Português | English

Devocionais

"SEU" MATEUS DA CANA QUEBRADA

"SEU" MATEUS DA CANA QUEBRADA


Mt. 12: 15-21 (De preferência leia todo o capítulo e também o texto de Isaías mencionado por Mateus)

Mateus está olhando para Jesus. No caminho acontece tudo. Milagres e folhas se misturam na passagem Daquele que é, mas que não pode ser reconhecido: aquilo não era conhecido. Só se abriria por revelação. Mateus vê que as pessoas quando encontravam com Jesus sabiam que tinham encontrado com Deus no homem e o homem em Deus em total plenitude. Afinal, aí não há nenhuma polaridade: Deus não é um pólo e o homem outro. Deus é! e o homem é, Nele! Assim, as pessoas saíam familiarizadas com Deus no homem e o homem em Deus – fosse para o bem, fosse para o mal. Os quebrados, estilhaçados, moídos, triturados, comidos, tragados, enganados, aflitos, inseguros, culpados, incorrigíveis, os aparentemente pedrados, os quase mortos e até os mortos, levantavam-se diante Dele; fosse para o bem, fosse para o mal. Para o bem deles e para o mal daqueles que não gostam de cura.

Mateus percebeu que os piores doentes são os que não gostam de cura. Ele fora vítima deles. Sua profissão de tantos anos – coletor de impostos – não o recomendava a não ser entre os picaretas e os políticos. Havia, sobretudo, os sãos. Os absolutamente certos e os literalmente rígidos. Esses eram sadios e por isto não gostavam de cura. Faziam de tudo para que a bondade de Deus não se espalhasse. Era perigoso. Tiraria o poder de suas mãos. Os tiraria de qualquer centro de gravidade que julgassem possuir. Ninguém se sentia mais ameaçado por Jesus que esse pessoal. Eles mesmos, que haviam sido os mantenedores das doenças dos outros apenas para poderem exercer o poder de sua suposta sanidade. Eles é que odiavam cura, é claro. Cura para eles era sinônimo de clonagem, de cooptação ao ser de um outro como seu modelo divino.

Mateus sabia que Jesus fazia o contrário. “Tal não é assim entre vós...” – ensinava Ele. E demonstrava que tal não era assim no Reino de Deus que Ele mesmo encarnava. Mateus via o Verbo tratando as pessoas e aplicando a Palavra do jeito que aplicava. Para o coletor de impostos Mateus, era apenas uma questão de ler a vida. Jesus era o cumprimento do sonho de todos os profetas e era a realização de todo o bem prometido. Não é por nada... pois é por tudo, que ele recorre a Isaías a fim de descrever o que cabia da Escritura a fim de ilustrar o seu próprio cumprimento: Eis aí o meu Servo... ele não gritará nas praças e não contenderá; não esmaga a cana quebrada e nem apaga a torcida que fumega. No seu nome esperarão os brasileiros, os latino-americanos, os americanos, os russos, os portugueses e os japoneses – e, também, todas as nações da terra, unidas ou não às Nações Unidas – pois Ele será salvação até os confins da terra. No seu nome esperarão até os brasileiros” – teria ele dito assim, se fosse assim que estivesse escrito, apesar de ser isto que está dito para nós hoje naquele texto da Escritura, do mesmo modo que esteve para Mateus.

Mateus não foi literal ao citar Isaías 42:1-4. Apenas disse aos que o leriam aquilo que significou para ele ver o que via, e como aquilo era o cumprimento da própria profecia. Mas não deixou de dizer o que estava dito com o modo como precisava ser dito em seus dias. Isto é ser literal com a Palavra sem ser, necessariamente, literal com o texto. O texto só é sagrado porque é verdade! Portanto, não é a letra que vivifica e não é o espírito que mata. É o contrário. O que interessava é que Mateus via como saíam de diante de Jesus aqueles que em desespero O buscavam. Já tinha visto que Jesus olhava para todos com o mesmo amor e que para todos dirigia a Palavra conforme o coração carecia – nem sempre um agrado, mas sempre o bem. E os milagres se misturavam às folhas de todas as estações e se deixavam plantar, literalmente, em qualquer quintal.

Jesus não veio para contender. A Verdade fala de si e por si mesma. Em verdade se promulgará o direito – diz o mesmo texto em Isaías. Ele veio para todos, mas se deixa especialmente achar pelos membros dos grupos chamados por Mateus e Isaías de Os Cana-Quebrada, Associação das Torcidas-Que-Fumegam e Movimento-da-Verdade-Promulgada-Como-Direito.

Mateus sabia mais do que dava para explicar. Creu e nos ajudou a crer. Tudo o que ele disse acerca de Jesus era verdade.

Este é só o meu jeito de dizer a mesma coisa.

Caio

Escrito em 2003

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
OK