Tango e Café, onde atendo boa parte dos que me procuram durante o dia.
Um beijão,
Caio
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Agora, se possível, releia o texto em questão e veja se está mais claro.
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Acho que já deu para todo mundo notar que eu não concordo com Friedrich Nietzsche quando acusa Paulo de ser o fundador do “Cristianismo”.
A Basílica é de São Pedro, não de São Paulo!
Paulo perdeu a “parada” na construção do “Cristianismo” simplesmente porque o que Paulo discerniu, creu, ensinou e praticou, jamais criaria um “Cristianismo”, mas tão somente igrejas que se amavam, se correspondiam, se comunicavam, e se sentiam parte do Corpo Universal de Cristo.
Essas igrejas não deixavam de ser o que eram e nem as pessoas quem eram nas circunstancias de suas vidas e culturas, visto que não haveria nunca nenhum poder humano, central ou regional, que fizesse ninguém dominar sobre ninguém, ditando ensinos de homens e revelações do ego, pois, Cristo é o Cabeça do corpo e Nele temos o Amém de Deus — conforme Paulo!
Além disso, não haveria uma profissão teológica a ser buscada e nem um status profético de detentor de novas revelações a ser alcançado, pois, em Cristo, todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento já haviam sido revelados.
O apostolo também cria que o mistério desse crer e saber geraria um sentir de almas unidas no amor de Cristo. E, assim, o mundo veria a presença do reino de Deus.
Ele também cria que esse testemunho tinha que ser dado dentro do contexto onde a Palavra estava sendo anunciada. Assim, para os judeus ele era escândalo entre os gentios!
Para os gentios ele não era um escândalo entre os judeus, quando raspou a cabeça, tomando voto. Afinal, quando alguém faz parte de uma cultura onde a revelação se originou, pode passar a pensar que sua cultura e sua história são santas também. E os que souberam depois—os gentios, no caso—sentem-se privilegiados em poder ter algum contato com a “cultura original”, como o fazem os católicos e evangélicos quando beijam o chão de Israel!
Hoje a exemplificação também vem dos novos convertidos evangélicos que recebem a Jesus e tem que "engolir" o pacote como se tudo fosse o evangelho, até o jeito de falar ou vestir!
O engano é pensar que quem chegou antes já discerniu mais. Paulo nuca creu nisso. Por isso mesmo botou Pedro sob a Graça e enfrentou tudo e todos pela verdade do Evangelho.
Nisto ele também se gloriava.
Dois mil anos depois...
Já para nós, em certas coisas, temas e circunstancias da vida, Paulo parece um pouco de menos para os liberais e um pouco demais para os conservadores—e nada para os neopentecostais!
Para nós Paulo é tão demais ainda que o “demais” de Paulo, pouca gente tem enxergado.
E Paulo apesar de saber que era demais, era para si mesmo tão de menos, que nunca pensou que sua pessoa fosse ficar nada além do que nele se via e dele se ouvia!
Mas a mediocridade se aferra às circunstancialidades do “aplicativo” do Princípio da Palavra em Paulo e não cresce no Principio da Palavra a fim de fazer seu “aplicativo” no momento histórico em que se está vivendo.
Assim, o Universal em Paulo se reduz a slogans e o “aplicativo circunstancial” se transforma é “principio universal”.
Alguns exemplos.
Primeiro os slogans que sobraram:
Pela Graça sois salvos!—para os Reformados.
Não me envergonho do Evangelho!—para os Missionários.
Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!—para os Santificados.
Dou Graças a Deus porque falo em línguas mais do que todos vós!—para os Carismáticos.
Tudo é vosso!—para os liberais.
Todas as coisas são puras para os puros!—para quem gosta daquilo que a maioria diz não poder ou gostar.
Não é bom para o homem o comer com escândalo!—para quem anda doido para fazer alguma coisa e tenta se controlar.
O bispo seja marido de uma só mulher!—para aquele que tem um medo horrível de gostar tanto de pregar quanto gosta de mulher.
O bispo governe bem a sua própria casa!—para o líder que acha que consegue manter os filhos escondendo bem seus próprios corações.
Há muitos outros slogans!
Outro dia eu volto a eles.
Agora os aplicativos.
Ora, os aplicativos são tantos que eu vou deixar a expansão deles para outra hora. Aqui vou apenas dar alguns poucos exemplos.
Vejamos:
O bispo seja marido de uma só mulher!—porque no principio Deus criou Adão e Eva, não Adão e suas mulheres. No entanto, Adão caiu e o mundo de Paulo não era o jardim do Éden.
Portanto, a fim de que o Evangelho fosse boa notícia para todos—incluindo os que tinham mais de uma esposa ou mulher quando conheceram a Palavra—, Paulo recomenda que o bispo seja o referencial desse novo modelo.
Afinal, não há homem nem mulher (Gl 3:28).
E o homem que não quiser sua mulher pensando como ele, que pense como ela.
E assim, haverá igualdade.
Mas o mundo é caído!
Cada geração tem que entender e saber recomeçar sem negociar com o Princípio da Palavra.
O aplicativo carrega o Princípio, mas não pode ser instituído como forma.
Mais algumas acusações feitas ao irmão Paulo.
Ele é acusado de ter inventado o “bispo” (que era bispo de casas de fraternidade, o outro nome é igreja, e não essa figura estereotipada de hoje), a “hierarquia” (que era orgânica e não funcional), o “silencio das mulheres” (que era cultural), o tom agressivo (que era o mínimo que ele poderia fazer considerando a dor das circunstancias), a lógica na argumentação (porque ele era inteligentíssimo), a independência excessiva (porque ele cria, não duvidava e não tinha medo), etc...
Para mim, sinceramente, ele é o homem que discerniu e explicou a razão da esperança melhor que ninguém. Isso ninguém pode negar!
Mas se Paulo tivesse sido entendido nos Princípios Essenciais da revelação que transmitia, a história teria sido possivelmente outra, em razão de que a essência do que Paulo ensinou não criaria o que o “Cristianismo” se tornou, em qualquer de suas variáveis.
Perfeito nunca seria—somos caídos e Paulo se considerava o principal entre os pecadores—, mas seria muito mais revolucionário!
E não haveria uma Basílica que representasse o Templo de Jerusalém sendo erguida em nome da fé em Jesus!
Mas também não haveria o Protestantismo.
Paulo não era um protestante, ele era um inconformista.
Ele jamais proporia uma Reforma. Ele cria em subversão, em revolução permanente, em nunca se conformar com este século e suas produções, ainda que teológicas.
A fé de Paulo estaria em permanente estado de crescimento: tanto no conhecimento de Deus, como em auto-percepção e em discernimento da natureza humana--e também da natureza!
O que a gente não entende quando lê a Palavra em Paulo é que ali há a revelação eterna, e que ela está sendo enviada ignorantemente —como convém à piedade—na forma de cartas para pessoas que se reuniam em casas, e que tinham nomes semelhantes a Fernando, Mara, Suzana, Antônio e Suzane, Maria Helena, Alfredo, Sergio e Débora, Raimundo e Murilo.
Ou seja:
Paulo sabia que o que dizia era a Verdade do Evangelho de Cristo. Ele não tem nenhuma dúvida a respeito da revelação recebida.
Quando ditava algo ou escrevia para enviar aos Efésios, Romanos, Filipenses, Coríntios ou qualquer outra cidade, poderia também ser Rio de Janeiro, São Pedro, Curitiba, Teresina e Sobral do Ceará.
Ele era responsável eternamente pelo que ensinava acerca do Evangelho e, ao mesmo tempo, completamente solidário e participe do momento e das circunstancias das vidas de seus ouvintes.
Ele sabia que o que dizia era o Evangelho e que o Evangelho não era nada mais nem menos que aquilo.
Ele só não sabia era que sua “correspondência” iria ser lida durante dois mil anos, todos os dias—especialmente aos domingos—, por milhões, bilhões de seres humanos, e que essas pessoas iriam pensar que todas as soluções imediatas que ele, Paulo, buscava alcançar no “aplicativo” do Principio Universal do Evangelho, iriam se transformar em “conteúdo fixo” do evangelho, e que viria a ser ensinado como “mandamento para todas as culturas dos gentios da terra”.
Logo ele? Que lutou contra isso o tempo todo? Tendo feito mais inimizades por causa disso do que por qualquer outra razão entre os judeus ou entre os cristãos judaizantes!?
Não!
Paulo jamais gostaria que o carioca fosse como os gregos e pernambucanos como os holandeses, e os paulistas como italianos!
Paulo estabeleceu os Pontos Ômega e fez aplicação circunstancializada dos Princípios, conforme o aplicativo pertinente ao contexto.
Aquelas coisas eram importantes naquela hora, mas não dava para comparar com Bem do Evangelho.
E, à semelhança dele, Paulo cria que cada geração iria ter que reconhecer também, como ele mesmo pediu a Timóteo que o fizesse—em suas ações, atitudes, amor, longanimidade, fé, pureza, saber, e também pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; por boa fama e por desonra; como quem morre, mas eis que vivo está!—, o significado de crer no Evangelho de Jesus!
“Em Cristo não há homem, nem mulher; nem escravo, nem liberto; nem judeu, nem grego”—foi o que ele disse.
Isto é Universal.
É! Em Cristo!
Voltamos dois mil anos...
Havia um monte de gente vivendo em Corinto.
A cidade era portuária e o verbo corintianizar era sinônimo de tudo o que os cariocas são no imaginário universal: o povo da boa vida, do prazer e do momento de alegria.
Em Corinto as prostitutas cultuais desciam da Acrocorinto com o rosto nu e as roupas apenas em suficiência para aumentar a sedução.
Uma mulher que tivesse marido e fosse fiel a ele deveria se diferenciar desse paradigma com “autoridade”—e a expressão simbólica da mulher que não gosta que fiquem gritando nas costas “sua gostosa!”, naquela época, era botar o véu sobre a face.
Se no Brasil esse sinal fosse respeitado, muitas mulheres usariam véu, se a percepção cultural das pessoas fosse idêntica.
Naquele tempo o véu era o sinal vermelho para qualquer pretensão.
Hoje se puser o véu a “rapaziada” arranca e se não ouvir um sonoro “me deixa em paz”, nem sempre desiste.
O problema é que em Corinto se o que funcionasse fosse o “me deixa em paz”, Paulo iria dizer:
“Irmãs, diferenciem-se, numa circunstancia dessa, dizendo “me deixe em paz”.
Mas era o véu que respeitavam.
E respeitavam-no porque aquela mulher tinha “dono”.
Era a percepção “para fora”.
Para o lado de “dentro” Paulo diz que o “dono” daquela mulher não deveria fazê-la sua propriedade a fim de
abusar dela.
Afinal, a mulher saiu do homem, mas o homem nasce de mulher.
E assim como o homem é a gloria de Deus, assim também a mulher é a gloria do homem!
E olhe que para Paulo a palavra gloria significava gloria!
(Falaremos disso noutra ocasião).
Resumindo:
Coisas do dia a dia se transformaram em lei de conduta entre os cristãos.
E nas cartas inspiradas enviadas aos amigos e irmãos da comunidade, até os nomes das pessoas mencionadas são vistos como especialmente eleitos como santos e parte da revelação.
Essas pequeninas coisas é que obscurecem as Universais!
Sabe o que é isso?
É nunca ter entendido a Palavra.
Paulo mesmo disse que a letra mata--até mesmo nas cartas de Paulo!
Quem já conheceu o irmão Paulo não fica mais com esse problema.
Sabe que Paulo era absolutamente certo de ter crido e processado a Palavra da Verdade da Graça de Deus revelada em Seu Filho Jesus Cristo.
Sabe que tudo isso é decisão de Deus.
É mistério.
Cristo é a Revelação.
O Evangelho é a Boa Noticia, mas não se encerra numa única explicação cultural. Não se deixa prender nem por judeus, nem por gregos, nem por americanos, ingleses, brasileiros ou até mesmo argentinos (o “até mesmo” revela meu mergulho no momento histórico emocional brasileiro de fazer piadas com argentinos).
Certo?
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Espero que tenha ajudado
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Vou ter que sair correndo para fazer um "aplicativo" de alguns Princípios, no aconselhamento que trás dilemas "circunstanciais", e que é pertinente ao drama urbano de um irmão que me aguarda não na sinagoga, mas numa cafeteria na esquina da Barata Ribeiro com a Raimundo Correia, e que se chama--argentinamente--Tango & Café.
Veja que fiz um "aplicativo" de brincadeira com os "Argentinos", mas vivo em respeito ao Princípio de que em Cristo não há nem brasileiros nem argentinos, pois, todos são um em Cristo


Caio

 

 

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