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Opinião

DOSSIÊ DE 1998: A HISTÓRIA CONTA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA HOJE

DOSSIÊ DE 1998: A HISTÓRIA CONTA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA HOJE



DOSSIÊ DE 1998: A HISTÓRIA CONTA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA HOJE

Um breve contexto histórico:

"Notícia é tudo aquilo que você ainda não sabe", reza uma verdade no meio jornalístico. Portanto, notícia deve um frescor do calor das horas. Tem um 'timing', tal como como uma piada também tem. Pois ela se presta a alguma coisa. E "essa alguma coisa" tem prazo de validade. Por isso, a indústria noticiosa tem que atender à demanda por novidades. Há um mercado/tribo ansioso pela fumaça. O fogo é presumido.

O reverendo Caio Fábio, é público e notório, fez da notícia, aliás, das boas notícias seu motivo de vida. Acredito que nesse país pouco se soube de alguém assim, para quem o anúncio do evangelho constitui sua razão de ser. Convertido aos 18 anos na umidade tropical da Amazônia, de lá por diante não se ocupou com outra coisa. A tal ponto de ser redundante falar aqui de sua trajetória.

Ironicamente, foi justamente no campo da notícia, da notícia como fumaça, da má notícia, que o Caio veio a experimentar seu inferno existencial. Em 1998, a coisa começou - pelo menos para quem estava do lado de cá, do consumidor final - como uma fumaça. Aquilo que minha mãe chamaria de zum-zum-zum. O nome do pastor aparecia associado à revelação de um dossiê de proporções, republicamente falando, cataclísmicas. Sendo o Caio quem era, tendo a credibilidade que tinha, a notícia de que o FHC estava envolvido num esquema ilegal de remessa de dinheiro para as ilhas Caymans, caía como uma bomba no colo de FHC e seu grupo no poder, e como uma luva nas mãos de Lula e seu grupo sedentos desse poder.

Pronto, bastou isso para a coisa virar uma verdade. Na política, tempo é poder. É o 'timing'. A tentativa inútil das desmentidas do reverendo não teve qualquer efeito e nem seriam dignas de nenhuma manchete. A 'contra notícia' é servida gelada. Como as erratas dos editoriais, elas ficam em último plano, quando ficam! A notícia cumpriu seu propósito. Não voltou vazia. Virou verbete. Já era tarde quando o pastor deu por si. (A trama dessa imbricada história, ele mesmo descreve nessas linhas que seguintes.) Mas, "o resto Deus sabe".

"Só não me acabei porque Deus foi e é comigo", desabafou. Ainda bem que Deus estivera ao seu lado. Muito poucos estiveram. Hoje, inocentado pelo acusado e pelo acusador, Caio prossegue naquilo que sabe fazer como ninguém: pregar as boas notícias. E o faz com muita verdade. Nisso, até seus detratores concordam. Disso a história dá testemunho. O evangelho que ele se dispôs a continuar pregando não é nenhum dossiê, mas a boa notícia de que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo".

No horizonte de eventos da graça, não há fumaça, há cruz! O dossiê deixou claro que Deus não o chamou para anunciar nenhuma outra coisa senão a mensagem da cruz.

Dilson Cunha

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DOSSIÊ DE 1998: A HISTÓRIA CONTA SUA PRÓPRIA HISTÓRIA HOJE

O material que segue é o resultado de textos escritos por mim aqui no site desde 2004, bem como de uma entrevista concedida por mim ao repórter Ricardo Muniz em 22 de março de 2006 — e que pode ser lida no site http://www.comtudo.com.br/materia.php?id=38

O mais foi apenas uma atualização feita por mim no dia de hoje, após ler os jornais do dia.

Não há aqui nenhuma intenção além daquela que deseja que todas as informações espúrias e truncadas relacionadas à minha pessoa, concernentemente ao chamado Dossiê Cayman, sejam clarificadas pelos próprios fatos históricos hoje incontestáveis.

Com temor, tremor e oração,

Caio

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Li os jornais de hoje e o que vi me foi mais que familiar. Em maio ou junho de 1998, o então candidato Lula, acompanhado de Leonel Brizola, Benedita da Silva, Garotinho, Saturnino Braga, e muitos outros membros da coalizão PT-PDT, visitaram a Fábrica de Esperança — à época, ponto obrigatório de visitas de todos os que desejam expressar genuínas preocupações sociais.

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 Nunca havia me envolvido com nada de natureza político partidária. Todos os que trabalharam comigo podem testemunhar o assédio que sofria para ser candidato a quase tudo e minhas ostensivas recusas — candidato a Prefeito e Governador do Rio; Senador; Vice-Presidente; e ainda houve loucos que, à revelia, lançaram meu nome à Presidência. Nunca nem de longe desejei qualquer dessas coisas. Todos sabem.

No curso dos anos, todavia, fiz amizades em todos os partidos. E tinha transito livre entre seus líderes. Embora, jamais tenha me aproximado de pessoas como Maluf, Quércia, ACM — e gente do mesmo perfil.

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No PT meu relacionamento era principalmente com Benedita da Silva, de quem fui amigo por uns 20 anos, e a quem casei com Pitanga. Também a levei a ser membro da Igreja Presbiteriana Betânia (juntamente com Garotinho) — em razão de que a Assembléia de Deus queria discipliná-la por estar casando com “um ímpio” — no caso, com o Pitanga.

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O Lula veio bem depois. Foi quando me ouviu fazer uma palestra no Auditório Petrônio Portela, no Senado. Daí para frente me procurou, e tivemos muitas conversas, a maioria das quais sobre o Evangelho e sobre o fenômeno evangélico. Lula queria saber por que era tão hostilizado no meio. Eu expliquei a ele como era o meio e porque o odiavam tanto. Hoje as Assembléias de Deus o incensam; bem como a Universal; sempre que há necessidade; ou quando vêem que a vitória se define ao lado dele — como o fazem em relação a qualquer um que chegue ao poder.

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