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Opinião

O EXAGERO DE VIOLÊNCIA NO FILME DE MEL GIBSON

O EXAGERO DE VIOLÊNCIA NO FILME DE MEL GIBSON

Bento, amado, ao final também darei minha opinião. Beijão, Caio ____________________________________________________________ Comentário de meu amigo Bento Souto Também fui ver o filme, A Paixão de Cristo, de Mel Gibson. Sinceramente, achei que o filme exagerou na violência contra Jesus... Jesus deve ter sofrido alguma violência, mas não deve ser sido aquilo tudo que o Mel Gibson colocou na tela. Não acham? O que será que veremos se olharmos o evangelho de Mateus? Veremos que Jesus sofreu todo tipo de violência. Ele foi preso e amarrado (26:50). Cuspiram no rosto dele e deram-lhe bofetadas (26:67). Fizeram gozações com Ele enquanto lhe batiam (26:68). Pilatos mandou açoitá-lo (27:26). A tropa de Pilatos tirou a roupa dele (27:28). Vestiram uma capa vermelha nele (27:28). Colocaram uma coroa de espinhos na cabeça dele (27:29). Caçoaram dele se ajoelhando diante dele (27:29). Cuspiram nele novamente (27:29). Bateram na cabeça dele com um bordão enquanto zombavam dele (27:29)... (Hei, vamos terminar logo com essa sessão de...como é que estão chamando...sado-masoquismo!)... Crucificaram-no (27:35). Os que passavam pelo local da crucificação zombavam dele e o insultavam (27:39). Os chefes dos sacerdotes, os professores da Lei e os líderes judeus também caçoavam dele (27:41). Puxa, quanta violência! Parece até que eu ainda não havia percebido isso. E cá estou eu querendo culpar o Mel Gibson de exagerar na violência! Se nos sentimos mal em ver Jesus sofrendo toda essa violência, no conforto das poltronas dos cinemas, em cerca de 120 minutos, como nos sentiríamos se estivéssemos lá, durante as cerca de doze horas que durou a agonia? Dá uma vontade de gritar, pára com isso! Não dá? Minha constatação é que a violência é inquietante, mexe com nosso conforto. Por mais que não queiramos admitir, o fato é que Jesus morreu uma morte torturante e violenta. Em suma, não dá para acusar Mel Gibson de ter exagerado. Podemos acusar Mateus de exagero ou aceitar que somos nós que não aceitamos que haja tido toda aquela violência. Todavia, segundo os evangelistas, o que aconteceu foi pior do que o filme do Mel Gibson mostrou. No filme, apenas uma ou duas pessoas cospem em Jesus. Segundo os evangelhos, várias pessoas cuspiram em Jesus (Mc 14:65 e 15:19, Mt. 27:30). No filme, eles caçoam de Jesus. Segundo os evangelhos, eles cobriram o rosto de Jesus, davam-lhe murros e pediam para que ele profetizasse dizendo quem é que havia lhe esmurrado (Mc 14:65). No filme, alguns guardas caçoam de Jesus vestido com uma capa real. Segundo os evangelhos, todo o destacamento foi zombar dEle, cuspir nEle, espancá-Lo e ajoelhar-se, em zombaria, diante dEle (Mc 16:16-19) Assim, diante do testemunho dos Evangelhos, eu sou obrigado a admitir que a violência sofrida por Jesus, no filme de Mel Gibson, é menor do que a descrita nas Escrituras. Agora, se me perguntam do que foi que eu senti falta no filme do Mel Gibson, eu digo que senti falta do "brado" na cruz. Na verdade, sinto falta do "brado" em todos os filmes que já vi sobre Jesus. Marcos nos diz que, antes de expirar, Ele deu um "grande brado” (Mc 15:37). João nos diz o que Ele disse nesse grande brado: "Está consumado" (Jo 19:30). No original Grego, "grande brado" é "megas phone". Sabendo o que é megafone, hoje, dá para se ter uma idéia de que Ele bradou como bradam os generais vitoriosos, os guerreiros no final da batalha, os atletas após a quebra de um recorde ou como bradamos todos nós após termos conquistados uma grande vitória. No filme de Mel Gibson não há essa declaração de vitória em alta voz. Pelo contrário, o ator diz o "Está consumado" quase sussurrando. Por isso, sinto falta do "grande brado" nesses filmes. Queria ouvir o "grande brado" dEle na cruz: "Está consumado". Está pago, na minha morte eu estou pagando o pecado deles, para que eles tenham vida por meio de mim. Está pago! Ou ainda, "consegui, terminei a obra que Tu me destes para fazer". Enfim, eu queria ouvir o "grande brado"... Mas o filme é do Mel Gibson... e não meu. E você, já viu o filme? Se ainda não, vá vê-lo, pois vale a pena. Abraço Bento Souto ______________________________________________________________ Meu amado amigão, Também vi. Meu comentário foi o mesmo. Muita crucificação, pouca Cruz! Os religiosos pensam que foram os sofrimentos de Jesus que nos salvaram. Até hoje não entenderam que foi Sua justiça justificadora. Portanto, não foi a Crucificação que nos salvou, mas a Cruz; a mesma que já estava erguida desde antes da Fundação do Mundo. O interessante é que na América a coisa “pegou”. Prova de que americano ainda é mais da Crucificação que da Cruz. Para mim, até hoje, o melhor filme sobre Jesus ainda é o Jesus de Nazaré, do Zefirelli. Alí há Cruz, e Boa Nova, o tempo todo. Um beijão, Caio
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