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Devocionais

BEM-AVENTURADOS OS DISTANTES, POIS EIS QUE ESTÃO BEM PRÓXIMO

BEM-AVENTURADOS OS DISTANTES, POIS EIS QUE ESTÃO BEM PRÓXIMO

 

BEM-AVENTURADOS OS DISTANTES, POIS EIS QUE ESTÃO BEM PRÓXIMO


O Evangelho de Lucas nos diz que o cobrador de impostos ficou de pé, ao longe, e que não ousava levantar os olhos aos céus, mas que apenas batia no próprio peito, e dizia: “Sê propício a mim, pecador” (Lc 18:13).

O cobrador de impostos, o publicano, ficou distante e não levantava a cabeça. A “oração do fariseu” havia sido ouvida não por Deus, mas pelo publicano.

Milhares de orações Deus escuta, mas não as ouve. A oração do fariseu fora deste tipo, portanto, somente ele mesmo e o publicano a ouviram.

Interessante: o fariseu se justificava a si mesmo, e agradecia a “Deus” por não ser como os demais homens – adúlteros, roubadores, e iníquos – e nem tampouco como “este coletor de impostos”.

O fariseu via o publicano, mas Deus não via o fariseu. O publicano ouvia o fariseu, não via a Deus, mas era visto e ouvido por Ele.

O interessante é que a oração do fariseu, cheia de juízo, de nada valeu para o fariseu, mas foi de grande auxílio para o coletor de impostos.

A hipocrisia mata o hipócrita, mas suscita a verdade no coração que a busca, mesmo que seja um publicano provocado pela arrogância da comparação do fariseu.

O fato é que a agressão do fariseu remeteu o coletor de impostos para um lugar distante, pois ele não ousava se aproximar. Ora, é deste lugar distante do altar que ele faz a oração verdadeira, somente entre ele e Deus.

Ë somente quando alguém está só com Deus que descobre o quão “longe” ele mesmo está da religião.

Não é preciso ser campeão de pecados. Qualquer um que fique só, com Deus, logo descobre como esse lugar é “distante da religião” do fariseu.

A repelência do fariseu pelo publicano apenas o ajudou a ficar no melhor lugar. E como foi bom para ele não ter um amigo fariseu por perto a fim de se interpor entre ele e Deus.

Fariseus adoram ser mediadores entre todo homem e Deus. Mas aquele coletor de impostos aproveitou a rejeição humana e mergulhou de cabeça na Graça divina.

É tão fácil transformar o momento de adoração num momento de comparação. Para o fariseu a adoração era comparação, ele se achava melhor que “os demais homens”. Aqui a adoração morre, sem chance de ressurreição.

O coletor de impostos, todavia, havia sido salvo pela rejeição do fariseu, e se entregara à Graça de Deus.

Quando a rejeição dos fariseus é grande, o pecador acaba sendo ajudado a não ver mais nada além da Graça de Deus.

Hoje estou convencido de que os fariseus têm um importante papel a cumprir, embora, para eles, seja um script de juízo e morte.

O fariseu é servo de Deus até no juízo que faz dos outros, visto que é a maldade do juízo do fariseu aquilo que empurra o coletor de impostos para os braços de Deus.

Assim, o coletor de impostos transforma seu próprio peito num bumbo, num tambor, um instrumento surdo e que fala mais que muitas palavras: bam, bam, bam...
Assim era o som de seu peito. Ele apenas batia sobre o coração e pedia misericórdia.

Socos no peito, tambores celestes!

Sim, deste lugar distante da religião das comparações e da jactância, o publicano desce justificado para a sua casa, enquanto o fariseu continua levando sobre si o juízo de orações de comparação e vanglória.

Assim, ao invés de ficar amargurado com os fariseus, apenas aproveite para ficar longe de seu altar, e mergulhado na presença do Deus que justifica pela fé, e que torna bem-aventurado o homem a quem Ele não imputa nenhuma iniqüidade, não porque não as tenha, mas apenas porque elas já estão perdoadas.


Caio

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