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Opinião

LULA, FHC E eu: QUE É ISTO COMPANHEIROS?

LULA, FHC E eu: QUE É ISTO COMPANHEIROS?



LULA, FHC E EU: QUE É ISTO COMPANHEIROS?

Um breve contexto histórico:

Neste texto, em síntese, o pastor Caio Fábio fala do “Lula-homem” versus o “Lula-presidente”. O “ser” x a “circunstância”. A perenidade do peso da vida versus a oquidão da circunstancialidade do poder. Fala, na verdade, das decisões que cabe a cada um de nós tomar quando constantemente estamos diante de escolhas a serem feitas. Escolher é pensar. Pensar é pesar, ponderar. Ponderar, muitas vezes, é perder. Perder nem sempre é perder, assim como ganhar nem sempre é ganhar. “Quem perder a sua alma, salvá-la-á. Quem salvar a sua alma, perdê-la-á.” Isso é a contramão do senso comum deste mundo. E como disse o grande poeta Walt Whitman, “numa terra de fugitivos, quem caminha na contramão parece estar fugindo”. O caminho da contramão é dificílimo!

Lula está em maus lençóis. Um escândalo estoura como bomba no seu colo: o mensalão. Gente próxima a ele e de sua inteira confiança lhe golpeiam as costas. Se sente traído e acuado. Para o reverendo, ele está naquele átimo em que pululam as mais profundas verdades do nosso ser. Momento em que nada nos corrompe mais, mas apenas revelam quem somos ou em que nos tornamos. Quase sempre, nessas horas, a gente se deixa levar pelas conveniências. Nossas ponderações já saem viciadas. Quanto mais ponderamos, mais pioramos. Cartesianamente, pensamos, logo, existimos. E teimamos com a ideia de que mais vale existir que ser. Ser é ser para nós, e, consequentemente, somos para os outros. Existir, quase que frequentemente, é para os outros. Ser é essência. Existir, aparência. Deus não aparece, mas é. Portanto, ele prescinde de existir.

A torcida do Caio é pelo Lula-homem, que prescinde do PT e da presidência. Ele ainda acredita que Lula não perdera sua alma. Ele é, ainda, o “filho do Brasil”. Torce para que ele abra mão do “Lula presidente” e se agarre ao “Lula homem”. Mas Lula vai ser tentado, e muito, a ser - mais do que filho - “pai do Brasil”. Essa tentação vai lhe chegar com gosto de irresistível vitória. E nessa sociedade de mão única, o único sentido possível é o da vitória. Ainda que para isso se perca a alma.

Hoje a gente olha para o “Lula-eterno-presidente” e vê claramente que decisão ele tomou naqueles dias.

Dilson Cunha