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Opinião

ENTREVISTA DO CAIO PARA UM JORNAL DE BAURÚ

ENTREVISTA DO CAIO PARA UM JORNAL DE BAURÚ

 

 

 

 

 

ENTREVISTA DO CAIO PARA UM JORNAL DE BAURÚ

 

 

 

 

1º Você é uma das figuras mais marcantes da igreja brasileira e viveu uma experiência pessoal que, para muitos, colocaria fim ao ministério. Certamente é vítima permanente de juízos... Por conta disso, em algum momento pensou em deixar o ministério pastoral?

 

Resposta:

 

O “ministério pastoral”, conforme os “evangélicos”, eu de fato deixei faz tempo. Antes de tudo o que aconteceu em 1998, minha alma já não suportava mais o convívio com tanta malandragem e hipocrisia entre a “classe pastoral”. Em 1994 [ainda Presidente da Associação dos Evangélicos] eu já havia decido sair do esquema religioso, o qual apenas me dava nojo. Quando as coisas de 98 aconteceram, apenas aproveitei e fui... Entretanto, sou de Deus, do Evangelho e sigo a Jesus. Assim, mesmo em meio ao que estava acontecendo [meu divórcio e Dossiê Cayman], saí de tudo aquilo com dois livros: Nephilim e Tábuas de Eva. Ora, depois de uns dois anos eu vi que aquele “mal” me viera da parte de Deus; e que tudo tinha a ver com um trato de Deus comigo; e que o resultado seria algo para a glória Dele; porém, já não mais dentro das paredes da religião e muito menos junto à “categoria sindical dos pastores evangélicos”. Todavia, deixar de anunciar a Palavra nunca esteve em meu coração. Afinal, eu sei que nasci para ser mensageiro do Evangelho de Jesus, puro e simples como ele é.
 
2º  Em suas observações você é demasiadamente crítico em relação à igreja, enquanto instituição.  Porém, já fez parte dela, e, ao seu modo, queira ou não, ao instituir o Caminho da Graça, abriu a porta de uma nova denominação. O que você não quer no Caminho, que foi incapaz de mudar na igreja enquanto instituição?

 

Resposta:

 

Nomear é tarefa do homem desde o Gênesis. O homem dá nome às coisas. Assim, não é possível fazer nada no tempo e no espaço [portanto, na História] sem Denominar. Daí a denominação ser inevitável. O que é evitável é transformar siglas em coisas divinas. Afinal, não há mal algum em denominar; embora haja todo mal em fazer da denominação um ente divino; e com capacidade de decidir a vida das pessoas; e isso conforme as “igrejas denominações evangélicas ou católicas” o fazem sem pudor para com a verdade em Jesus. Afinal, quando Jesus falou em Igreja, não era acerca dessa Babel que aí está aquilo a que Ele fazia referencia.  O Caminho da Graça tem um nome. Daí ser denominado “Caminho da Graça”. Entretanto, nada há mais para além disso. Ou seja: não é porque tenho um nome em meio a muitos nomes que designam coisas ruins que deixarei de ter um nome que busca designar coisas boas. O problema não está no nome, mas sim no que se faz em tal nome. Além disso, no Caminho da Graça não há caciques e nem donos de nada. Todos os mentores são apenas orientadores; e se algum deles desejar ser mais que isso, não terá como ficar entre nós; pois, de fato, ninguém mais agüenta tanta tirania e arbitrariedade praticadas em nome de Deus.

 
 
3º Vai uma grande distância entre o que propõe um pensador ativista e o que fazem seus seguidores, sobretudo em gerações posteriores. Você imagina que no Caminho da Graça, possa ser diferente?

 

Resposta:

 

O que tenho dito é que cada um de nós serve a sua própria geração. Ora, se alguém ou alguns [depois que eu já não estiver aqui] desejarem fazer outro caminho que não o do Evangelho puro e simples, sei que Deus levantará alguém a fim de acabar com a brincadeira. Não iniciei o Caminho da Graça para que ele fique aqui para sempre. Nada ficará aqui para sempre. Tudo é circunstancial e temporal entre os homens. Assim, não aposto nada acerca do movimento Caminho da Graça como algo perene. Todavia, creio que enquanto ele existir com a consciência que os mentores e caminhantes possuem hoje, tudo irá bem por muito tempo. Quanto ao mais, não está sob a minha jurisdição. Quem pode falar do futuro dando garantias? Ora, até mesmo entre os doze havia um que era diabo. Desse modo, não faço planos para além desta geração, pois, sei que Deus cuidará do Evangelho; e não precisa de nomes e nem de siglas para fazer o que Ele desejar. Nós, entretanto, servimos a Deus no dia chamado Hoje com toda alegria e sinceridade de propósitos.  
 


4º Embora seja algo particular, é inevitável tocar no fim do seu casamento. O que é imprescindível para se manter o casamento?

 

Resposta:

 

Amor. Amor. Amor. E muita disposição de amar sempre, perdoar sempre, e buscar andar na luz sempre. Ou seja, como diz o salmo: “Portas adentro em minha casa eu terei um coração sincero”. E quando falo de amor, falo do amor conjugal, o qual deve ser feito de amor ágape [amor divino, conforme I Corintios 13], amor fraterno e, inevitavelmente, o amor erótico: Eros. Esses três elementos têm que estar presentes em qualquer casamento que deseje encontrar e praticar a felicidade. Felicidade é uma prática.   
 


5º  Paulo, ao falar sobre a instituição dos presbíteros declara que o bispo seja "marido de uma só mulher". Como você, Caio, considera esta revelação da Palavra de Deus?

 

Resposta:

 

O mundo dos dias de Paulo era polígamo. Quando Paulo pregava na Ásia Menor ou na Europa antiga, ele anunciava o Evangelho a pessoas que já estavam nas circunstâncias da poligamia fazia tempo. Ora, havia gente envolvida. Sim! Mulheres e filhos! Desse modo, Paulo não manda que com a chegada do Evangelho nas vidas de pessoas que já tinham uma existência constituída de modo polígamo, elas viessem a ter que escolher entre o que já existia e o a proposta agora recebida por eles. Não! Paulo apenas manda que cada um ande conforme foi chamado. Mas diz: “Se puderes tornar-te livre, não percas a oportunidade” — e isso em relação a tudo aquilo que existe em nós, porém, não sendo o ideal. Desse modo, como Paulo desejava estabelecer o paradigma do Principio da Criação, conforme Jesus estabelecera em Mateus 19, o que ele faz é dizer: Se alguém deseja ser bispo ou mentor espiritual na igreja, que seja entre tantas outras coisas também marido de uma só mulher; posto que estamos buscando moldar as novas gerações na perspectiva monogâmica; e, em tal caso, o presbítero ou mentor, serve de modelo desse novo caminho humano; e isso faz com que ele tenha de ser alguém que aponte na direção da monogamia, pois esse é o chamado de Deus para o homem “desde o princípio”. No entanto, não é porque alguém já tenha uma situação anterior à fé no Evangelho, que o Evangelho para ele não servirá. Nesse caso, o que Paulo está dizendo é que se alguém já tinha uma situação familiar constituída de modo polígamo, nem por isso tal pessoa estaria excluída do Evangelho e menos ainda da igreja. Porém, diz ele, a fim de ser bispo ou mentor, o individuo tem que ser marido de uma só mulher. Afinal, seria pelo exemplo dos servos-líderes que as novas gerações seriam moldadas.

    
 
6. O que você acha do futuro da Terra?

 

Resposta:

 

Creio que estamos vivendo no tempo mais crucial da História Humana, e que, justamente por isso, mais do que nunca, o Evangelho precisa ser vivido e anunciado conforme Jesus e não conforme a “igreja” ou a “religião”. Este mundo, como o conhecemos, está com seus anos contados. Os dias adiante de nós serão terríveis; e isso em toda a Terra e para todos os homens. Assim, se ninguém quiser ouvir e entender o que está dito, posto e ilustrado pela realidade, o Apocalipse diz: “Continue o santo a santificar-se e o imundo a cometer suas iniqüidades!” Porém, que todos saibam: os dias são maus, pois pela multiplicação da iniqüidade o amor está morrendo no coração de quase todos. Pior do que o Aquecimento Global é o Desaquecimento de Amor que acontece de modo global no coração de quase todos os seres humanos.

 

Caio

24/04/08

Lago Norte

Brasília

DF

 

  

 

 

 

 

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