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Devocionais

POR QUE COGITAIS O MAL EM VOSSOS CORAÇÕES?

POR QUE COGITAIS O MAL EM VOSSOS CORAÇÕES?

Mt 9:1-8 Jesus voltara para Cafarnaum. Algumas pessoas trouxeram-lhe um paralítico. “Vendo-lhes a fé, disse Jesus ao paralítico: Tem bom ânimo, filho: estão perdoados os teus pecado”. Os especialistas do texto sagrado da religião disseram em seu próprio coração: “Este blasfema”. Não ouvindo nada, porém sabendo de tudo, Jesus interpela-os “do nada” com uma questão: “Por que cogitais o mal em vossos corações?” Jesus, então, cura o paralítico—mas não sem antes dizer que mais fácil do que perdoar pecado é curar doenças físicas, mas que Ele tinha autoridade para fazer tanto uma coisa quanto outra. Hoje, o que me interessa particularmente nesta pequena reflexão é a pergunta de Jesus, especialmente porque Ele a fez sem que ninguém tivesse falado nada. Eram cogitações do coração! O que não entendemos é que nós somos um grito permanente diante de Deus. Com Deus não é a língua que fala—é o ser inteiro! O coração é onde os ecos do ser se fazem ouvir, mesmo quando os lábios estão cerrados. Aqui estamos diante das vozes do coração. E, particularmente, confrontamo-nos com o “mal que se cogita” no interior do ser. Há pessoas que só não fazem o mal por medo. Mas seu coração cogita a maldade em pensamento o tempo todo: trapaças, intrigas, calúnias, inveja, tristeza revoltada pelo sucesso ou felicidade de alguém, tramas de poder, amizades falsificadas com finalidades de aproveitamento, etc... A religião preocupa-se muito com o que a boca fala. Se nada se fala, nada se fez. Jesus, todavia, ouve o que o coração cogita. Pode-se não ter feito nada (do lado de fora), mas ter-se feito tudo—do lado de dentro! O que cogitas? O pior é quando a cogitação é contra a Graça que está sendo concedida a alguém. Os senhores do texto sagrado não sabiam que Jesus era Deus—seria essa a desculpa para sua atitude. A questão para Jesus, no entanto, era outra. Ele não estava num concurso de divindades e não estava tentando de modo especial se dar a conhecer. Pelo contrário, Ele sabia que o discernimento de que Deus estava Nele seria e é obra exclusiva do Pai. Ou seja: era revelação! Então, por que Ele se insurge contra quem ainda não teve a revelação? O homem pode não ter tido a revelação de que Deus estava em Cristo. Mas não precisa se irar quando mãos humanas e misericordiosas praticam o gesto de amor de declarar a um ser desesperançado que seus pecados estão perdoados. Jesus não disse: “Eu perdôo os teus pecados”—o que efetivamente, provocado por eles, veio a fazer depois. Jesus apenas expressou amor e falou de Graça. Da Graça que Ele mesmo nos ordenou que pregássemos uns aos outros. Não gostar da pratica da Graça como perdão que se manifeste como palavras, gestos e ações, implica em algo mais sério. Diante da carência humana devem cessar as teologias—todas elas. No socorro ao drama humano acaba-se a possibilidade da blasfêmia. O que passar disto pode vir disfarçado de ortodoxia, fundamentalismo, teologia, doutrina, ou seja lá o que for! Todavia, diante da esmagadora manifestação da Graça aplicada à dor humana, torna-se cogitação do mal—e, aí sim, vira blasfêmia! Que nunca sejamos encontrados em luta contra a Graça e nem em estado de censura ante sua aplicação ao homem—qualquer homem! Caio
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