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MINHA OPINIÃO ACERCA DO PARECER DA IPB SOBRE SAMUEL DOCTORIA

MINHA OPINIÃO ACERCA DO PARECER DA IPB SOBRE SAMUEL DOCTORIA

-----Original Message-----
From: Marco Antônio
Sent: segunda-feira, 22 de dezembro de 2003 20:52
To: contato@caiofabio.com
Subject: "Parecer da IPB sobre Samuel Doctorian"

Prezado Caio,

Na medida do possível, gostaria de saber sua opinião sobre a documento em anexo, por tratar-se de um "parecer" dos dirigentes da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre este, que sem dúvida, tem sido comentário contínuo nas rodas dominicais.

Abraços

Marcão


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Resposta:
(PARA QUEM DESEJAR LER O TEXTO EM QUESTÃO NA ÍNTEGRA, LEIA EM “NEWS”, AQUI NO SITE)
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Querido irmão: Graça e Misericórdia sejam sobre todos nós!

O que eu acho?

1. Acerca da mensagem que Samuel Doctorian alega ter recebido em Patmos: Li o texto quando ele começou a circular na Internet há uns três anos. Achei o texto triste, infantil, insatisfeito com as catástrofes já estabelecidas na Bíblia, e profundamente impressionado pela própria mente do autor: o irmão Samuel Doctorian. Portanto, quando li, lamentei. Para mim parecia que o amado irmão havia surtado. Soou-me como uma espécie de “A Última Trombeta”—o disco que tocava muito na década de 60 no meio evangélico e que simulava o “arrebatamento da igreja”—só que extremamente mais tomado de pretensões que não lhe deveriam caber. Enfim, senti muita tristeza pela pretensão autoritativa com a qual o texto foi escrito, e pela infantilidade espiritual de seu conteúdo; e expressei abertamente a minha opinião a tantos quantos me perguntaram. Pessoas têm e-mails meus dizendo a elas exatamente o que agora digo aqui.

2. Acerca da declaração de que Samuel Doctoriam é um herege: Acho herética a tal declaração. Samuel cometeu heresia no texto que escreveu, mas está longe de ter negado a fé. Ele ama a Jesus. E está sob a fé na Graça de Deus em Jesus Cristo. O texto de Samuel Doctorian precisa ser separado da vida dele. Conheço-o há trinta anos. Talvez, no Brasil, ninguém saiba tanto acerca da humanidade e das fragilidades dele quanto eu. Nunca o tratei como um “santo”, mas como um homem que pregava o evangelho com amor e simplicidade. Há milhares de pessoas no mundo inteiro que genuinamente já foram abençoadas pela Palavra da Graça de Deus que ele pregou e prega—entre quais me incluo, pois recebi tais benefícios no início de minha vida de fé, em Manaus-1973. Portanto, declará-lo um herege é forte, perigoso e impiedoso. Que se declare que o Texto de Pátmos é apócrifo e que não se sustenta conforme a própria Escritura nos ensina a discernir qualquer mensagem. Mas comentários deste gênero cabem ser feitos todos os domingos em milhares de púlpitos presbiterianos. O Pedro que recebeu a afirmação de ter declarado a Revelação do Pai, é o mesmo que a seguir ouve um sonoro “Arreda Satanás”. Mas Pedro não foi considerado um herege, apenas falou uma heresia. Herege é todo aquele que nega a fé. Não é o caso de Samuel Doctorian.

3. Acerca do Documento escrito pela Comissão designada pela IPB: O espírito do texto é legalista, intensamente hostil, passa uma energia sherifesca, é ofensivo em alguns tratamentos, é destituído de misericórdia, e deseja francamente “colar” uma “marca” em Samuel Doctorian por razões que transcendem a “sã doutrina”. Trata-se, claramente, de um instrumento político para atingir o ex-Presidente do Supremo Concílio da IPB, Reverendo Guilhermino Cunha. Quem conhece o jogo de poder nos bastidores da Instituição não lê um texto teológico; lê, sim, um ato político de vingança e humilhação; sem falar que soa como se para alguns parece ter chegado a hora de colocar a Catedral do Rio nas mãos de algum Reverendo Puritano Fundamentalista Legalista Desumano e Coveiro de igreja. Quem conhece Guilhermino Cunha sabe que ele é um homem crente, e que ligou-se ao Reverendo Samuel Doctorian por laços de carinho e amizade, mas não por concordar com tudo o que ele diz. Nesses quase 27 anos de amizade com o Reverendo Guilhermino nunca o vi ter a menor tendência que fosse para qualquer tipo de exagero. Desejar fazer dele o promotor de heresias é, indubitavelmente, uma motivação de natureza política.
Acho tudo triste!
Um monte de gente grande brigando essa briguinha que mereceria no máximo algo como: “Meu irmão! Cuidado com a divulgação dessa mensagem porque ela não é sadia. Você já prestou atenção?” Garanto que um “toque” desse mudaria tudo. Mas não foi assim. Havia disputas internas, de natureza política, e, a tal profecia se encaixou como uma luva para justificar as ameaças e repreensões. O texto é uma obra de vingança. Seu tom revela os ânimos que estão por trás dele, e, como já disse, ninguém que conheça os bastidores poderá negar a verdade destas minhas palavras.
Tudo criancice!
Com tanta crise em volta, e com tantos desafios, é inconcebível que a IPB deseje agora investir contra ela mesma.
Se o fizer estará iniciando um processo autofágico, cujas conseqüências, nos dias de hoje, jamais poderão ser medidas pelos exemplos do século 19 evocadas pelas memórias dos escribas que produziram aquela obra de vingança política com armas teológicas.

Com todo meu respeito, é isto que penso.

Nele, que não nos salvou para combates fraticidas,


Caio
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