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A SOLIDÃO DE MIQUEIAS

A SOLIDÃO DE MIQUEIAS




A SOLIDÃO DE MIQUÉIAS

 

Miquéias 7: 1-7

 

Miquéias ouve a voz de Deus e tem que falar.

 

Vê o mundo, e não tem como não denunciá-lo.

 

Percebe a desconstrução do individuo e da sociedade que o cerca.

 

Discerne que o significado de “irmão” já não existe.

 

O sistema se corrompera completamente.

 

A fé perdera seu significado ético.

 

A inafetividade total expulsara o carinho do caminho dos humanos.

 

Era tarefa espinhosa qualquer que fosse a tentativa de convívio.

 

Por isso, Miquéias perdera o apetite até pelo que mais apreciava.

 

Mergulhou num fastio de alma.

 

Então, ora a Deus, fala consigo mesmo e opina sobre a existência.

 

Eis o que ele diz:

 

Pobre de mim! O verão passou. Todos os frutos foram colhidos. Não há nem mais um cacho de uva para eu chupar.

 

E se houvesse, minha alma estaria sem apetite. Não há mais gente boa na terra. Parece que todos morreram. Procuro gente reta de coração, mas não acho ninguém. Ao contrário, todos espreitam para fazer o mal—cada um caça o seu irmão com a rede!

 

Vejo os homens agarrados ao poder de fazer o mal com extrema aplicação. Fazem o mal com competência. O sistema está todo corrompido: A autoridade política pede a condenação por interesse pessoal. O Juiz aceita negociar um preço. O homem rico e poderoso fala dos desejos maus que habitam a sua alma como se fosse algo do que se pode orgulhar.

Maldade virou currículo!

 

E, assim, todos juntos fazem parte de uma cadeia onde os variados interesses se combinam para executar variadas tramas. O melhorzinho deles é ainda como um espinheiro—não encoste porque você vai se machucar. O mais reto entre eles é ainda pior que uma cerca viva de espinhos: é reto, mas ao seu lado só se experimenta a retidão como ferimento.

 

É a lei contra a vida!

 

Miquéias pára e ora. Seu coração tem que vazar aquilo tudo para Deus. Então, ora com estas palavras:

 

Ó Deus, é chegado o dia anunciado pelas tuas sentinelas, o dia do teu castigo—aí está a confusão deles!

 

Agora, aos que o ouvem ele dá um conselho, considerando a maldade daqueles dias:

 

Não creiam em ninguém que chega fazendo amizades apressadas, geralmente são interesseiros. Não confie nem mesmo nos companheiros. Eles podem mudar de lado conforme a conveniência. Guarda teus segredos e tuas informações para ti mesmo. Não dá para confiar nem na pessoa que faz amor com você ou que se deita reclinadamente sobre o teu peito.

 

E por que digo isto?

 

Tenho minhas razões!

 

Digo assim apenas pelo que vejo.

 

O filho despreza o pai, a filha se levanta contra a mãe, a nora contra a sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa!

 

Miquéias está só. Pergunta-se:

 

Em que mundo viverei então? Para onde irei, Senhor?

 

Fica em silencio por um pouco de tempo... Miquéias suspira fundo e olha para o alto. Seu coração se refaz. Um pássaro fez um vôo rasante e pousou em seu ninho, num sicômoro que estava logo ali ao lado do lugar onde o profeta estava falando.

 

Então ele concluiu:

 

Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação: o meu Deus me ouvirá!

 

De minha parte apenas digo: eu também buscarei fazer o mesmo, amado irmão Miquéias!

 

 

Caio

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